Notícia na íntegra
Macacos não transmitem a febre amarela
Assim como as pessoas, os primatas são vítimas dos mosquitos Haemagogus e Sabethes, que transmitem a febre amarela silvestre. Quando eles são infectados e chegam a morrer, servem como indicativo da circulação do vírus no local. O ser humano é contaminado acidentalmente, quando vai para áreas rurais ou silvestres que tem a circulação do vírus. Portanto, os vilões da doença ainda são os mosquitos, que transmitem diversas doenças, não os macacos.
“O ataque do mosquito à fauna é um alerta para podermos conter o avanço da doença e evitar que ela chegue ao ser humano. Os primatas atingidos são apenas vítimas da doença, e não a transmite ao homem. Pedimos que a população informe sobre a presença de animais doentes ou mortos e jamais mate nossos animais”, afirmou Juliana Summa, diretora da Divisão de Fauna Silvestre da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente.
Os mosquitos do gênero Haemagogus e Sabethes, encontrados na zona de mata, costumam circular em copas de árvores, local de repouso preferido dos primatas. Da mesma forma que os macacos são infectados pelos mosquitos, não é possível pegar a doença ao entrar em contato com uma pessoa ou animal infectado, uma vez que a febre amarela não é uma doença contagiosa e que apresenta dois ciclos de transmissão epidemiologicamente distintos:
- Febre amarela silvestre (FAS), que ocorre em primatas não humanos (macacos) e, os principais vetores transmissores são mosquitos silvestres (dos gêneros Haemagogus e Sabethes).
- Febre Amarela Urbana (FAU), que envolve o homem e tem como vetor principal o Aedes aegypti.
Desde antes mesmo do primeiro diagnóstico de febre amarela na capital, os primatas da cidade estão sendo monitorados e notificados pela Divisão de Fauna (DEPAVE-3) da Secretaria do Verde e Meio Ambiente (SVMA), responsável pela saúde dos animais silvestres do município. O órgão também monitora o estado de saúde dos animais entregues ao Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (CeMaCAS), agora no Parque do Ibirapuera. Lá, eles são submetidos a exame clínico e coleta para sorologia de Febre Amarela. Esse material é enviado ao Instituto Adolfo Lutz.
Uma vez encontrados animais nessas condições em determinada região, a Prefeitura deve tomar alguns cuidados preventivos. Os órgãos competentes de saúde do município e do estado desenvolvem ações específicas, como vacinação da população local e combate à proliferação dos mosquitos transmissores, como está acontecendo.
Os animais doentes ou mortos, se encontrados pela população, são um referencial importante para a saúde pública e devem ser notificados.
Ajude a combater a doença
No meio urbano, a febre amarela é transmitida pelo o mosquito Aedes aegypti, o mesmo que causa dengue, chikungunya e zika vírus. Desde 1942, o Brasil não registra casos de febre amarela urbana.
Para que ela continue longe da população, é fundamental reforçar o combate ao mosquito. A população pode ajudar, eliminando os locais que acumulam água e servem de criadouro para o mosquito, principalmente nas residências.
Denuncie
Ao encontrar espécies suspeitas de qualquer mamífero selvagem doente, o munícipe deve acionar ligar para o Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (CeMaCAS) pelo telefone 3885-6669, jamais atacando o animal.
Quem mata, maltrata, persegue, caça, ou apanha espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, sem a devida permissão, autorização ou licença da autoridade competente, ou em desacordo com o documento obtido, comete crime ambiental (Art. 29 da Lei 9605/98), que prevê detenção e multa.
Assim, os órgãos competentes de saúde do município e do estado poderão sempre desenvolver ações específicas, como vacinação da população local e combate à proliferação dos mosquitos transmissores, como está acontecendo.
Quem encontrar um animal silvestre sendo maltratado também pode denunciar pelos telefones 3885-6669 ou 153 (Guarda Civil Ambiental). Os mesmos telefones podem ser acionados para reportar animais silvestres encontrados mortos.
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