Notícia na íntegra
Com novo piscinão na Zona Leste, Prefeitura amplia rede de controle de enchentes na região do Aricanduva e beneficia quase 270 mil paulistanos
A Prefeitura de São Paulo entregou na manhã desta quarta-feira (16) o piscinão Taboão, localizado na bacia do Aricanduva, na Zona Leste. As obras fazem parte dos investimentos contínuos no combate às enchentes que chegam a R$ 2,4 bilhões desde 2018. Somente em 2021, foram empenhados R$ 767,8 milhões, superando em mais de R$ 3 milhões o que era previsto.
Segundo o prefeito Ricardo Nunes, o reservatório é o terceiro entregue pela atual gestão de um total de 14 a serem inaugurados até 2024. Neste ano serão licitados cinco piscinões. O reservatório do Taboão teve suas obras iniciadas em setembro de 2019 e finalizadas no começo deste mês e beneficiará 268 mil pessoas na região do Aricanduva.
Além do piscinão Taboão, na Zona Leste, em 2021, entrou em operação o piscinão do córrego Paciência (Zona Norte). Sobre os outros piscinões previstos no Programa de Metas, em 2021 houve o planejamento e definição de áreas e detalhamentos que vão permitir a entrega até o fim da gestão.
A SIURB trabalha nos projetos e licitações de obras dos reservatórios Zavuvus RZ 03, RZ 02, Freitas; Perus RA1, Perus RA2, Perus R2 e Perus R3, Cordeiro, Machados, Tremembé R2, Tremembé R4 e Tremembé R6, Antonico, Jacupeval e Mooca. A previsão é que sejam investidos pelo menos R$ 755 milhões na construção destes 15 novos reservatórios que, juntos, poderão armazenar até 1,5 milhão de m³ de água.
Somente em 2021, a Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB) realizou também importantes obras nas bacias dos córregos Aricanduva, Ipiranga, Paciência, Zavuvus, Dois irmãos, Anhanguera, Paraguai-Éguas e Parque Chico Mendes. Além das intervenções, também foram financiados importantes projetos para os córregos Antonico, Rio Verde, Diniz, Boqueirão e região do Alto da Boa Vista e Córrego Rio Verde
As ocorrências de inundações neste mês guardam relação clara com o grande volume de chuvas: em apenas quinze dias de março, choveu 193,4mm, o que corresponde a 10,4% acima da média esperada para o mês que é de 175,2mm, segundo dados do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE). Nos 15 primeiros dias desse mês, choveu em 14, sendo que a média de acordo com o histórico do CGE da Prefeitura de São Paulo é de 21 dias.
O prefeito Ricardo Nunes destacou a ocorrência das chuvas nos últimos dias.
“Mesmo com esse índice alto de precipitação, tivemos menos problemas com alagamentos do que em anos anteriores. Como exemplo, esse reservatório do Taboão vai beneficiar região na qual as enchentes chegavam a 1,5 metro de altura”, frisou.
Para o secretário de Infraestrutura Urbana e Obras, Marcos Monteiro, a Prefeitura desenvolve diversas ações de combate às enchentes e alagamentos. A construção de reservatórios é uma das ações. “Ainda neste ano, contrataremos as obras dos piscinões em Perus e mais três. Além de obras emergenciais que melhoram a vida das pessoas na cidade de São Paulo”, explicou o secretário.
As obras e manutenções relacionadas à drenagem ocorrem periodicamente nos sistemas de macro e microdrenagem, garantindo o funcionamento, assim como proteção na contenção de encostas e estabilização de terrenos, especialmente em áreas se risco, além da limpeza e manutenção de galerias e piscinões.
Prevenção
A Secretaria Municipal das Subprefeituras informa que realiza serviços de zeladoria em prevenção às enchentes, como conservação de galerias, limpeza com hidrojato (microdrenagem), limpeza de córregos e piscinão. Em janeiro e fevereiro deste ano, foram limpos mais de 50 mil metros de galerias, mais de 80 mil metros de ramais, 18.100 bocas de lobo, além de poços de visita e 1.427.392,93 m² de margens de córregos. A limpeza de piscinões resultou na retirada de 38.672,20 toneladas de detritos, em uma extensão de 305.686,37 m². Mais de 24 mil árvores foram podadas ou removidas.
As ações ocorrem o ano inteiro para minimizar os impactos que as fortes chuvas podem causar. Todas as equipes de limpeza, remoção e zeladoria são mobilizadas para realizar os serviços necessários, a fim de diminuir transtornos. Quando há necessidade, são usados caminhões hidrojatos para diminuir pontos de alagamento.
Sistema de Telemonitoramento
A SMSUB realiza a limpeza, manutenção e desassoreamento de 39 piscinões da cidade. No primeiro bimestre de 2021, foram retiradas 38.672,20 toneladas de detritos nas ações de limpeza. Um sistema inédito de monitoramento está em pleno funcionamento em piscinões e túneis da cidade. A rede centraliza o acompanhamento de chuvas, drenagem, operação dos reservatórios e escoamento da água.
Por meio da rede de telemetria e telemonitoramento, é possível acompanhar o nível e vazão da água, e o funcionamento das motobombas (responsáveis pelo escoamento), por meio de sensores instalados nos piscinões e túneis. Além disso, o sistema emite alertas em caso de queda de energia, obstrução e falha mecânica. No caso dos túneis, é possível, também, monitorar o nível de CO2 acumulado.
Com essas informações, um centro de controle operacional instalado dentro da Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) realiza o acompanhamento à distância e consegue viabilizar ações emergenciais, como limpeza e reparos de equipamentos de drenagem.
Até pouco tempo, os piscinões eram operados individualmente pelas subprefeituras, no local e de forma manual. Agora, as bombas controladas remotamente podem ser ligadas e desligadas conforme a necessidade, e na hipótese de queda de energia, geradores são acionados também à distância.
Reservatório do Taboão
O piscinão Taboão fica localizado na esquina das avenidas Aricanduva e Mazzaropi. A obra é uma parceria da Prefeitura de São Paulo com o Governo Federal, no valor total de R$ 51,6 milhões sendo R$ 36,1 milhões da União. Para o ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, a entrega do reservatório do Taboão é resultado do Marco de Saneamento, lançado em 2020.
“O Marco está dando bons frutos. Em apenas um ano crescemos em 1.000% em investimentos em tratamento de água e esgoto. Passamos de R$ 4,5 bilhões para R$ 50 bilhões”, disse o ministro.
“Essa é a terceira obra que entregamos em parceria com a prefeitura. Isso nos dá alegria porque enchentes afeta muito a vida da população. Com os equipamentos de drenagem, as pessoas sabem que o dinheiro dos impostos está sendo bem empregado, disse o secretário de Saneamento do governo federal, Pedro Maranhão.
Capacidade
O reservatório tem capacidade para armazenar até 188 mil m³ de água, o equivalente a mais de 75 piscinas olímpicas. Sete bombas hidráulicas fazem o escoamento do reservatório. Operando em conjunto, elas retiram até 3.150 litros de água por segundo de dentro do piscinão.
O novo equipamento irá auxiliar no combate às enchentes nos bairros Jardim Aricanduva, Jardim Vila Formosa e Parque Maria Luiza, beneficiando assim cerca de 268 mil moradores. As obras geraram 149 empregos diretos, e fazem parte do Lote 2 de intervenções para a bacia do Aricanduva.
Dentro do contrato para obras de drenagem da bacia do Aricanduva já foram concluídas também importantes obras, como a canalização de 1.030 metros do córrego Aricanduva e a readequação das estruturas de extravasão dos reservatórios AR1, AR2, AR3 e Limoeiro (o que melhora o aproveitamento da capacidade dos piscinões). Até o momento, o contrato recebeu um investimento de R$ 71,6 milhões, sendo R$ 41,9 milhões por parte do Governo Federal e outros R$ 29,7 milhões por parte da Prefeitura.
Bacia do Aricanduva
Entre 2017 e 2020 a Prefeitura, por meio da SIURB, finalizou quatro novos pôlderes na bacia do Córrego Aricanduva. Juntos, os novos equipamentos possuem capacidade para armazenar até 15 mil metros cúbicos de água. As obras fazem parte do Lote 1 de intervenções para a bacia do Aricanduva que recebeu um investimento de R$ 58 milhões. Desse total, R$ 26,1 milhões foram financiados pela Governo Federal, e R$ 31,9 milhões foram pagos pela Prefeitura.
Investimentos acumulados
Os valores investidos nas ações de drenagem estão detalhados abaixo
2018
Valor orçado: R$ 664.652.764,00
Valor empenhado: R$ 375.168.999,15
2019
Valor orçado: R$ 807.913.364,00
Valor empenhado: R$ 681.648.279,30
2020
Valor orçado: R$ 798.164.225,00
Valor empenhado: R$ 775.275.580,11
2021
Valor orçado: R$ 764.449.449,00
Valor empenhado: R$ 767.801.530,27
2022*
Valor orçado: R$ 1.096.992.117,00
Valor empenhado: R$ 415.894.677,64
*até 14/03/2022
(consideram-se as rubricas: 1193 - Obras e Serviços nas Áreas de Riscos Geológicos; 2367 - Manutenção de Sistemas de Drenagem; 4901 - Manutenção e Operação dos Sistemas de Monitoramento e Alerta de Enchentes; 5013 - Intervenções no Sistema de Drenagem; e 5084 - Obras de Combate a Enchentes e Alagamentos)
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