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Domingo, 27 de Junho de 2021 | Horário: 10:00
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Jovem com sequelas pós-Covid reaprende atividades de rotina com ajuda da reabilitação oferecida pela saúde municipal

Mais de 16 mil pacientes egressos de internação devido à Covid-19 são acompanhados pelo Núcleo Integrado de Reabilitação

Relatadas com frequência nos serviços de saúde, as sequelas pós-Covid precisam ser acompanhadas e tratadas com atenção e cuidado. Mesmo quem teve um quadro leve da doença, pode desenvolver a chamada Síndrome pós-Covid, que ocorre quando um ou mais sintomas persistem ou até pioram após um determinado tempo da infecção. Por isso, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) oferece acompanhamento para esses casos.

A nutricionista Aline Falcões Crepaldi, de 29 anos, não possui comorbidades e desenvolveu sequelas graves depois de se infectar com a Covid-19. Ela, então, passou a fazer reabilitação no Núcleo Integrado de Reabilitação (NIR), na UBS Jaçanã, para conseguir voltar a fazer atividades simples de rotina sem precisar de nenhuma ajuda.

Os sintomas começaram no dia 22 de fevereiro de 2021. Três dias depois, Aline realizou o teste e teve um resultado positivo. “Tive bastante falta de ar, saturação entre 87 e 88, dor de cabeça intensa, dor no corpo, fraqueza muscular, diarreia, falta de apetite, perda de paladar e perda de olfato”, conta ela. A nutricionista não precisou ser internada, mas ia diariamente ao hospital, já que sempre estava com a saturação muito baixa.

Ao se aproximar do 14º dia de infecção, período em que a maioria das pessoas costuma apresentar uma grande melhora dos sintomas, Aline percebeu que estava, na verdade, piorando. "Eu não conseguia me alimentar sozinha, não conseguia tomar banho sozinha, me vestir sozinha. Eu comecei a ver que aquilo provavelmente era uma sequela", lembra.

Assim como a Covid-19 em si, as sequelas da doença também podem atingir pessoas em qualquer faixa etária, mesmo as que levam um estilo de vida mais saudável, como Aline. "Eu fazia atividade física, fazia caminhada, estava iniciando corrida. Sempre fiz atividade, então eu tinha um ritmo bem intenso. E aí, de um dia para o outro, eu acabei ficando acamada", relata.

Processo de recuperação

Patricia Pereira Gouvea Theodoroff, supervisora do Núcleo Integrado de Reabilitação (NIR), explica que o paciente com sequela pós-Covid passa por uma avaliação multiprofissional antes de iniciar o tratamento de recuperação. A partir dessa avaliação inicial, a equipe de saúde define um projeto terapêutico singular para cada caso, dependendo da necessidade do paciente. "Aí ele vai ser direcionado para a fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia ou para psicologia. A gente conta com neurologista e ortopedista, que também dão esse suporte, caso seja necessário”, diz.

Ela ainda destaca que o serviço de saúde tem recebido bastante pessoas com sequelas no âmbito da saúde mental também. "Muitos pacientes com questões de ansiedade, depressão e medo. Tudo em torno da questão relacionada à Covid", ressalta Patrícia.

Tratamento pós-Covid

O tratamento da Aline começou em março. A nutricionista lembra que mal conseguia conversar no primeiro dia de avaliação, quando chegou à unidade de saúde, por conta da falta de ar e cansaço excessivo. "Do que eu estava, para agora, não tem nem comparação. Agora eu estou conseguindo voltar a ter a minha independência", pontua. Após cerca de três meses de recuperação, ela já consegue sair sozinha, tomar banho e fazer outras atividades do dia a dia sem precisar pedir ajuda.

Para o caso dela, a reabilitação indicada foi a fisioterapia. Os exercícios eram feitos na própria unidade uma vez por semana, mas também eram passados para que a nutricionista fizesse em casa, todos os dias.

Stephanie Hackradt Przadka, fisioterapeuta que atende casos de sequelas pós-Covid no NIR e contribuiu com o tratamento da Aline, explica que não propõe obrigatoriamente séries específicas de exercícios para todos os pacientes. "Normalmente, eu vou trazendo exercícios de acordo com a demanda, tanto do que os pacientes pedem, falando do que eles têm dificuldade em casa e o que não conseguem fazer pra gente melhorar isso, associado a exercícios de respiração", comenta.

Uma estratégia utilizada pela fisioterapeuta é pedir que cada pessoa tenha um caderno para anotar os exercícios feitos. Dessa forma, é possível acompanhar a evolução do quadro com o passar das semanas e o paciente também tem acesso ao conteúdo para praticar em casa.

Hoje, Aline ainda está se recuperando das sequelas que teve, mas já sente uma melhora significativa e leva a própria experiência como forma de alertar outras pessoas sobre o risco da Covid-19. "A gente sempre acha que quando acontecer com a gente não vai ser tão grave, acha que vão ser sintomas leves. Eu não tinha comorbidades, tinha uma vida ativa e acabei ficando com sintomas muito graves”, conclui.

Ela também ressalta a importância de seguir com os cuidados necessários para prevenção, com uso de máscara, higienização das mãos e, sobretudo, distanciamento social: “Agora não é o momento para festas, para aglomerações. Eu acho que vai ter uma hora que a gente vai voltar a ter nossa rotina normal, mas é necessário esperar um pouquinho”.

Atendimento na capital

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) reforça que usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que estejam com sequelas pós-Covid podem procurar uma das 468 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade de São Paulo para solicitar atendimento. Inicialmente, a avaliação médica é realizada por teleconsulta pelas equipes de saúde. Em seguida, de acordo com a necessidade clínica, cada caso é encaminhado à rede especializada do município.

Atualmente, mais de 16 mil pacientes egressos de internação por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), devido ao diagnóstico de Covid-19, já estão sendo acompanhados nos serviços da Rede de Atenção à Saúde do Município.

Veja a lista dos endereços e detalhes de atendimento dos serviços de saúde da capital.

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