Prefeitura de São Paulo

Aos 86 anos, a ativista Therezinha Zerbini foi homenageada nesta quinta-feira (15) na sede da Prefeitura de São Paulo em reconhecimento a sua luta durante a ditadura militar. A cerimônia contou com a participação de autoridades municipais, políticos, amigos e familiares de Therezinha.

“O orgulho é para nós, que prestamos esta homenagem a uma mulher que poderia representar parte de cada um de nós, nos seus pensamentos, nos seus ideais. Nós vamos sair daqui hoje muito mais orgulhosos que a própria Therezinha, nesse ano que relembramos os 50 anos do golpe militar de 64”, afirmou a vice-prefeita Nádia Campeão.

Viúva do general Euryale de Jesus Zerbini, Therezinha entrou na luta contra a ditadura após descobrir que seu marido, um dos poucos oficiais de sua patente a resistir ao golpe, havia sido preso em um quartel do Rio de Janeiro. Therezinha também ajudou Frei Tito a conseguir o sítio (pertencente a um amigo da família Zerbini) em Ibiúna, onde seria realizado o congresso da UNE e por conta disso, respondeu a um inquérito policial militar.

Foi indiciada em dezembro de 1969, enquadrada na Lei de Segurança Nacional e presa em fevereiro de 1970. Ficou na prisão por oito meses, seis dos quais no presídio Tiradentes, em São Paulo. Em 1975 criou o Movimento Feminino pela Anistia (MFPA), unindo à luta pela redemocratização do Brasil, onde empenhou-se nas denúncias sobre a existência de presos, torturados e perseguidos políticos no Brasil.

“Já tive muito ódio no meu coração, quando cassaram o general, depois quando vi meus filhos pequenos chorando em casa pela ausência do pai, mas sempre pedi a Deus para aliviar esse sentimento. Ele me deu amor e forças para continuar a minha luta e hoje, aqui, eu senti paixão por ver que a Nádia é uma continuadora da nossa luta”, disse a homenageada Therezinha Zerbini.


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Crédito: Fernando Pereira / SECOM

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