Notícia na íntegra
Equipamentos de saúde oferecem acolhimento a pessoas em situação de violência
No Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio, a Prefeitura de São Paulo ressalta a atuação da rede municipal de saúde no acolhimento e atendimento a pessoas em situação de violência. Dentro da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), esse trabalho é coordenado pela Área Técnica de Atenção Integral à Saúde da Pessoa em Situação de Violência, responsável pela formulação das Políticas Públicas voltadas para minimizar o impacto das diversas formas de violência sobre seus cidadãos.
A formulação e consolidação de uma Rede Integrada de Cuidados às Pessoas em Situação de violência é uma das iniciativas prioritárias da Secretaria e tem como finalidade o atendimento aos indivíduos em situação de violência que procuram os serviços de saúde no Município.
“Violência não é um problema só da saúde, mas recai sobre ela”, resume a psicóloga Ana Claudia Cerqueira de Santana, que integra a Equipe Especializada em Violência (EEV) da Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Thomas, na região do M'Boi Mirim, zona sul da capital.
As Equipes Especializadas em Violência atendem a crianças, adolescentes e mulheres vítimas e/ou testemunhas de violência que apresentam intenso sofrimento psíquico e maior vulnerabilidade social; além de dar apoio aos Núcleos de Prevenção à Violência (NPV), presentes em todos os equipamentos de saúde da cidade de São Paulo. As EEV desenvolvem ações de promoção de reestruturação emocional e reintegração social da vítima.
Além disso, depois do trabalho inicial dos NPVs nos equipamentos e constatada a dificuldade no manejo clínico de determinadas situações, a EEVs são responsáveis por acolher e dar suporte psicoterapêutico pelo tempo necessário às vítimas e suas famílias, além de atuar em conjunto com o Ministério Público e o Juizado da Infância e Juventude, se necessário.
De acordo com Lucy Thalita da Silva, terapeuta ocupacional da EEV da UBS Jardim Thomas, muitas pessoas têm receio de buscar ajuda por vergonha, medo ou por mão saberem se irão prosseguir com uma denúncia ou tratamento. No entanto, ao longo de todo o processo existe a preservação do sigilo, autonomia e da independência do sujeito: “Ele vai poder escolher se ele vai permanecer naquele atendimento ou não”, afirma.
Atualmente, a cidade de São Paulo possui 19 EEVs nas Supervisões Técnicas de Saúde, que já atenderam aproximadamente 7 mil crianças, adolescentes e mulheres desde início da sua implantação.
Bullying e cyberbullying também estão no foco das equipes
As unidades de saúde, por meio dos NPVs, compostos por uma equipe multidisciplinar, também estão capacitadas para acolher vítimas de outros tipos de violência às quais crianças e adolescentes estão expostas, como o bullying, que são atos de intimidação e violência física ou psicológica, geralmente em ambiente escolar.
Com a ampliação do acesso às plataformas digitais, esse tipo de violência também foi para o ambiente virtual, o chamado cyberbullying. Segundo Ana Claudia, os casos mais comuns são de vazamentos de fotos íntimas e comentários ofensivos nas redes sociais. Além do acolhimento à vítima, as EVVs também se articulam intersecretarialmente com a Secretaria Municipal de Educação (por meio do Núcleo de Apoio e Acompanhamento para Aprendizagem, Naapa) e com Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (através dos Centros de Referência Especializados de Assistência Social, Creas) para elaboração de ações em conjunto.
A psicóloga explica ainda que o trabalho é desenvolvido de uma forma longitudinal e não foca apenas na criança, mas na sua família: “A violência não acontece só com aquela criança, ela não vive sozinha, ela vive com uma família, que muitas vezes também está sofrendo.”
A auxiliar de enfermagem Camila de Chagas Távora, que também trabalha na UBS Jardim Thomas, conta que recebeu apoio quando sua filha, Vitória, foi vítima de bullying aos 14 anos: “Quando aconteceu, a princípio eu achei que era apenas coisa de criança. A falta de conhecimento realmente deixa a gente com a visão mais fechada”, diz Camila.
Ana Claudia diz que o atendimento pela equipe de prevenção à violência é essencial munir os pacientes de informação, de forma que entendam o que estão vivendo e quais atitudes podem tomar a partir disso. Ela explica que, em muitos casos, as pessoas sequer entendem que estão vivendo uma situação de violência.
A partir do atendimento realizado pelos seus colegas de unidade, Camila pode compreender como o bullying afetava a autoestima de sua filha, especialmente porque a adolescência é uma fase em que se busca a autoafirmação e o pertencimento ao grupo. A mãe conta que a jovem sofreu muito no período, mas hoje, aos 18 anos, está cursando fonoaudiologia na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e segue em acompanhamento na unidade. Para Camila, essa conquista se deu também graças ao atendimento que recebeu na UBS: “A base dela foi graças a essa equipe. Não foi uma caminhada só minha e da família, foi o conjunto”, comenta, emocionada.
SECOM - Prefeitura da Cidade de São Paulo
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