Notícia na íntegra
Prefeitura padronizará velocidade máxima na capital para 50 km/h
Com o intuito de diminuir o número de acidentes graves e mortes no trânsito da capital, a Prefeitura de São Paulo irá padronizar até 2016 a velocidade das principais ruas e avenidas em 50 km/h. No início, serão priorizadas as vias com maior fluxo e locais com os maiores índices de acidente.
“Nós temos uma decisão para a redução dos limites de velocidade na cidade toda. Exceto aquele trecho da [avenida] 23 de maio da Praça da Bandeira até o Viaduto João Julião [da Costa Aguiar] e a pista central e expressa das marginais, todas as vias da cidade de São Paulo terão o limite máximo de velocidade máxima de 50 quilômetros por hora. É evidente que alguns locais da cidade, como na região central, você pode ter um limite menor de velocidade”, afirmou o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto, durante entrevista coletiva concedida na tarde de hoje.
A redução de velocidade nas vias da capital está inserida no Plano de Proteção à Vida, iniciado em 2013. No ano passado, a redução do limite de velocidade foi implementada em 61 quilômetros de ruas e avenidas da cidade.
A comunicação para avisar os motoristas sobre as alterações será feita com no mínimo três dias de antecedência, por meio de sinalização viária nos locais onde haverá diminuição, informações na página da CET na internet e pelo envio de dados aos veículos de comunicação.
Vias que tiveram a velocidade alterada
Desde julho deste ano, a velocidade máxima permitida nas Marginais Pinheiros e Tietê foi reduzida de 90 km/h para 70 km/h, no caso dos carros, e de 70 km/h para 60 km/h no caso dos caminhões que trafegam pela pista expressa. Somente em 2014, 73 pessoas morreram em colisões e atropelamentos.
Na zona leste, desde o início do mês a redução de 60 km/h para 50 km/h foi adotada nas avenidas Jacu Pêssego e Aricanduva.
Também já foram alteradas as velocidades na Avenida Professor Luís Ignácio de Anhaia Melo (zona leste), Rua da Consolação (centro), Avenida Paulista (centro), Avenida Ibirapuera (zona sul), Avenida Miguel Yunes (zona sul), Estrada de Itapecerica (zona sul), rua Sena Madureira (zona sul) e avenida Brás Leme (zona norte).
“Para cada via você precisa fazer um projeto. Não é simplesmente tirar uma placa e por outra. Tem uma parte de projetos que você precisa executar, e é isso que a CET fez. A pessoa sai de casa e já sabe que o limite dela é de 50 km/h”, disse Tatto.
A redução de velocidade no corredor Norte/Sul, que é formado pelas avenidas Santos Dumont, Tiradentes, Prestes Maia, Vale do Anhangabaú, 23 de Maio, Rubem Berta, Moreira Guimarães, Washington Luís e Interlagos está prevista para o mês de setembro.
Acidentes e mortes
De acordo com a CET, com a redução para 40 km/h em vias do centro da cidade, a redução do número de mortes em acidentes de trânsito e atropelamentos foi de 71%. Entre agosto de 2012 e setembro de 2013, foram registrados na região 167 acidentes, com 7 mortes. Já entre novembro de 2013 e dezembro de 2014, período posterior à implementação, foram 136 acidentes, com 2 mortes. A redução do número de acidentes foi de 18,5%.
“Do ponto de vista do fluxo de veículos, as Marginais mostraram que o fluxo aumentou a velocidade média, melhorando o trânsito. Do ponto de vista de segurança, os dados preliminares que nós temos aonde implantamos em outros locais a Área 40 e nesses 50 onde estávamos implantando a ciclovia, diminuíram o número de acidentes, principalmente graves. É um ganho para a cidade”, disse Tatto.
Em 2014, nas duas Marginais, ocorreram 1.180 acidentes com vítimas, com 1.399 pessoas feridas e 73 mortes. Na Marginal Tietê, foram registrados 504 acidentes com vítima em 2014, que provocaram ferimentos em 645 pessoas e 40 mortes. Deste total, foram 54 atropelamentos, que feriram 43 pessoas e mataram outras 15. Já na Marginal Pinheiros, no mesmo período, foram 580 acidentes com vítima, com 754 pessoas feridas e 33 mortes. Destes acidentes, foram 42 atropelamentos, que resultaram em 40 vítimas feridas e 10 mortas.
Em 2012, foram registrados na cidade 26.932 acidentes com vítimas (feridos ou fatais). Em 2013, com o início das intervenções do Plano de Proteção à Vida (PPV), houve queda para 25.508 acidentes. Em 2014, nova queda: foram 23.547 acidentes desse tipo. O número de pessoas atropeladas chegou a 7.759 em 2012. No ano seguinte, foram 7.202; e, em 2014, 6.482 pessoas foram atropeladas.
Experiência internacional
Dados da Organização Mundial de Saúde mostram que acidentes de trânsito podem se tornar a 5ª maior causa de mortes em 2030. Em outras grandes capitais do mundo, como Tóquio, Londres e Paris, a velocidade máxima permitida é de 50 km/h, limite que tem impacto direto nos índices de mortes anuais por 100 mil habitantes, que nessas cidades é de 1,7 óbito (Tóquio), 2,7 (Londres) e 3,1 óbitos (Paris). Em São Paulo, onde as velocidades máximas estão acima de 60 km/h, este índice é de 11,8, cerca de quatro vezes maior.
Experiências de redução de velocidade em outros países europeus também demonstram sucesso na redução da fatalidade dos acidentes de trânsito. Na Dinamarca, por exemplo, a diminuição de 60km/h para 50km/h em rodovias em áreas construídas provocou a redução de 24% nos acidentes com morte. O limite máximo de velocidade de 50km/h é atualmente adotado em áreas urbanas de países como Áustria, Bélgica, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Espanha e Suécia. Em Londres, o limite em algumas vias é de 32 km/h.
Na maioria dos acidentes de trânsito, a menor velocidade do veículo poderia ter evitado o acidente ou abrandado os danos físicos e materiais. Segundo estudo da organização WRI Brasil-EMBARQ Brasil, ao atropelar um pedestre a 60 km/h, o risco de morte é de mais de 80%; se o carro estiver a 50 km/h, contudo, a vítima sofre ferimentos, mas o risco de fatalidade é bem menor, inferior a 50%.
Plano de proteção à vida (PPV)
Uma das ações do Plano de Proteção à Vida é o CET no seu Bairro, que ocorre em diversas localidades da cidade. Até o momento, foram beneficiadas 77 regiões. Por seu intermédio, houve a implementação ou recuperação de 4.960 travessias de pedestres. Foi realizada a sinalização de solo em 135.831 metros quadrados; colocadas 12.464 placas indicativas de trânsito e atendidas 154.558 pessoas em ações educacionais realizadas nas escolas.
Também foram revitalizados os semáforos em 4.537 cruzamentos no município. Além do CET no Seu Bairro, a educação no trânsito feita nas escolas abrangeu 147 mil pessoas em cursos para estudantes de todos os níveis escolares.
Estão em implementação as faixas de pedestre em diagonal nos cruzamentos de grande movimento que, além de proporcionar segurança, reduzem o tempo de travessia.
Para evitar choques de motociclistas e bicicletas com outros veículos na saída do sinal verde, a Prefeitura instalou junto aos semáforos 289 bolsões da operação “Frente Segura”, que concede um espaço reservado para eles.
Essas intervenções absorveram a necessidade da presença dos chamados “mãozinhas”, incluídos nos cruzamentos no antigo Programa de Proteção ao Pedestre, que vigorou até o final do ano passado. Além da fiscalização eletrônica implementada na cidade - eram 167 locais monitorados no início de 2014; hoje são 746 - os agentes da CET fazem a orientação para os veículos e pedestres para garantir segurança nas travessias.
SECOM - Prefeitura da Cidade de São Paulo
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