Notícia na íntegra
Lentidão cai 10% e acidentes caem 23% nas marginais Tietê e Pinheiros
Atualizado às 19h15
A redução da velocidade máxima nas marginais Tietê e Pinheiros resultou na diminuição do número de acidentes e dos índices de lentidão nos horários de pico nas duas vias. É o que apontam os resultados preliminares das primeiras quatro semanas de implantação da medida, que foram apresentados nesta quarta-feira (19) pelo prefeito Fernando Haddad e o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, em entrevista coletiva na sede da Prefeitura.
De acordo com os dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), no período de 20 de julho (data de início da redução da velocidade máxima) a 14 de agosto de 2015, a média diária de lentidão nas marginais Tietê e Pinheiros caiu 10% na comparação com o mesmo período de 2014 (entre 21 de julho e 15 de agosto do ano passado). “Os dados já são muito significativos, mas precisamos aguardar a evolução ao longo do tempo, para verificar se esse comportamento se mantém e se esses indicadores, inclusive, melhoram. Nosso esforço será de melhorar esses indicadores. São Paulo tem um índice de mortes no trânsito bastante expressivo, com três ou quatro mortos por dia e isso não é uma coisa aceitável. A melhor literatura sobre o assunto recomenda e garante que, com a redução da velocidade máxima, você melhora a fluidez e diminui o número de acidentes”, afirmou o prefeito Fernando Haddad.
Os índices de lentidão caíram nos dois horários de pico. Pela manhã, a queda foi de 3% e, no período da tarde, foi de 21%. No período entre picos, houve aumento de 8%. “O que vemos é que há um conforto para quem está circulando nas marginais, de pelos menos 10%”, disse o secretário Tatto.
A segurança no trânsito também aumentou com a redução da velocidade máxima. O número de acidentes com vítimas (mortos e feridos) nas Marginais caiu 29%, na comparação entre as primeiras quatro semanas com os novos limites e o mesmo período de 2014. Foram 110 ocorrências no ano passado, contra 78 em 2015. Os acidentes sem vítima caíram 20%, de 272 para 217 ocorrências.
“Os resultados deste mês são muito superiores aos obtidos por outras cidades (que aplicaram a mesma medida). O que estou querendo dizer é que temos que aguardar a evolução desses indicadores, porque eles surpreenderam. Os próprios técnicos da CET recomendaram cautela, porque ainda é o primeiro mês”, afirmou o prefeito.
Também houve redução de 25% nos acidentes com mortes, e de 67% nos atropelamentos no período. “Já tínhamos uma percepção e dados de diminuição de acidentes em outros locais que fizemos redução para 50 km/h ou para 40 km/h. Por exemplo, na região central, do ponto de vista de acidentes com vítimas e mortes, caiu 71%. Isso foi implantado no ano passado, então temos um período maior de operação com Área 40”, disse o secretário.
De acordo com reportagem publicada no início deste ano pelo jornal francês “Le Monde”, sobre os impactos da redução da velocidade máxima no anel viário de Paris, o número de acidentes registrados diminuiu 15,5% em 2014, em comparação a 2013 (627 contra 742), e a velocidade média aumentou de 32,6 km/h em 2013 para 38,4 km/h em 2014, alta de 18%. À noite, foi de 30,3 km/h para 33,9 km/h, um aumento de 12%.
“Tanto na questão das faixas exclusivas de ônibus e táxis, ciclovias e redução da velocidade máxima, estamos atrasados e tentando recuperar o tempo perdido. São medidas que já deveriam ter sido tomadas há dez ou vinte anos. Em relação às grandes cidades do mundo e não apenas de países desenvolvidos, como falam nas redes sociais, que aqui não é Amsterdã ou Paris, mas aqui não é nem Bogotá ou Buenos Aires”, afirmou Haddad.
“A redução do número de acidentes nas marginais, que é o nosso objetivo, está se constatando nessas quatro semanas e espero que isso continue, porque é muito significativo se for comparado com outras cidades do mundo. Nova York, quando fez um projeto desse tipo, a redução foi de 15%”, declarou Tatto.
Veja a apresentação dos resultados preliminares das primeiras quatro semanas de implantação da medida
Motociclistas
Além da redução da velocidade máxima, para dar mais segurança ao trânsito da cidade de São Paulo e diminuir o número de acidentes, a Prefeitura estuda medidas voltadas aos motociclistas. De acordo com o secretário Jilmar Tatto, os técnicos estudam quais ações seriam mais viáveis e efetivas.
“Vamos ter que montar um programa específico para motos e é exatamente isso que estamos preparando. Aquilo que está sendo foco de acidentes, com vítimas e sem vítimas, vamos aperfeiçoando, por isso a tendência é ir. Claro que estamos satisfeitos com os primeiros resultados, mas temos que melhorar ainda mais. A CET quer fazer o levantamento em cima do que está acontecendo com eles e fazer intervenções para atacar diretamente o problema”, disse Tatto.
“Cerca de um terço dos acidentes fatais envolve motociclistas e, com o término dos estudos da CET, devemos anunciar brevemente novas medidas complementares no sentido de reduzir mortes, mas não só mortes, mas fraturas, que são uma das maiores filas do Sistema Único de Saúde, com cirurgias ortopédicas, boa parte delas envolvendo motociclistas”, afirmou o prefeito Haddad.
Programa de Proteção a Vida
A redução de velocidade máxima nas vias da capital está inserida no Programa de Proteção à Vida (PPV), iniciado em 2013. No ano passado, a redução do limite de velocidade foi implementada em 61 quilômetros de ruas e avenidas da cidade.
A comunicação para avisar os motoristas sobre as alterações será feita com no mínimo três dias de antecedência, por meio de sinalização viária nos locais onde haverá diminuição, informações na página da CET na internet e pelo envio de dados aos veículos de comunicação.
O Programa de Proteção à Vida visa a redução de acidentes e atropelamentos na cidade, ampliado uma série de ações para segurança de todos os agentes do trânsito, especialmente os pedestres, que inclui várias frentes como o "CET no Seu Bairro"; a implantação de "Áreas 40"; do "Frente Segura" (bolsões de parada junto aos semáforos para motociclistas e bicicletas); das faixas de pedestres diagonais em cruzamentos de grande movimento; e da redução de velocidade máxima para o padrão de 50 km/h. Com isso, pretende-se melhorar a segurança dos usuários do sistema viário, buscando a convivência pacífica entre todos.
Desde julho deste ano, a velocidade máxima permitida nas Marginais Pinheiros e Tietê foi reduzida de 90 km/h para 70 km/h, no caso dos carros, e de 70 km/h para 60 km/h no caso dos caminhões que trafegam pela pista expressa. Somente em 2014, 73 pessoas morreram em colisões e atropelamentos.
Na zona leste, desde o início do mês a redução de 60 km/h para 50 km/h foi adotada nas avenidas Jacu Pêssego e Aricanduva. Também já foram alteradas as velocidades na Avenida Professor Luís Ignácio de Anhaia Melo (zona leste), Rua da Consolação (centro), Avenida Paulista (centro), Avenida Ibirapuera (zona sul), Avenida Miguel Yunes (zona sul), Estrada de Itapecerica (zona sul), rua Sena Madureira(zona sul) e avenida Brás Leme (zona norte), entre outras.
A redução de velocidade no corredor Norte/Sul, que é formado pelas avenidas Santos Dumont, Tiradentes, Prestes Maia, Vale do Anhangabaú, 23 de Maio, Rubem Berta, Moreira Guimarães, Washington Luís e Interlagos está prevista para o mês de setembro.
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Fotos
Crédito: Leon Rodrigues/SECOM
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