Prefeitura de São Paulo

Representantes de organizações latino-americanas de combate às drogas visitaram na manhã desta sexta-feira (4) as instalações do programa 'De Braços Abertos', na região central da cidade. A visita foi acompanhada pela secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer, que relatou aos visitantes as principais etapas do projeto desenvolvido em parceria com as secretarias da Saúde, do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo e de Segurança Urbana. 

Os estrangeiros estão no país por conta do Seminário Internacional sobre Cocaínas Fumadas, que ocorre desde quarta-feira (2) na Universidade Federal de São Paulo (Unfiesp) e é promovido pela Organização dos Estados Americanos e pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas.

"O grande diferencial deste programa consiste no vínculo que existe entre os usuários e os assistentes da Saúde e da Assistência Social e na liberdade que eles têm", afirmou a secretária, destacando que o abandono do vício não é requisito, nem exigência da iniciativa.

Luis Barrionuevo, da Secretaria de Programação para a Prevenção do Uso de Drogas e de Luta Contra o Narcotráfico da Argentina, elogiou a estratégia utilizada na capital. "O problema com o crack já afeta a setores da população com uma histórico de vulnerabilidade muito grande. Essa experiência é ótima, pois sinto que existe um 'feeling' distinto ao de outros programa, já que a pessoa não é obrigada a deixar o vício para participar, mas vai gradualmente deixando-o na medida em que ganha mais dignidade", disse.  

O chileno Guebel Stevanovich, de 38 anos, está há 18 no Brasil. Até o início de janeiro, quando passou a integrar o 'De Braços Abertos', morava em um dos mais de 140 barracos espalhados pelas ruas da região da Luz. "O melhor deste programa é que ele tem nos ajudado a sermos reintegrados à sociedade", disse, afirmando que desde que começou a trabalhar como varredor, tem diminuído o consumo de crack. "Quero deixar o vício e voltar para a minha família", afirmou. 

‘De Braços Abertos’
Iniciado no dia 14 de janeiro, projeto oferece vagas em hotéis, três refeições diárias, participação em uma frente de trabalho de varrição por quatro horas diárias, duas horas de capacitação e renda de R$ 15 por dia. Dados das equipes de saúde divulgados no acompanhamento de 2 meses indicam a redução de 50% a 70% no consumo de médio de crack, como consequência, entre outros fatores, do resgate social e de atividades que organizam a rotina diária. No geral, 86% dos participantes conseguem manter frequência regular nas frentes de trabalho, segundo as equipes de acompanhamento.