Notícia na íntegra
Professoras de CEI da Zona Oeste criam atividade para estimular criatividade de bebês e crianças
Com o objetivo de incentivar o desenvolvimento dos mais de 100 bebês e crianças matriculados no Centro de Educação Infantil (CEI) Jamir Dagir, localizado na Vila Ipojuca, Zona Oeste da capital, as educadoras da unidade criaram uma nova atividade para os pequenos. É o Projeto Caixola, que estimula a criatividade, interações e afetos mesmo durante as aulas remotas, devido à pandemia de Covid-19.
O programa teve início em 2020, quando, devido ao distanciamento social, as professoras passaram a utilizar o blog da escola para se comunicar e compartilhar vídeos e atividades para os alunos. No entanto, havia a preocupação em não expô-los às telas durante períodos longos e ainda propiciar momentos qualificados entre eles e seus familiares. Foi quando começaram a refletir sobre novas possibilidades.
As mestras contam que a inspiração para a caixa surgiu durante uma conversa virtual com as famílias. Na ocasião, uma das mães explicou que havia desenvolvido um projeto em seu trabalho, em uma instituição social. A partir daí, elas buscaram outras referências: pensaram coletivamente nas reuniões; consultaram os pais das crianças nos encontros on-line do Conselho de Escola e enviaram um questionário para que os responsáveis descrevessem as necessidades e expectativas em relação ao conteúdo das caixas. A ideia era que dessem sugestões de materiais que facilitassem a interação com os pequenos enquanto o CEI estivesse fechado.
Com a aprovação da comunidade escolar e as respostas das famílias, as docentes passaram a se organizar para montar a “Caixola”. Elas contam que o processo de concepção, captação de materiais e confecção durou dois meses. Todos os profissionais e responsáveis tiveram a possibilidade de ajudar. Alguns fizeram trabalhos manuais, outros doaram recicláveis para compor o que se transformaria em um grande presente para cada aluno.
A Caixola
A professora da unidade, Maria Cristina Camargo, ressalta que a Caixola foi pensada a partir de quatro princípios norteadores: o olhar para as brincadeiras na infância como direito básico e essencial para o desenvolvimento humano; o cuidar dos bebês, crianças e suas famílias, fortalecendo os vínculos entre eles e a escola; o encantar por meio de materiais de qualidade e beleza que estimulam o protagonismo e a autonomia dos alunos e, por fim, a inspiraração para estimular novas ideias e ações focadas nas infâncias.
Assim, foram organizados seis kits de materiais contendo:
- Elementos da natureza – Composto por gravetos, folhas, pedras, sementes e ervas. O objetivo do kit é estimular os cinco sentidos a partir de atividades como escalda pés, degustação de chás, percepção das formas e texturas dos elementos naturais;
- Materiais não estruturados – Embalagens de recicláveis, tampas de garrafa, retalhos de tecido, potes de sorvete e bobinas de papel higiênico, entre outros. Esses materiais aguçam a criatividade ao explorar as diversas possibilidades de uso;
- Marcas e produtos gráficos – Itens para desenho, pintura e colagem como giz de cera, de lousa, carvão, guache, urucum e diferentes tipos de suportes para pintura. Algumas folhas traziam sugestões para possíveis atividades de observação e também interferências que poderiam contribuir para os registros infantis;
- Brinquedos para imaginar – Composto por dedoches, garrafas sensoriais, elementos para teatro de sombra e um potinho da calma;
- Jogos – Um carômetro e jogo da memória feitos com cartinhas com fotos dos bebês e crianças de cada turma, para estimular o afeto e a lembrança dos amigos da escola;
- Músicas – Seleção de canções compostas por referências do universo infantil como Palavra Cantada e Tiquequê, além de outros artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso e Arnaldo Antunes. Um código de barras foi anexado à caixa para os responsáveis terem acesso à playlist a partir de um smartphone
O desenvolvimento da caixa surgiu da preocupação das educadoras em propiciar experiências, aprendizagens e interações para os pequenos.
“A gente usa as mídias digitais para a comunicação com as famílias e alunos, mas queremos que elas não fiquem tão expostas às telas. A caixola foi uma alternativa e um refúgio para este momento”, ressalta Luciana Fukui.
Hora da entrega
Para a segurança de todos e a cada processo, foram respeitados os protocolos de higiene dos materiais e também o tempo de armazenamento (quarentena) das caixas finalizadas para que ficassem livres de possíveis vírus. A escola organizou horários e dias para a entrega com atenção aos protocolos de distanciamento e higiene. Todos os estudantes matriculados na unidade ganharam a sua própria Caixola.
Resultados
Após alguns dias da entrega, as educadoras perceberam que a caixa facilitou ainda mais o processo de desenvolvimento das aprendizagens e possibilitou a ampliação do repertório de brincadeiras dentro do círculo familiar e das interações das famílias com a escola.
“A ‘Caixola’ propiciou acolhimento e afeto. Foi possível perceber que em cada casa foram utilizados os elementos de formas diferentes. Trabalharam de acordo com o que fazia sentido para eles e os resultados foram diversos”, comemora a educadora Mariana Neder.
“Para mim, a Caixola representa a materialização de um sonho comunitário de cuidado das infâncias e de seus familiares em tempos de distanciamento social. Só foi possível porque cada pessoa envolvida ofereceu sua criatividade, materiais e talentos. Todos da comunidade do CEI Jamir Dagir usaram a imaginação para construir uma realidade de afeto e cooperação”, diz Renata Laurentino, mãe da aluna Lina e idealizadora das “Caixas de Nutrição para Imaginação”, que foi inspiração para o projeto.
O sucesso foi tamanho que a professora Maria Cristina afirma que há planos para que em 2021 novas caixas circulem pelas salas do CEI e também nas casas das crianças.
“A concretização desse trabalho é a marca que desejamos deixar para que nossos pequenos acreditem em dias melhores”, conclui a professora.
Outras ações
No início deste ano, as educadoras propuseram uma roda de apresentação virtual para suas turmas. Solicitaram que as famílias enviassem uma foto acompanhada com uma pequena apresentação das crianças e criaram um arquivo no qual é possível conhecer os rostos de cada uma delas e de suas respectivas docentes, além de saber os gostos pessoais como alimentos, brincadeiras e passatempos preferidos.
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