Prefeitura de São Paulo

O Conselho da Cidade aprovou nesta quarta-feira (1º) uma moção de apoio à abertura da avenida Paulista e do Elevado Costa e Silva, o Minhocão, para pedestres e ciclistas. Após a apresentação dos primeiros estudos de impacto, os conselheiros avaliaram positivamente as iniciativas, que passarão por novos testes técnicos ao longo de julho. O prefeito Fernando Haddad participou das discussões desta manhã e avaliou que a experiência poderá ser ampliada para outras vias da cidade.

“O Conselho da Cidade é muito plural, tem empresários, professores, artistas, militantes, gestores públicos. Então você colhe uma primeira impressão. A proposta foi aclamada, de testar um modelo de fechamento e inclusive estendê-lo para os bairros. Vamos permitir que as populações dos bairros se manifestem sobre uma possível rua que aos domingos seria uma área de lazer. É uma visão comunitária da cidade”, afirmou Haddad.

Segundo estudos realizados pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a circulação de veículos e do transporte público não sofreu impactos significativos com a intervenção, sendo o tráfego absorvido por vias alternativas. O teste no elevado aconteceu no dia 20 de junho, quando aconteceu a Virada Cultural. A partir de medições, fotografias e filmagem realizadas pelos técnicos da CET não foram constatadas dificuldades de circulação. Clique aqui e veja a apresentação.

O próximo teste está marcado para sábado (4). “O Minhocão vai estar aberto para o pedestre e para os veículos não motorizados no sábado, a partir das 15 horas, e a CET vai, de novo, monitorar a região como um todo para verificar a mobilidade, o comportamento dos veículos, se vamos precisar fazer algum ajuste semafórico, eventualmente proibir o estacionamento de carros em algumas ruas nas laterais. A partir daí, com esse novo levantamento, avaliar a decisão final”, explicou o secretário Jilmar Tatto (Transportes).

No caso da Paulista, o estudo foi feito no último domingo (28) marcou a inauguração da ciclovia na via. Novamente, foi observado baixo impacto no trânsito, com a utilização satisfatória das paralelas, a alameda Santos e as ruas Cincinato Braga e Carlos Antonio do Pinhal. Segundo Tatto, a CET estuda a necessidade de segregação de uma faixa para ônibus nas vias alternativas e também procedimentos para o acesso de ambulâncias, hóspedes de hotéis e moradores. Os estudos sobre as vias serão encaminhados para avaliação do Ministério Público de São Paulo e dos demais secretários municipais.

Para o conselheiro Marcos Kaue de Queiroz, Presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo, a possibilidade de utilização da Paulista por pedestres e ciclistas abre a discussão da ocupação da cidade pela população. “O coração da cidade conseguir priorizar o que é mais importante dentro da mobilidade que é o pedestre e o ciclista, dá o exemplo para que toda a comunidade possa discutir. Se na Paulista pode, porque no bairro não pode?”, avaliou Marcos

Os conselheiros defenderam que a abertura de vias para atividades de lazer e convivência seja acompanhada de propostas culturais, como promoção dos artistas de rua. “O espaço viário na cidade é a maior quantidade de espaço público, por volta de 25% do território da cidade é composto por vias públicas, muito mais do que parques. Promover a apropriação do cidadão destes espaços, pela cultura e pelo lazer, é fundamental”, concordou o secretário Nabil Bonduki (Cultura).

O conselheiro Percival Maricato, fundador da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, apontou também para a necessidade de ampliação das ruas de lazer. “Seria importante fazer isso também na periferia, em bairros que têm muito menos opções de lazer e que seriam muito mais agradáveis. A população pode usar para todo tipo de sociabilidade, para esporte, lazer e cultura”, defendeu.


Reunião
O tema da reunião desta quarta-feira do pleno do Conselho da Cidade teve como tema o uso do espaço público e das áreas verdes da cidade. Foram discutidos assuntos ligados à Lei de Zoneamento, como a autorização para a construção de equipamentos, como creches e unidades de saúde, em parcelas de áreas verdes da Capital.

Outros tópicos foram a participação popular na construção do zoneamento e a especulação imobiliária. Nesta manhã, foi também aprovada uma moção de apoio à manutenção da maioridade penal aos 18 anos.


Conselho da Cidade
O Conselho da Cidade é composto por cerca de 140 membros da sociedade civil, representantes dos movimentos sociais, entidades de classe, empresários, cientistas e pesquisadores, artistas e lideranças religiosas. Criado em março de 2013, o órgão realiza reuniões gerais, denominadas Pleno, em que são discutidos os assuntos mais importantes da cidade. O conselho é administrado por um Comitê Gestor, integrado por 15 conselheiros, que são eleitos para um mandato de dois anos.


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Crédito: Fábio Arantes/Secom

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