Prefeitura de São Paulo

O Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP), do Governo de São Paulo, apontou que o percentual de isolamento social na cidade de São Paulo foi de apenas 48% na última quinta-feira (23). Esta baixa adesão da capital pode impactar ainda mais a economia, fazendo com que a quarentena se estenda enquanto os índices de transmissão do covid-19 (doença provocada pelo novo coronavírus) não diminuírem na cidade.

O respeito ao isolamento social também é fundamental para conter avanço da doença e preservar toda a rede de saúde (seja ela pública, filantrópica ou particular). No último boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), foram registrados, até as 13h de quinta-feira (23), 11.025 casos confirmados e 1.124 óbitos. Outros 45.518 casos e 1.603 óbitos estão em investigação.   

A implantação da quarentena segue orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Organização Pan-americana de Saúde (Opas), Ministério da Saúde e do Centro de Contingência do coronavírus de São Paulo, formado por epidemiologistas, cientistas, pesquisadores, infectologistas e virologistas, sob a coordenação do médico David Uip.

"Eu estou muito preocupado com o que eu vi nos últimos dois dias em São Paulo. Além dos números que são categóricos, ontem, eu voltando do trabalho, me deparei com postos de combustíveis com dezenas de jovens aglomerados, sem máscaras, como se nada estivesse acontecendo. Isto não é possível. Isto é muito grave. Nós estamos em um momento que não pode haver qualquer relaxamento na política de distanciamento", disse o Uip durante coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira (24).

Uip também lembrou que o governo estadual tem um plano para a retomada gradual do distanciamento social, que será baseado em critérios como:

• A estabilidade e o declínio do número de óbitos
• Variação epidemiológica
• Capacidade de todo o estado na resposta aos doentes graves e que necessitam de Unidade de Terapia Imtensiva (UTI) 
• Efetividade do distanciamento social

David Uip afirmou que as consequências da falta de isolamento social não são percebidas neste momento. "Nós não vamos pagar essa conta amanhã ou depois. Tem o período de incubação, que estará refletido nos números daqui a uma ou duas semanas. Isso significa que tudo aquilo que conseguimos graças a uma política adequada de governo, no momento certo, pode se perder por conta de uma recém falta de colaboração por parte da sociedade", disse o médico.