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Sexta-feira, 29 de Agosto de 2014 | Horário: 06:25
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Impactos da exclusão social na infância são temas de debate na Bienal

A coordenadora do programa São Paulo Carinhosa, Ana Estela Haddad, participou na noite desta quinta-feira (28) do debate de lançamento do livro “Atlas da Exclusão Social no Brasil – Dez anos depois”, no estande da editora Cortez, na 23ª Bienal Internacional do Livro. Ao lado de dois organizadores da publicação, Marcio Pochmann e Alexandre Guerra, ela falou sobre os impactos e influências dos problemas sociais durante a primeira infância.

O livro, que é uma continuação de série iniciada há dez anos, é baseado em dados do IBGE de 2010 e expõe em mapas como está a situação dos indicadores que compõem a exclusão social no País. Entre os indicadores contidos no livro estão a fome, alfabetização, escolaridade, desigualdade, pobreza, emprego, juventude e violência.

“Muitos estudos de ponta nas áreas da neurociência, educação e saúde comprovam que o que acontece nos três primeiros anos de vida é muito decisivo para a pessoa ao longo de toda a vida. O número de sinapses é o maior de toda a vida. A criança nessa idade é uma esponja e aprende tudo com que entra em contato”, afirmou Ana Estela. “A arquitetura cerebral é determinada nessa faixa etária e é fortemente condicionada pelo ambiente e pela interação com quem cuida. Se não tiver uma família ou uma comunidade competente para cuidar bem e estimulá-la, teremos perdas irreversíveis”, complementou. 

Lançada no dia 28 de agosto do ano passado, a Política para o Desenvolvimento Integral da Primeira Infância na cidade, batizada de São Paulo Carinhosa, articula as ações realizadas por 14 secretarias para a promoção do desenvolvimento integral de crianças de até 6 anos. Entre as ações, estão previstas a capacitação de 2 mil médicos e enfermeiros e de 3 mil professores e cuidadores das creches para o atendimento de crianças com deficiência e mobilidade reduzida. Na saúde, o programa prevê a construção de sete Caps infantis e a inclusão do programa Saúde na Escola na Educação Infantil em 681 creches e 414 pré-escolas. 

“Muitas vezes, o Brasil tem sido rico em produzir dados, mas transformar dados em ações não é algo sintomático. É preciso muito trabalho, análises aprofundadas e interpretar. Como dizem os autores, dependendo dos óculos que você usar, fará uma diferente interpretação”, disse a coordenadora do São Paulo Carinhosa.

Um dos organizadores do livro, Pochmann acredita que o conceito de desigualdade social é muito mais amplo e dinâmica do que a simples pobreza, já que existe uma diversidade de indicadores para traçar o problema. “As faixas etárias mais precoces são chaves no desenvolvimento humano. Então, a possibilidade de ter creche e não ter creche faz a diferença. Uma criança que frequenta a creche ou tenha passado pela creche tem condições de, por exemplo, falar muito mais palavras do que uma que não passou”, afirmou o pesquisador e um dos organizadores da publicação.

Também participando do lançamento, a secretária-adjunta da Educação, Joane Vilela, afirmou que o livro, por conta da riqueza de dados, poderá ser usado na rede municipal como base para a formação de educadores. “Pretendemos encaminhar esse livro para as nossas unidades habitacionais a exemplo do que fizemos com o livro que subsidia o professor para ele poder participar do mestrado profissional em matemática para concorrer os editais que já foram lançados”, disse.


 


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Crédito: Fernando Pereira / SECOM



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