Notícia na íntegra
Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio, no Tatuapé, completa 55 anos
São 24 mil metros de área divididos em 10 andares, quase 400 leitos, uma média de 80 pacientes internados ao dia, mais de cinco mil atendimentos de urgência e emergência, além de 120 mil exames e 600 cirurgias ao mês, realizados por 3.100 trabalhadores, entre eles 450 médicos. O Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio, também conhecido como Hospital do Tatuapé, é o maior entre os hospitais da rede municipal e um dos mais antigos: neste dia 24 de janeiro, a instituição completa 55 anos.
Como um serviço de nível de atenção terciário, o de maior complexidade dentro da área da saúde, o Hospital do Tatuapé possui uma ampla estrutura, com atendimento em ortopedia, traumatologia, cardiologia, neurocirurgia, neurologia, cirurgia de cabeça e pescoço, cirurgia bucomaxilofacial, cirurgia geral, cirurgia vascular, ginecologia, urologia, pediatria, clínica médica com as especialidades de gastroenterologia, geriatria, hematologia, neurologia, nefrologia e pneumologia, além do Centro de Tratamento de Queimados, que é referência no país e conta com um andar inteiro e equipe exclusiva. Possui ainda Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) adulto, pediátrica e neonatal.
Voltado a urgências e emergências, o serviço é referenciado, ou seja, com encaminhamento feito a partir de outros equipamentos de saúde da capital. Desde 2020, o atendimento de “portas abertas” a urgências e emergências na região é realizado pela Unidade de Ponto Atendimento (UPA) Tatuapé, localizada a 100 metros do hospital.
“Recebemos casos encaminhados pela cidade inteira, muitos dos quais resultam em internação e mesmo cirurgia; porém, graças à nossa estrutura e a uma equipe altamente qualificada e experiente, não temos fila para cirurgia no hospital”, comenta o diretor-técnico José Carlos Ingrund, ele mesmo cirurgião geral e vascular e exemplo da longevidade de boa parte da equipe do hospital, tendo desenvolvido toda a sua carreira na instituição desde o início como médico residente, em 1979.
A inauguração do hospital e do seu prédio de 10 andares aconteceu apenas 10 anos antes, em 1969, numa época em que o bairro do Tatuapé ainda tinha poucos edifícios e cara de cidade do interior. O embrião do que viria a ser o hospital, por sua vez, foi o Pronto Socorro (PS) do Tatuapé, que funcionava anteriormente no mesmo local em duas casas doadas por uma família tradicional do bairro.
Já o nome do hospital, Dr. Cármino Caricchio, homenageia o médico nascido em Campinas e falecido em 1961. Caricchio integrou o corpo docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM/USP) e foi reconhecido por seu trabalho na área de medicina de urgência junto ao município de São Paulo, com a implantação de várias unidades de pronto-socorro.
Centro de Tratamento de Queimados
O Centro de Tratamento de Queimados foi implantado pouco depois, em 1975, após os trágicos incêndios nos edifícios Andraus e Joelma, no início daquela década. Foram responsáveis pela sua estruturação dois cirurgiões plásticos, Ary do Carmo Russo e Urio Mariani, pioneiros no tratamento de queimados no país. Desde então, o serviço consolidou-se como uma referência na cidade e no estado.
Ele ocupa todo 9º andar do hospital e possui uma estrutura com emergência, ambulatório, enfermaria (22 leitos), UTI (4 leitos) e centro cirúrgico (2 salas). “É como um hospital dentro do hospital”, diz José Carlos Ingrund, acrescentando que, em um mês típico, são realizados mais de 600 atendimentos, sendo mais de 100 emergenciais. Dependendo da gravidade, os casos demandam internação, algumas prolongadas. A causa mais frequente de queimaduras nos pacientes atendidos, em sua maioria homens com idade entre 31 e 60 anos, é por escaldadura (água quente ou vapor).
Em 2024, depois de uma série de melhorias pontuais realizadas ao longo do último ano, a previsão é de que o hospital dê início a uma reforma completa, modernizando sua estrutura.
Conheça o Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio – Tatuapé andar por andar:
10º andar - Equipe de Engenharia Clínica, Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN), Hospital Sentinela, Núcleo Hospitalar de Epidemiologia (Nepi), Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Patrimônio, Capela, Hotelaria;
9º andar - Centro de Tratamento de Queimados (26 leitos);
8º andar – Ortopedia (alta complexidade) e cirurgia vascular (56 leitos);
7º andar – Cirurgia geral, ginecologia, reconstrução mamária, urologia, cabeça, pescoço e tórax (56 leitos);
6º andar – Clínica médica e todas as suas subespecialidades (56 leitos);
5º andar – Pediatria (27 leitos) e UTI pediátrica (10 leitos);
4º andar – Cirurgia geral, neurocirurgia, bucomaxilofacial (35 leitos) e UTI neonatal (10 leitos)
3º andar – Retaguarda do pronto-socorro (50 leitos);
2º andar – UTI (30 leitos) e isolamento (3 leitos);
1º andar – Pronto-socorro adulto e infantil (50 leitos de observação), sala de emergência (8 leitos), UTI Adulto (28 leitos) exames de imagem (tomografia, ultrassonografia, mamografia, raio-X, ambulatórios, centro cirúrgico (8 salas).
Seis curiosidades sobre o Hospital Municipal do Tatuapé
- Por dia, são servidas no hospital duas mil refeições aos pacientes internados.
- O voluntariado nos serviços de saúde do município nasceu dentro do Hospital Municipal do Tatuapé, em 1975, por iniciativa de Mathilde de Azevedo Setúbal, mais conhecida como Tide Setúbal, que criou o Corpo Municipal de Voluntários (CMV). Tide Setúbal também deu nome a outro hospital municipal, localizado em São Miguel Paulista.
- Por muito anos o chefe dos voluntários do hospital foi Romão Sampere, dono de um importante comércio no bairro do Tatuapé, onde hoje está localizada a UPA Tatuapé.
- O hospital possui uma parceria com o Banco de Olhos de Sorocaba, que realiza a captação de córneas.
- Desde o início de suas atividades, o Hospital Municipal do Tatuapé mantém um consistente programa de residência. Atualmente, seus vários serviços contam com 132 médicos residentes, além de 22 profissionais de áreas como enfermagem, fisioterapia, nutrição e psicologia.
- O Hospital do Tatuapé integra a Rede Sentinela da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que significa que possui sistema de gerenciamento de risco, especialmente nas áreas de farmacovigilância, hemovigilância e tecnovigilância.
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