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Sexta-feira, 11 de Dezembro de 2015 | Horário: 10:49
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Pesquisa revela que 43% das pessoas mortas pela polícia são jovens

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) divulgou na manhã desta sexta-feira (11) a pesquisa inédita “Juventude e violência no município de São Paulo”, sobre mortes causadas por ação policial na cidade. Em 2014, 43% do total de homicídios cometidos pela polícia eram de jovens entre 15 e 19 anos. O estudo foi realizado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com dados municipais de Saúde e Assistência e Desenvolvimento Social.

Metade das mortes cometidas por policias se concentrou em 14 distritos da cidade, com maior incidência no Jardim São Luis, Ermelino Matarazzo, São Miguel Paulista e Sapopemba. “Estou muito emocionado porque, pela primeira vez na história, a Prefeitura de São Paulo resolve abrir os dados que ela consolida há pelo menos 25 anos em relação à mortalidade do meu povo. Estou emocionado porque o meu bairro está no topo da lista. Eu moro na favela Monte Azul, no Jardim São Luís, que está no topo da lista de mortalidade na cidade”, disse Claudio Aparecido da Silva, coordenador de Juventude da SMDHC, cumprimentando os articuladores jovens que atuam há mais de um ano nos territórios mais vulneráveis da capital.

De acordo com o estudo, a vitimização de jovens pela polícia é 10,5 vezes maior que a de não jovens na cidade de São Paulo. Entre os jovens mortos, 64% são negros. “No Brasil, 52% da população é negra e parda, proporção alta. No Estado de São Paulo, essa proporção é de 40%. No município, 37%. E qual é a proporção de jovens de 15 a 29 anos negros mortos por ações da polícia? Nada menos do que 64%. Nós precisamos dialogar com a Secretaria da Segurança Pública sobre quais providências podemos tomar para alterar esse quadro”, afirmou o secretário Eduardo Suplicy (Direitos Humanos e Cidadania).

Os resultados mostram que, embora o número de homicídios tenha caído na cidade, as mortes causadas pela ação de forças policiais se mantiveram estáveis e hoje representam 21% do total de mortes intencionais no município. Os casos de homicídio contabilizaram 5.979 no ano 2000 e caíram para 1.661 em 2014, enquanto as mortes cometidas por policiais eram 327 casos e subiram para 353. A Polícia Militar foi responsável por mais de 95% das mortes cometidas por forças policiais na cidade em 2014.

A apresentação da pesquisa abriu o I Seminário Municipal de Segurança Pública e Direitos Humanos, que também contou com a presença do secretário Simão Pedro (Serviços), das secretárias-adjuntas Célia Cristina Bortoletto (Saúde) e Cristina Cordeiro (Assistência e Desenvolvimento Social), dos secretários-adjuntos Elizeu Soares Lopes (Igualdade Racial) e Guilherme Assis de Almeida (SMDHC) e do chefe de gabinete do Serviço Funerário, Fulvio Giannella Junior, além do promotor Eduardo Valério, do Ministério Público Estadual.

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Crédito: Fabio Arantes/SECOM
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