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Domingo, 1 de Agosto de 2021 | Horário: 10:00
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Biblioteca Mário de Andrade preserva a memória e valoriza o modernismo e a cultura paulistana

Exposição TRANSLETRAS acontece nas dependências do equipamento até 12 de agosto. Munícipes podem emprestar livros mediante agendamento prévio pelo canal 156

Muito mais que um espaço de leitura, a Biblioteca Mário de Andrade, localizada no Centro da capital, é um local de preservação de memória, que reafirma os valores da história, do modernismo brasileiro e da cultura paulistana. E mesmo em meio à pandemia de Covid-19, o equipamento, vinculado à Secretaria Municipal de Cultura (SMC), não parou suas atividades. Acontecendo majoritariamente no formato on-line, a Biblioteca disponibiliza uma vasta programação de leituras, contação de histórias e rodas de conversa em seu canal do YouTube.

Entre as atividades virtuais, o equipamento municipal promove, ainda, dois cursos livres por mês. São ofertadas 100 vagas para cada curso e as informações sobre eles e as inscrições podem ser acessadas pelo link. Durante o mês de julho, a Biblioteca realizou um curso com a escritora Conceição Evaristo, sobre histórias africanas e afrodiaspóricas, e outro com Bruno Gomide, sobre literatura russa.

Em um processo de retomada de atendimento gradual, respeitando os protocolos de saúde e segurança, a Biblioteca começa a realizar alguns atendimentos presenciais. “Para evitar aglomerações, os empréstimos (Seção Circulante) estão sendo realizados mediante agendamento prévio. Para realizar a solicitação de empréstimo, os interessados devem acessar o portal 156”, explica o coordenador de comunicação, Bernardo Dias Ceccantini.

O retorno acontece gradualmente e novas alterações são sempre comunicadas nos canais oficiais da BMA. “Até o momento, o acervo segue fechado. O uso das mesas de estudo e a permanência na biblioteca ainda não estão permitidos”, conclui Ceccantini.

Exposição TRANSLETRAS
Única atividade que acontece de forma presencial no espaço, a exposição TRANSLETRAS traz uma programação de celebração aos 90 anos do poeta Augusto de Campos até o dia 12 de agosto. A iniciativa traz obras inéditas de Campos produzidas entre 1974 e 1985.

TRANSLETRAS é idealizada pela N+1 Arte Cultura, com curadoria de Daniel Rangel, e reúne toda a produção que Augusto de Campos realizou utilizando fontes de letraset entre 1974 e 1985. Cerca de cinquenta cartazes, dos quais 90% inéditos, são exibidos em conjunto com estudos e manuscritos, além de obras expandidas criadas a partir dos poemas em letraset. Vídeos, esculturas e objetos poéticos são alguns dos suportes que Augusto utilizou para expandir seus poemas para além do papel.

Com uma trajetória caracterizada pela interdisciplinaridade, Augusto de Campos, que completou 90 anos no dia 14 de fevereiro, é um dos maiores poetas e tradutores do país. Nos últimos anos, o poeta foi agraciado com dois importantes prêmios internacionais, o Pablo Neruda, no Chile, e o Jannis Pannonnis, na Hungria, mesmo escrevendo em português.

A visitação ocorre de segunda-feira a sexta-feira, das 11 às 17h. O visitante deve identificar-se na portaria da Biblioteca Mário de Andrade para o aferimento de temperatura corporal. O uso de máscara é obrigatório durante toda a permanência nas dependências do prédio.

Encontros antirracistas - leituras em companhia
Entre os destaques da programação on-line, a BMA promove um ciclo de encontros que cultiva formas plurais de ler, ver e sentir a sociedade. As atividades partem de um ponto de vista antirracista e trazem questões políticas e existenciais a partir da análise e discussão de textos científicos, ensaios, contos, poemas e imagens.

A sexta série do encontro promove, no mês de agosto, debates sobre os textos “Necropolítica”, de Achille Mbembe, e “A gente combinamos de não morrer”, de Conceição Evaristo. À frente do projeto estão a poeta, tradutora e editora Lubi Prates e o pesquisador e educador Vine Aleixo. A programação deste mês será realizada no dia 29, domingo, via Zoom. São 100 vagas disponíveis e as inscrições podem ser feitas através do link.

História da Biblioteca
Uma das mais importantes bibliotecas do país, a Biblioteca Mário de Andrade foi fundada em 1925, como Biblioteca Municipal de São Paulo. Ela é a maior biblioteca pública da cidade e a segunda maior biblioteca pública do país, superada, apenas, pela Biblioteca Nacional.

Em 1937, incorporou a Biblioteca Pública do Estado e, a partir de então, importantes aquisições de livros, muitos deles raros e especiais, enriqueceram seu acervo. O crescimento de seu acervo e serviços ocasionou a mudança da biblioteca para o atual edifício, localizado na Rua da Consolação. Inaugurado em 1942, na gestão do Prefeito Prestes Maia e tendo Rubens Borba de Moraes como Diretor da Biblioteca, o novo edifício, projetado pelo arquiteto francês Jacques Pilon, é considerado um marco da arquitetura Moderna em São Paulo.

Em 1960, passou a chamar-se Biblioteca Mário de Andrade. Em janeiro de 1975, com a criação da Secretaria Municipal de Cultura, a Divisão de Bibliotecas, à qual a BMA estava vinculada, passou a ser Departamento de Bibliotecas Públicas, constituindo unidade orçamentária da Prefeitura.

No ano de 2005, com a criação, na Secretaria Municipal de Cultura, do Sistema Municipal de Bibliotecas, a Biblioteca Mário de Andrade adquiriu o status de Departamento, ganhando, assim, maior autonomia administrativa. No entanto, só em dezembro de 2009 foi aprovada sua reestruturação administrativa, cuja implantação lhe dá condições de cumprir adequadamente sua dupla missão: preservação e acesso.

Centro de Referência do Novo Modernismo
Como parte do projeto de comemoração dos 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 na cidade, a SMC inaugurou nove Centros de Referência do Novo Modernismo no mês de junho. Um deles está instalado na Biblioteca Mário de Andrade.

Antecipando as comemorações do Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, dentro do projeto Modernismo 22 + 100, os Centros de Referência oferecem acervos especializados no Modernismo e no conceito nascente de Novo Modernismo, além de uma programação relacionada à discussão.

Entre a programação dos Centros de Referência, está o projeto Novos Modernistas: Vozes Periféricas, circuito de debates que demonstra a variedade da produção literária nas periferias. Os Centros de Referência também serão palcos de debates e reflexões sobre como estabelecer na cidade um Novo Modernismo, cujo eixo nasce nas periferias, com diversas expressões culturais originais e significativas para um novo pacto civilizatório.

Mário de Andrade e o Modernismo

Mário Raul de Morais Andrade nasceu em 1893 na cidade de São Paulo. Foi um escritor modernista, crítico literário e musicólogo. Em meio às mudanças que ocorreram na década de 20 na capital paulista e no Brasil todo, Mário de Andrade participou ativamente da construção do movimento modernista do país e da Semana de Arte Moderna de 1922, realizada no Theatro Municipal da capital.

Com o livro Paulicéia Desvairada, publicado também em 1922, o escritor fez uma análise do provincianismo da sociedade paulista durante o século XX. A obra surgiu em um cenário de mudanças na cidade de São Paulo, que se tornava cada vez mais urbana. Além disso, no período, teve início o processo de explosão demográfica na cidade e a chegada dos imigrantes de diversos países.

Tendo como ideal a preservação da memória e a renovação cultural, Mário de Andrade preservou não somente valores nacionais, mas também a história da capital e todas as suas mudanças e nuances culturais. Nos anos 30, o escritor criou e dirigiu o Departamento de Cultura da Municipalidade Paulistana, que mais tarde se tornaria a Secretaria Municipal da Cultura. Nasceu deste departamento a ideia de uma biblioteca que abrigasse a cultura paulistana.

Em 1960, a Biblioteca Municipal recebeu o seu nome, contemplando, assim, a escolha de um patrono paulistano, que deu voz, defendeu a história e escreveu tão bem em suas obras a cidade da Paulicéia Desvairada.

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