Secretaria Municipal da Saúde
Mãe e filha, enfermeiras

A enfermeira Maria de Lourdes de Oliveira, 52, lembra exatamente do momento em que decidiu seguir a profissão: foi aos 12 anos, depois de ter um problema de saúde e ficar internada por 30 dias, antes de passar por uma cirurgia. “Eu fui muito bem cuidada pelas enfermeiras, saí de lá com a certeza de que era essa a profissão que queria, e nunca me arrependi”, diz a profissional, que percorreu um longo caminho em busca do seu sonho.
De família sem recursos, ela conta que subiu degrau por degrau: começou como auxiliar de enfermagem aos 23 anos, depois formou-se como técnica de enfermagem, e só aos quase 40 anos iniciou a tão sonhada graduação. Está formada em Enfermagem há 10 anos, e nunca mais parou de aprimorar-se: possui pós-graduações em urgência e emergência, saúde pública, saúde mental, inteligência emocional e resolução de conflitos.
E seu esforço não foi em vão. Depois de atuar no setor privado e em um hospital do Estado, há quase 10 anos Maria de Lourdes está na rede municipal de saúde. Entrou como enfermeira assistencial no PS Santana, na zona norte, onde ficou por seis anos, antes de assumir como responsável técnica pela enfermagem da Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Lauzane Paulista, na mesma região.
Como RT, descobriu também o gosto por compartilhar conhecimento, já que, além de supervisionar a equipe de enfermagem nos fluxos de atendimento e cuidar das escalas, também é responsável pelas ações de treinamento do time, formado por quatro enfermeiros e 12 técnicos de enfermagem. “Gosto muito de aprender e também de ensinar”, afirma.
Inspiração
Da mesma forma que as enfermeiras que a atenderam e inspiraram na infância, Maria de Lourdes também foi inspiração, dentro de casa. Hoje, ela tem em sua filha, Bruna Millena de Oliveira, 27, uma colega de profissão. “O contato dela com a enfermagem vem desde a barriga”, brinca a mãe, acrescentando que ainda criança, aos três ou quatro anos, Bruna já usava termos técnicos comuns aos profissionais de saúde. “Se eu dizia que ela estava com dor de barriga, a Bruna me corrigia dizendo que era dor abdominal”, diverte-se Maria de Lourdes.
Com o caminho aberto pela mãe, Bruna teve um início de trajetória mais suave. Saiu direto do colégio para a graduação, e aos 27 anos já possui seis de profissão. Hoje trabalha no PS Santana, na mesma função que antes era ocupada por Maria de Lourdes. A jovem diz gostar da falta de rotina do serviço de urgência e emergência. “Nunca sabemos o que vai chegar”. Segundo ela, alguns dos casos mais frequentes no PS são as paradas cardíacas e infartos do miocárdio, embora ainda haja pacientes que buscam a unidade para casos menos graves.
Elas contam que, mesmo em casa, o assunto predominante das duas, que moram juntas, é a enfermagem, como não poderia deixar de ser. Outro ponto em comum é o amor pelo SUS. Para Maria de Lourdes e Bruna, a satisfação de atender a população que mais precisa dos serviços públicos é incomparável. Outro ponto elogiado é a evolução, nos últimos anos, na estrutura de atendimento da rede municipal, com protocolos e parcerias que melhoraram a qualidade da assistência, além da implementação de múltiplas ferramentas, como por exemplo o prontuário eletrônico, citado com empolgação por Maria de Lourdes. “Venho de um tempo em que tudo era em papel, então acessar todo o histórico do paciente na rede é um sonho”.
Ela diz que se sente realizada na profissão que escolheu ainda na infância, mas pretende crescer mais dentro da rede, se possível até o nível de gerência. “É um caminho natural”, resume. Bruna, por sua vez, uma vez mais inspira-se na mãe em sua paixão pelos estudos e pelo trabalho. “Ela é um exemplo”.
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