Notícia na íntegra
Pessoas Surdocegas: a superação em suas diversas formas de comunicação
Segundo o Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revisto em 2017, existem no Brasil mais de 6 milhões de pessoas com deficiência visual. Apenas na cidade de São Paulo são 345 mil pessoas.
No dia 27 de junho, é comemorado o Dia Internacional das Pessoas Surdocegas. A data foi escolhida por marcar o nascimento da escritora norte-americana Helen Keller, primeira pessoa surdocega a conquistar um bacharelado. Sem poder enxergar ou ouvir, Helen foi alfabetizada por meio da língua de sinais tátil.
Os desafios para a inclusão das pessoas surdocegas ainda são muitos. Atualmente, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED), tem trabalhado para a inclusão dos deficientes disponibilizando profissionais guias- intérpretes através da Central de Intermediação em Libras (CIL). A Central realiza a mediação na comunicação entre pessoas com deficiência auditiva, surdos e também surdocegos no atendimento em qualquer serviço público instalado na cidade de São Paulo. O programa atende esta população na modalidade “in loco” ou na opção presencial, quando o solicitante se dirige até a CIL (localizada na sede da SMPED – Rua Líbero Badaró, 425, 32º andar, Centro) para que um guia-intérprete o auxilie. Mais informações: http://bit.ly/CentralIntermediaçãoLibras
EMEBS Helen Keller, uma nova concepção de ensino
A Escola Municipal de Educação Bilíngue para Surdos Helen Keller foi pioneira na educação de surdos e surdocegos dentro da educação pública de São Paulo. Ela funciona desde 1952. O atendimento aos alunos é realizado com base na Pedagogia Visual, que faz uso de materiais visuais, da língua de sinais, da imagem, do letramento visual ou leitura visual.
Segundo a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis), a EMEBS Helen Keller é a primeira escola pública bilíngue para surdos a oferecer todas as etapas e modalidade da educação básica, ou seja Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e EJA.
A Prefeitura Municipal de São Paulo oferece seis escolas bilíngues e duas escolas-polo com atendimento especializado. As unidades educacionais contam com professores surdos que atuam como modelo linguístico e Intérpretes de Libras e guias-intérpretes que proporcionam acessibilidade linguística aos alunos. Os estudantes surdos e surdocegos cujos pais optam por matricular seus filhos em escolas regulares são auxiliados por estes profissionais e atendidos no contra turno nas Salas de Recursos Multifuncionais por Professores de Atendimento Educacional Especializado – PAEE e Instrutores de Libras.
Informações sobre o programa: http://bit.ly/2McbAJk
A celebração da data também destaca a promoção de políticas públicas, com o intuito de conscientizar a sociedade e propor políticas públicas e acessibilidade.
Conheça algumas curiosidades e comunicação com pessoas surdocegas
A falta de conhecimento e informação sobre a deficiência e os inúmeros desafios superados, causam espanto e admiração, afinal, nem todo mundo sabe como de fato acontece as diversas formas de comunicação e a sua importância.
As pessoas surdocegas usam línguas de sinais de seu país – A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) é só no Brasil. O principal recurso de acessibilidade para a pessoa com surdocegueira é o “guia intérprete”.
- Tipos de Surdocegueira: Cegueira Congênita e Surdez Adquirida; Cegueira e Surdez Adquiridas; Surdez Congênita e Cegueira Adquirida; Baixa visão com Surdez Congênita ou Adquirida; Cegueira e Surdez Congênita.
- Comunicação: Existem casos em que a pessoa adquire uma Língua antes de tornar-se surdocega; neste caso, dizemos que é um surdocego pós linguístico, como por exemplo, se a pessoa nasceu surda, sua a primeira língua aprendida é a dos sinais (LIBRAS, aqui no Brasil). Ainda para pessoas que fazem uso de Língua de Sinais, se a pessoa tem o campo da visão reduzido, o guia intérprete fará os sinais em um determinado campo limitado onde este surdocego consiga visualizar.
- Braille: é um recurso utilizado por pessoas com cegueira ou deficiência visual para desenvolver a escrita e a leitura pelo tato. Para tanto são usados recursos materiais como: reglete, punção, máquinas Braille e soroban e atualmente a tecnologia da Linha Braille.
- Alfabeto Dacticológico: é o uso do alfabeto manual utilizado pelos surdos. O interlocutor faz a letra na palma da mão da pessoa surdocega.
- Tablitas de comunicação: é um meio de comunicação feito de plástico resistente com letras em relevo, números ordinários e caracteres em braille. A pessoa com surdocegueira coloca o dedo indicador nas letras estabelecendo a comunicação.
- CCTV: é um ampliador de imagens que visa auxiliar a pessoa que tem um resíduo visual muito pobre a ler e escrever, o CCTV amplia em até sessenta vezes o tamanho da figura.
- Tellethouch: Este aparelho tem teclado de uma máquina braille e um teclado normal. O teclado braille assim como o teclado normal levantam na parte de trás do aparelho uma pequena chapa de metal, a cela braille, uma letra de cada vez. Ao interlocutor do surdocego basta saber ler. Sabendo ler pressionará as teclas normais da tellethouch como se estivesse redigindo um texto escrito qualquer.
- Escrita em letras de forma: Neste caso, é preciso que o interlocutor conheça as letras maiúsculas do alfabeto. O dedo indicador funciona como uma caneta e o interlocutor escreve na palma da mão do surdocego.
- Tadoma: A pessoa surdocega deve ter conhecimento da língua oral e então, coloca uma das mãos na face do interlocutor próxima à boca para então fazer a “leitura” da articulação das palavras e sentir também a vibração dos sons. É preciso muito treino e prática da pessoa surdocega para estabelecer comunicação utilizando este método. O método também é chamado como "leitura labial tátil", na qual a pessoa surdocega sente o movimento dos lábios, bem como as vibrações das cordas vocais, o movimento das bochechas e o ar quente expelido pelo nariz para a produção de sons nasais, como 'N' e 'M', criado pela professora norte-americana, Sophia Alcorn.
Saiba como se comunicar com a pessoa surdocega
É muito importante que, para melhor locomoção e segurança, o surdocego passe por treinamentos chamados de Programas de Orientação e Mobilidade (O.M) que também são válidos para pessoas com cegueira congênita ou adquirida, tendo como principal característica o uso da bengala.
Pergunte como deve se comunicar com o surdocego ao seu guia ou acompanhante.
Ao chegar perto de uma pessoa com surdocegueira toque-o levemente nas mãos para sinalizar que está ao seu lado ou espere ser anunciado.
Muitas vezes, a principal barreira é a atitude em relação às pessoas com deficiência. Por isso, tenha paciência para lidar com as particularidades e se comunicar com uma pessoa surdocega.
Dicas: Fonte: Ministério da Educação e da Cultura. Saberes e Práticas da Inclusão. Dificuldades de comunicação e sinalização: Surdocegueira / múltipla deficiência sensorial Secretaria de Educação Especial – Brasília: MEC/SEESP – 2006
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