Prefeitura de São Paulo

Vinte beneficiários do programa ‘De Braços Abertos’ foram incluídos na nova etapa do projeto Fábrica Verde – curso de capacitação voltado para a área de jardinagem. Eles receberão noções de paisagismo, plantio de jardins comestíveis, produção de mudas e compostagem. As atividades práticas começaram nesta terça-feira (15) na Escola Estufa Complexo Prates, no Bom Retiro, e foram acompanhadas pelo prefeito Fernando Haddad. Ontem, eles já haviam participado de uma aula inaugural no largo Coração de Jesus, no Centro.

"Muita gente não acreditava que essas pessoas pudessem ser reinseridas (na sociedade) com cuidados específicos. Obviamente que alguns ainda estão distantes de um trabalho com carteira assinada, mas a cada semana eles melhoram as condições de trabalho. No começo, as atividades foram mais assistenciais e de alojamento, já que essas pessoas estavam largadas na rua. Hoje a Saúde tem um protagonismo cada vez maior e à medida que a saúde deles melhora, o trabalho vai ganhando importância", destacou o prefeito Fernando Haddad.

O curso com os beneficiários do ‘De Braços Abertos’ terá carga horária de 160 horas, divididas entre aulas teóricas e práticas. A orientação deve ocorrer pela manhã, em um centro de apoio da ONG parceira do programa, a Brasil Gigante, no largo Coração de Jesus, enquanto as atividades práticas ocorrerão regularmente na Escola Estufa Complexo Prates.

Após a aquisição de habilidades por parte dos beneficiários, a Prefeitura deve dar início a uma nova fase do programa, instalando por toda a cidade incubadoras sociais, isto é, espaços onde eles poderão desenvolver habilidades, criar produtos e, posteriormente, vendê-los inclusive. A ideia é que eles sejam, gradualmente, reintegrados a suas famílias e regiões de origens. "Está sendo feito um trabalho de contato com a vida pregressa dessas pessoas, para que elas retomem vínculos que foram rompidos em função da droga e que hoje já podem ser restabelecidos", afirmou Haddad.

Luciano Santos, de 34 anos, é uma das pessoas que, voluntariamente, foram atrás do curso de capacitação de jardinagem. Ele é beneficiário do programa ‘De Braços Abertos’ e, até a semana passada, atuava nas atividades de varrição das ruas e praças da região da Luz. "Já tenho alguma prática com o cuidado de árvores e plantas. Enxerguei neste curso uma possibilidade de retomar a minha vida", disse ele.

A mesma esperança tem Priscila Pareschi de Paula, de 29 anos. "Espero aprender muita coisa com esse curso e, com isso, conseguir andar com meus próprios pés e ter uma vida normal como qualquer outra pessoa", afirmou ela.

Além do projeto Fábrica Verde, a Secretaria Municipal do Trabalho dará início a duas outras capacitações: um curso de inclusão digital, que passará aos participantes noções de informática em programas básicos de computação e também um curso de eco artesanato, a partir do qual os beneficiários trabalharão com resíduos sólidos. Ambos cursos terão carga horária de 360 horas.

Fábrica Verde
O Fábrica Verde tem como objetivo qualificar profissionais para o empreendedorismo na área de agricultura urbana, ou seja, oferece noções de jardinagem, desenvolvimento de produtos congêneres, inclusive compostagem e abordagem de cultivo vertical, além de ensinar os participantes a realizar teto verde sustentável.

O projeto é organizado pelas secretarias municipais do Trabalho, de Educação e do Verde e Meio Ambiente. Atualmente, o programa está em curso em dois CEUs da cidade – Três Pontes (São Miguel Paulista) e Jambeiro (Guaianases), ambos na zona Leste. Para se inscrever, os interessados devem ter 16 anos no mínimo e ter cursado até a 4ª série do ensino fundamental.

‘De Braços Abertos’
Iniciado no dia 14 de janeiro, o projeto oferece vagas em hotéis, três refeições diárias, participação em uma frente de trabalho de varrição por quatro horas diárias, duas horas de capacitação e renda de R$ 15 por dia. Os beneficiários estão sendo acompanhados individualmente. Busca-se, com isso, uma reintegração dos indivíduos com a sociedade.

Dados das equipes de saúde divulgados no acompanhamento de 2 meses indicam a redução de 50% a 70% no consumo de médio de crack, como consequência, entre outros fatores, do resgate social e de atividades que organizam a rotina diária. No geral, 86% dos participantes conseguem manter frequência regular nas frentes de trabalho, segundo as equipes de acompanhamento. As faltas ocorrem, geralmente, por motivo de recaídas, exaustão física, doença ou turbulências na vida social dos beneficiários.

Fotos para download

Aula prática na Escola Estufa Complexo Prates
Crédito: César Ogata/SECOM | Foto 1 | Foto 2 | Foto 3 | Foto 4 | Foto 5

Aula teórica na ONG Brasil Gigante
Crédito: Heloisa Ballarini/SECOM | Foto 1 | Foto 2 | Foto 3

Fábrica Verde no CEU Jambeiro
Crédito: Fábio Arantes/SECOM | Foto 1 | Foto 2 | Foto 3 | Foto 4 | Foto 5