Notícia na íntegra
Desfiles do grupo especial levam mais de 94 mil pessoas para o Sambódromo do Anhembi

Em ritmo de alegria, quase 95 mil pessoas estiveram no Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte, para acompanhar as duas primeiras noites grupo especial das escolas de samba de São Paulo. De acordo com a Liga das Escolas de Samba da capital, na noite de sexta (9) e na madrugada de sábado (10), 45.738 foliões acompanharam os desfiles e, de sábado para domingo (11), 48.510 pessoas passaram pelo local.
O prefeito Ricardo Nunes compareceu na abertura do evento e destacou o sucesso do Carnaval da cidade. "Hoje a gente começa o Carnaval do São Paulo, o maior Carnaval do Brasil. Nós tivemos todos os ingressos vendidos, da arquibancada e dos camarotes, então um sucesso total, tudo muito bem organizado, com muita segurança", disse Nunes.
O vice-governador Felício Ramuth elogiou a festa da capital. "Hoje é um dia especial, temos a a mais rica manifestação cultural no Brasil, e o Carnaval de São Paulo é um exemplo da indústria e da economia criativa, gerando milhões em recursos e geração de emprego nesse período, e claro, também promovendo a alegria e a diversão".
O prefeito também ressaltou a questão da acessibilidade do Sambódromo. "Neste ano a gente tem o intérprete de libras em todas as escolas de samba e, nas cabines, a autodescrição para as pessoas cegas. Aqui temos toda a infraestrutura para que pessoas cegas e surdas possam acompanhar o Carnaval. Acho que é um grande exemplo que São Paulo dá para o Brasil'.
Este ano, o Sambódromo passou por readequações. Antes, os jurados ficavam espalhados pelas torres altas ao longo do Sambódromo e, por uma decisão da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo (LigaSP), que organiza os desfiles das escolas, essas torres foram removidas, permitindo uma melhor experiência do público e fazendo com que os jurados tenham uma visão mais próxima das escolas.
A escola de samba Camisa Verde e Branco abriu a primeira noite de desfiles, retornando ao grupo especial, carregando a sua tradição e seus nove títulos pela avenida falando sobre os jovens pretos que saíram da periferia e conquistaram o mundo. O Jogador Adriano foi um dos homenageados. Em seguida, a Faculdade do Samba Barroca Zona Sul entrou com a sua predominância verde e rosa homenageando os seus 50 anos de história.
Na sequência, a Dragões da Real desfilou com o seu primeiro enredo afro, “África, uma constelação de Reis e Rainhas”, destacando o exemplo de luta, coragem e resistência. Em seguida, a Independente Tricolor desfila com o samba-enredo sobre a força da mulher preta.
Quinta escola a desfilar, a Acadêmicos do Tatuapé falou sobre a cidade de Mata de São João, na Bahia. Já a Mancha Verde, vice-campeã do ano passado, destacou a importância da agricultura inspirada no orixá Ocô, também da mitologia africana.
Já com o dia claro, a Rosas de Ouro encerrou a primeira noite na passarela do samba com o enredo “Ibira 70”, em homenagem os 70 anos do parque paulistano.
“Está é a quinta vez que desfilo e sempre parece ser a primeira vez, com aquele frio na barriga, mas a minha impressão é que o nosso carnaval cresce a cada ano, sempre com uma novidade!”, disse a manicure Juçara Lopes Gouveia, 33 anos.
Segunda noite de desfiles
Ao longo da madrugada de sábado (10) para domingo (11) mais sete escolas desfilaram pelo grupo especial. Quem preferiu utilizar o transporte público para ir ao Anhembi pôde voltar para casa com ônibus de graça a partir da meia noite. De acordo com a Liga das Escolas de Samba de São Paulo, 48.510 pessoas compareceram na arquibancada e nos camarotes da Zona Norte de São Paulo.
Pontualmente às 22h30, o Vai-Vai retornou ao grupo especial levando o hip hop para a avenida, em uma mistura de ritmos. “Eu acho que o dia de hoje marca a história do samba. Eu nunca pensei que o samba com o hip hop, com o rap, me emocionaria tanto”, disse a estudante Mariana Pereira, 19 anos.
Segunda a desfilar, a Tom Maior falou de amor, com um samba inspirado na história de Orfeu e Eurídice, em uma releitura indígena dos povos originários da mitologia grega. Em seguida, a atual campeã do carnaval, Mocidade Alegre, se inspirou em Mario de Andrade e mostrou para o público as viagens que o poeta fez pelo Brasil na década de 1920.
“Essa é a minha primeira vez aqui, assistindo um desfile de perto. Pela televisão não dá para ter a noção que temos aqui, fora que o tempo também ajudou, também tem as comidas aqui. Eu realmente espero voltar mais vezes”, disse o enfermeiro Carlos Santos Santana, 43 anos.
Com muita animação nas arquibancadas, a Gaviões da Fiel se inspirou em uma frase do desfile de 1995 e levou para o Anhembi uma viagem por tudo aquilo que é infinito. Já a Águia de Ouro, contou a história dos 100 anos do rádio no Brasil, levando para a pista um enredo de muita nostalgia, com radionovelas, notícias e futebol.
Penúltima escola a desfilar, o desfile da Império de Casa Verde homenageou o estado do Pará e uma das suas principais cantoras, Fafá de Belém. Encerrando os desfiles do grupo das campeãs, a Acadêmicos do Tucuruvi contou a história do Culto de Ifá com uma mensagem sobre a valorização das religiões de matriz africana, destacando a importância da tolerância religiosa.
Neste domingo (11), as escolas do grupo de acesso disputam duas vagas no grupo especial. Confira a programação:
21h00 – Dom Bosco de Itaquera
22h00 – Torcida Jovem
23h00 – Nenê de Vila Matilde
00h00 – Pérola Negra
01h00 – Colorado do Brás
02h00 – Unidos de Vila Maria
03h00 – Estrela do Terceiro Milênio
04h00 – Mocidade Unida da Mooca
Carnaval Inclusivo
O carnaval paulistano também contou com a 8ª edição do Samba com as Mãos, uma iniciativa criada em 2017, disponibiliza, no próprio Anhembi (e pela internet), vídeos com a interpretação em Libras dos sambas-enredo das escolas que pertencem ao Grupo Especial e Grupo de Acesso I — este último incluso desde o Carnaval de 2023, e assim, gerando a promoção da acessibilidade comunicacional para as pessoas com deficiência auditiva e surdas.
“Estou muito feliz por estar aqui, tendo a honra de ser a madrinha da inclusão social, que tem prioridade aqui na cidade de São Paulo. Só gratidão. Fico muito feliz e convido as pessoas a participarem da maior festa do Brasil que acontece aqui na nossa cidade”, disse a primeira dama, Regina Nunes.
Além disso, pela primeira vez, intérpretes de Libras, estão presentes nos carros de som, ao lado da ala musical das escolas de samba do Grupo Especial e Acesso I, durante todo o desfile. Assim, pessoas surdas e com deficiência auditiva poderão acompanhar o repertório. Essa novidade é fruto da ação denominada ‘’Carnaval Inclusivo’’, que possui mais dois projetos destinados às pessoas com deficiência.
"Eu já tive aqui no Anhembi outras vezes, mas é sempre bom voltar, né? Cada vez que volta parece que é a primeira vez. Quando eu perdi a minha visão, o meu primeiro uso de bengala, em 2013. Então é muito emocionante, eu fico até arrepiada de estar aqui, porque foi uma experiência muito grande pra mim desfilar pela primeira vez usando a minha primeira bengala e num sambódromo, sabe? Já desfilei em várias escolas e é sempre emocionante. Para mim é muito importante essas ações que a Prefeitura de São Paulo faz com a gente", disse Aparecida Pereira Rosa.
O aposentado Francisco Salles Palácio, de 51 anos, morador do Capão Redondo, disse que iniciativas como essa mostram a importância da inclusão. "Como sou cego, se não fosse a audiodescrição, não poderia participar da festa. Torcedor da Vai Vai, pôde se informar sobre o enredo e as fantasias. "Esse trabalho é muito bom".
O serviço é operacionalizado por meio de uma cabine instalada no Sambódromo, dentro da qual o audiodescritor transformará o que há de visual no desfile em verbal. A transmissão acontece em tempo real pelo canal do Youtube da secretaria (youtube.com/@smpedsp) para quem quiser assistir de casa.
SECOM - Prefeitura da Cidade de São Paulo
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