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Terça-feira, 21 de Junho de 2022 | Horário: 18:41
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Parada do Orgulho LGBT se consolida como a maior do mundo e movimenta a economia da capital

Primeiro megaevento após período de restrições da pandemia atraiu o dobro de turistas da última edição em 2019 e deu força para a retomada econômica

A 26ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo coloriu mais uma vez a avenida Paulista, neste domingo (19), quando uma multidão com milhões de pessoas passou pela avenida, segundo a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, entidade organizadora do evento. A festa, que contou com 19 trios elétricos e a participação das cantoras Pabllo Vittar, Luiza Sonza, Ludmilla, Jojo Todynho e Gretchen, entre outras, foi além das expectativas sem nenhum registro de incidente grave durante sua realização e recorde de participação de turistas.

“A parada LGBT+ de São Paulo não é somente a maior manifestação da comunidade, ela traz benefícios que vão muito além do segmento. Seu impacto na economia, na geração de empregos e na imagem positiva para a cidade são inestimáveis, principalmente neste momento de retorno após dois anos de pandemia. Voltamos com milhões de pessoas unidas para defender a democracia, a equidade, a inclusão e o voto com orgulho”, declarou o presidente da Associação, Cláudia Garcia.

O evento em São Paulo, considerado o maior do gênero no mundo, este ano, surpreendeu os organizadores por três motivos: a porcentagem de turistas passou de 40% do total de participantes, um clima de tranquilidade com reduzido número de ocorrências policiais, e a grande movimentação econômica com a rede de hotéis da cidade registrando 80% de ocupação. A parcela de turistas que vieram do interior e de outros estados ultrapassou 28% do total de pessoas na avenida, mais do que o dobro da edição anterior e com um gasto médio antes, durante e após o evento de R$ 1,9 mil por pessoa, 15% a mais do que em 2019. com gastos.

Os números foram revelados pela pesquisa Perfil e Satisfação de Público Parada LGBT+ 2022 realizada pelo Observatório do Turismo da cidade de São Paulo, que ouviu 1.223 pessoas no dia do evento.

“Os resultados da pesquisa indicam uma tendência de aumento na demanda pela cidade, o que ultrapassa a simples questão econômica. É um sinalizador de impacto social, na geração de emprego e renda”, explica o secretário municipal de Turismo, Rodolfo Marinho.

Desfilaram pelas ruas, a partir da Avenida Paulista até a Praça Roosevelt, no centro de São Paulo, 19 trios elétricos com a participação de artistas financiados por empresas que possuem políticas de inclusão e diversidade.

“São Paulo mostrou no domingo porque é uma das grandes capitais mundiais da diversidade com uma festa grandiosa que é também um protesto contra a intolerância e sem nenhum episódio de violência”, afirma o coordenador de Políticas para LGBTI, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), Cássio Rodrigo. “A cidade mostrou também que está pronta para realizar grandes eventos, após este período mais grave da Covid”, completa Cassio.

Como ocorre em todas as oportunidades, a Prefeitura de São Paulo prestou o apoio por meio de várias secretarias, ao principal evento do calendário turístico da cidade. Este ano, a SMDHC divulgou o evento por intermédio de suas redes sociais e desenvolveu a campanha, “O tempo não para, e São Paulo está cada vez mais inclusiva, diversa e colorida”, com um vídeo de um minuto de duração, que reforça a importância da evolução social e do respeito à diversidade, entre outras iniciativas como a participação das unidades móveis LGBTI durante todo o mês dedicado ao Orgulho LGBT+, apresentando serviços como apoio jurídico, psicológico e social.

Com a parceira do Metrô de São Paulo e concessionárias, a campanha divulgou vídeos e mensagens incentivando o uso do serviço SP156 para denúncias contra a LGBTfobia. As estações foram decoradas com motivos alusivos ao orgulho LGBT+, como a Estação Luz, que adesivou as suas escadas rolantes com as cores do arco-íris.

Políticas públicas

Por meio da SMDHC, a Prefeitura de São Paulo desenvolve diversas iniciativas na cidade de São Paulo, visando garantir e dar mais oportunidades à população LGBT+.

Uma dessas iniciativas, o programa Transcidadania, beneficia travestis, mulheres transsexuais e homens trans, que enfrentam diariamente o preconceito e a violência, além da falta de oportunidade devido a exclusão. Por sua amplitude, importância e alcance, o programa ganhou renome internacional, e em julho de 2022 o número de vagas será ampliado de 510 para 660, com a incorporação de 150 vagas, o equivalente a um acréscimo de cerca de 300% nos últimos três anos.

O Transcidadania oferece ao participante uma bolsa de estudos no valor de R$ 1.272,60 e tem como condição o prosseguimento dos estudos. Durante os seus seis meses de duração e carga horária diária de seis horas, o programa proporciona oficinas, cursos de qualificação e intermediação com empresas e instituições visando a empregabilidade.

A SMDHC mantém uma rede de apoio com cinco Centros de Cidadania LGBTI, em todas as regiões da cidade. No mês passado, realizou o lançamento oficial do Cadastro Municipal LGBTI+, iniciativa para ampliar os dados disponíveis sobre a comunidade LGBT+ da capital, suas necessidades e carências. As informações que são coletadas, como termos econômicos, sociais, educacionais e etários, serão amplamente utilizadas para a implementação e aprimoramento das políticas públicas direcionadas para este público.

Quem não tem acesso à internet, pode fazer seu cadastro em qualquer Unidade Móvel de Cidadania LGBTI (confira aqui o roteiro destas unidades), nos Centros de Cidadania LGBTI ou ainda nas 17 unidades do Teia, rede de coworkings públicos ligada à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (SMDET).

Além disso, a capital paulista também conta com o Programa Respeito Tem Nome, gerido pela Coordenação de Políticas LGBTI da SMDHC, com vistas a proporcionar o registro gratuito do nome social por meio da retificação do nome, pronome e gênero na documentação. No mês passado, foram entregues os primeiros documentos retificados às beneficiárias, representando uma grande conquista para a cidadania.

Como denunciar

Desde agosto de 2021, o serviço municipal SP156 atende denúncias de LGBTIfobia tanto nos canais digitais como por telefone, e a equipe teve um treinamento de sensibilização para realizar esses atendimentos. Não há pré-requisitos ou a necessidade de qualquer documentação oficial, como um boletim de ocorrência, para denunciar. Serão solicitadas informações sobre o ato ou situação que se quer reportar, como quando e onde ocorreu, quem praticou a ação e o que aconteceu. Veja aqui um passo a passo de como fazer uma denúncia.

O Portal SP156 fortalece a rede de atendimento já disponível por meio dos equipamentos da SMDHC, que seguem recebendo denúncias e acolhendo vítimas. A rede é formada por quatro CCLGBTIs e um Centro de Referência e Defesa da Diversidade (CRD), que desenvolvem ações permanentes de combate à homofobia e respeito à diversidade sexual, atuando nos eixos de Defesa dos Direitos Humanos e de Promoção da Cidadania LGBTI. Além das sedes fixas, quatro Unidades Móveis de Cidadania LGBTI percorrem São Paulo, levando estes e outros serviços para todas as regiões da capital.

Confira na íntegra a Pesquisa Perfil e Satisfação de Público Parada LGBT+ 2022

Resultados Preliminares:

Pesquisa de Perfil e Satisfação de Público
Parada LGBT+ 2022
Dia do evento: 19 de junho de 2022
Amostra total: 1223 entrevistas


Onde mora?
São Paulo capital – 58,9%
Grande SP – 12,3%
Interior de SP – 14,5%
Outros estados – 13,6% (Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, Santa Catarina)
Outros países – 0,7% (Estados Unidos, Inglaterra, Colômbia, Paquistão, Argentina)


Gênero
Masculino – 54,7%
Feminino – 43,8%
Outros – 1,5%


Cor/ raça
Branca – 48,5%
Parda – 29,4%
Preta – 20,0%
Indígena – 1,1%
Amarela – 0,7%
Não-declarada – 0,3%


Orientação sexual
Gay – 37,4%
Heterossexual – 19,1%
Lésbica – 18,6%
Bissexual – 18,3%
Panssexual – 4,7%
Outros – 1,9%


Identidade de gênero
Cisgênero – 86,3%
Não-binária – 5,4%
Homem trans – 3,6%
Mulher trans – 2,4%
Travesti – 2,3%


Faixa etária
18 a 24 anos – 29,7%
25 a 29 anos – 29,5% (18 a 29 – 59,2%)
30 a 39 anos – 28,0%
40 a 49 anos – 9,1%
50 a 59 anos – 3,0%
60 anos ou mais – 0,7%


Esteve na Parada em 2019?
Sim - 50,1%
Primeira vez – 39,7%
Anos anteriores – 10,2%


Gasto médio no evento, por pessoa: R$132,30 - 7,5% a mais que 2019 (R$123,00)
Gasto médio do turista na cidade, por pessoa: R$1.881,84 - 15,1% a mais que em 2019 (R$ 1.634,20)

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