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Quinta-feira, 27 de Julho de 2023 | Horário: 17:24
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Prática da dança circular beneficia cinco mil pessoas da rede municipal até maio deste ano

A dança circular é tudo isso, e é uma das Práticas Integrativas e Complementares (PICs) oferecidas na cidade, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS)

Dança, meditação ativa, conexão entre diferentes. A dança circular é tudo isso, e é uma das Práticas Integrativas e Complementares (PICs) oferecidas na cidade, dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).

Popularizada mundialmente a partir da década de 70, pelo trabalho do dançarino e educador alemão Bernhard Wosien, a dança circular foi reconhecida como PIC em 2017, por meio da Portaria nº 849, do Ministério da Saúde (MS).

A mesma portaria traz uma descrição bastante abrangente sobre suas características e benefícios: "É uma prática de dança em roda, tradicional e contemporânea, originária de diferentes culturas que favorece a aprendizagem e a interconexão harmoniosa entre os participantes. Os indivíduos dançam juntos, em círculos e aos poucos começam a internalizar os movimentos, liberar a mente, o coração, o corpo e o espírito. Por meio do ritmo, da melodia e dos movimentos delicados e profundos os integrantes da roda são estimulados a respeitar, aceitar e honrar as diversidades(...) A prática tem o potencial mobilizador da expressão de afetos e de reflexões que resultam na ampliação da consciência das pessoas."

Na rede de saúde pública da cidade, a prática começou a ser implementada ainda na década de 90, com a participação especialmente de profissionais mulheres, como enfermeiras, entre outras.

Hoje, a dança circular é uma PIC presente em cerca de 60 estabelecimentos de saúde, como Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Centros de Referência em Práticas Integrativas Complementares (CRPICs) e Unidades de Referência de Saúde do Idoso (Ursis), sendo praticada por milhares de pessoas. De janeiro a maio deste ano, a atividade beneficiou cerca de cinco mil pessoas na rede municipal.

“A dança circular pode ser praticada por pessoas de todas as idades e oferece inúmeras possibilidades de movimentos que, do ponto de vista de saúde, podem trabalhar diferentes funções e habilidades corporais, como equilíbrio, força, coordenação motora”, explica Kátia Calazans, gestora do CRPICS de Cidade Tiradentes e interlocutora de PICs na região leste da capital desde 2001.

Kátia Calazans, que é organizadora do livro “Danças circulares sagradas no SUS-SP – relatos e reflexões por profissionais da Rede Municipal de Saúde” (2022), enfatiza ainda o poder da prática para trabalhar questões emocionais e promover a saúde mental, além de modular o balanço entre o indivíduo e sua relação com o outro, já que uma dança depende da sincronia e harmonia de todos.

UBS
Em julho, seis pacientes da UBS Jardim São Carlos, na região de São Mateus, Zona Leste, chegaram à unidade por volta das 10h e, pouco depois de serem saudados pela fisioterapeuta Priscila Berner, ocuparam a Sala de Grupos. Priscila, que realizou sua formação em dança circular em 2017, é uma das focalizadoras da unidade. O termo é utilizado para denominar os profissionais que conduzem a dinâmica nos equipamentos.

“Eu penso em como será a dança a partir das necessidades dos participantes, em um dia podemos trabalhar mais fortemente alguma questão física, em outro executar coreografias que promovam bem-estar psíquico, por meio do ritmo e da interação com outras pessoas do grupo, por exemplo”, explica Priscila Berner.

Saiba mais sobre as PICs da rede municipal de saúde clicando aqui.

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