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Sexta-feira, 10 de Abril de 2015 | Horário: 14:02
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Canteiro de obras de restauração da Vila Itororó oferece atividades culturais e visitas guiadas

O canteiro de obras de restauração da Vila Itororó, patrimônio histórico da Capital localizado na Bela Vista, região central, é o mais novo centro cultural da cidade. Em um galpão anexo à vila histórica, haverá atividades culturais como oficinas, palestras e exposições. Edifícios históricos receberão visitas guiadas e população será envolvida na discussão dos futuros usos do espaço. O prefeito Fernando Haddad visitou nesta sexta-feira (10) o canteiro e as construções em restauro.

“A ideia aqui é, ao invés de aguardarmos a finalização da restauração, já tratar esta vila como uma espécie de sítio arqueológico, que vai se recuperando, vai se restaurando, com a participação da comunidade, dos arquitetos, da vizinhança. Vamos criar um ambiente em que a vila já vai ser explorada pela cidade”, afirmou Haddad.

A Vila Itororó, construída em 1922, é um dos últimos exemplares remanescentes de um tipo de construção típico de bairros operários, como o Bixiga. Além disso, as casas carregam diversos fragmentos da história da Capital, em especial peças resgatadas da demolição do Teatro São José, que funcionou de 1903 até 1923 na frente do Teatro Municipal.

As visitas guiadas (programação abaixo) serão realizadas em grupos pequenos e abordarão a história da vila, do bairro do Bixiga e da cidade de São Paulo. No galpão cultural, as atividades terão como foco a educação patrimonial. “São Paulo não tem uma tradição de recuperar patrimônio, é uma cidade que se fez a partir de processos de demolição e de reconstrução. Hoje com essa intervenção nós temos uma grande oportunidade de fazer com que a questão do patrimônio se torne importante na cidade”, disse o secretário Nabil Bonduki (Cultura). A visita nesta manhã também foi acompanhada pela vice-prefeita Nádia Campeão e pelos secretários Fernando de Mello Franco (Desenvolvimento Urbano) e Nunzio Briguglio (Comunicação).

Serão restauradas as casas, a piscina, o ruamento e o palacete que compõem a vila. Após as obras, esses espaços poderão ser ocupados com atividades como residências artísticas, pesquisas e laboratórios de economia criativa, por exemplo. O projeto de ocupação será construído de maneira participativa, inclusive com a comunidade do entorno e com antigos moradores dos imóveis. O objetivo deste diálogo é a reincorporação da vila no cotidiano do bairro.

“A vila foi construída a partir de uma cultura de crescimento orgânico da arquitetura. Então foram construídos diversos adendos, puxadinhos, vários elementos foram agregados ao longo dos anos, o que torna o trabalho de restauração muito complexo, porque não há um original a que voltar. O importante hoje, por isso abrimos um centro cultural temporário, é pensar os usos futuros, para ver o que preservar”, explicou Benjamin Seroussi, curador do Canteiro Aberto.

O galpão cultural ficará aberto de segunda a sexta-feira, das 11h às 17h. Uma vez por mês, haverá atividades aos finais de semana. Toda a programação é gratuita. Mais informações sobre o projeto estão disponíveis na página eletrônica www.vilaitororo.org.br .


Restauração
A primeira etapa da restauração, iniciada em 2014, foi de limpeza e de estabilização das construções da vila, além de levantamento histórico e iconográfico. As obras do palacete estão em fase de finalização do projeto executivo. A segunda etapa terá a restauração das casas e a criação de ateliês e alojamentos. A liberação para o uso será realizada conforme as intervenções sejam concluídas em cada setor. A última etapa envolverá a consolidação da praça, o restauro do palacete e a da piscina. A restauração receberá cerca de R$ 50 milhões de investimentos, financiados por meio da Lei Rouanet. A expectativa que as obras durem por volta de três anos.

A vila de mais de sete mil metros quadrados se transformará em um complexo cultural formado pelo galpão, onde hoje funciona o canteiro de obras, por 10 casas restauradas e pela piscina. Estão planejados ainda um bicicletário, uma horta e uma cozinha abertas ao público. Com a finalização das obras, o acesso será realizado pelas quatro vias do quarteirão, composto pelas ruas Pedroso, Maestro Cadin, Monsenhor Passalacqua e Martiniano de Carvalho.


A história da Vila
A Vila Itororó foi construída como conjunto residencial de casas de aluguel pelo imigrante português Francisco de Castro em 1922, em homenagem ao centenário da independência do Brasil. O nome da Vila Itororó tem sua origem na fonte homônima Itororó – “água barulhenta” em tupi – que continua viva no local. A fonte que alimenta o rio, hoje soterrada debaixo da Avenida 23 de Maio, é a mesma que deu origem à primeira piscina privada de São Paulo.

Após a morte de Francisco, a Vila Itororó foi herdada pela Santa Casa de Indaiatuba, que praticamente abandonou o local. Após anos marcados por problemas de manutenção, a Vila Itororó foi desapropriada pelo Estado de São Paulo que confiou sua gestão e recuperação à Prefeitura de São Paulo. A vila é tombada pelo Conpresp e pelo Condephaat.


Veja abaixo a programação para este final de semana


Sexta-feira, 10 de abril 
19h às 23h - Festa de abertura do canteiro para a cidade
- Discotecagem em vinil com Gabriela Ubaldo
- Em diálogo com os ex-moradores da Vila Itororó nasceu a proposta de que cada pessoa que puder trará comes e bebes para compartilhar em uma grande mesa.


Sábado, 11 de abril 
Canteiro aberto das 12h às 18h

12h, 14h e 16h - Visitas ao pátio da Vila Itororó em grupos de até dez pessoas
Inscrições na hora

14h - Memórias da Vila Itororó: oficina de memória e stêncil com a artista Mônica Nador, com a participação de ex-moradores da Vila
15 vagas - Inscrições na hora

16h - Apresentação da estratégia de restauração da Vila Itororó pela equipe do Instituto Pedra, com Luiz Fernando de Almeida, diretor; e Benjamin Saviani, arquiteto

17h - Apresentação da proposta de canteiro aberto / centro cultural temporário na Vila Itororó por Benjamin Seroussi, curador; seguida de conversa com Alexander Römer, Patrick Hubmann, Gonzague Lacombe e Johanna Dehio, integrantes do coletivo ConstructLab, sobre a oficina realizada.



Domingo, 12 de abril
Canteiro aberto das 12h às 18h

12h, 14h e 16h - Visitas ao pátio da Vila Itororó em grupos de até dez pessoas por vez
Inscrições na hora


13h às 18h - Roda de samba com o grupo Madeira de Lei, sediado no Bixiga

15h às 17h - Prática de serigrafia, com Fernando Sala. Os interessados podem trazer uma camiseta ou outras peças de roupa/tecidos para imprimir as estampas desenvolvidas na oficina com o ConstructLab

16h - Oficina de frotagem para crianças, com a arquiteta e artista Adalgisa Campos, moradora do entorno. De funcionamento bastante simples, a frotagem – imagem obtida pela fricção do lápis ou giz num papel sobreposto a uma textura – permite registrar rapidamente formas e tramas encontradas num espaço arquitetônico e combiná-las construindo novas imagens. A oficina pretende utilizar o procedimento para proporcionar o contato – visual, tátil, simbólico – entre os participantes e o espaço do canteiro de obras da Vila Itororó.
10 vagas (inscrições na hora) - Crianças a partir de 6 anos.




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Crédito: Fábio Arantes/Secom


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