Prefeitura de São Paulo

São Paulo deve se firmar como cenário de produções nacionais e internacionais de cinema, publicidade e de televisão. As filmagens serão estimuladas com a criação, nesta quarta-feira (30), da São Paulo Film Commission, órgão que irá centralizar e agilizar autorizações para produtores de audiovisual. Estima-se que a produção de um longa-metragem internacional movimenta 250 mil dólares por dia, e a de um comercial de TV gera cerca de R$ 1 milhão por semana.

A desburocratização do processo de autorização de filmagens integra uma política de estímulo à produção audiovisual na cidade. “Nós estamos fechando um ciclo importante hoje com as novas salas de exibição e com a film commision, organizadas pela Spcine. As reclamações eram muito frequentes da burocracia que era filmar em São Paulo. As grandes cidades do mundo têm uma comissão para dar suporte para a indústria do audiovisual” afirmou o prefeito Fernando Haddad, em entrevista coletiva na sede da Prefeitura nesta quarta. A comissão foi criada por decreto, que será publicado no Diário Oficial nesta quinta-feira (31).

Após a solicitação de autorização por meio de um cadastro na internet, a comissão tem até uma semana para emitir a autorização. No caso de peças de publicidade, o prazo é reduzido para até dois dias úteis. Algumas locações terão liberações imediatas. Com o decreto, o órgão assume a negociação com os órgãos envolvidos na liberação de ruas, parques e outros espaços para filmagem. Antes, produtores audiovisuais chegavam a percorrer 10 guichês diferentes, dependendo do tamanho da produção, para conseguir rodar um filme, série ou anúncio de TV.

Em fase pré-operacional, o departamento já atendeu em sete meses a 58 produções, entre séries, programas de TV, videoclipes, publicidade, longas e curtas-metragens. O piloto aconteceu entre agosto de 2015 a fevereiro de 2016.

“Estou muito feliz como produtora e cineasta por duas razões: porque a gente agora pode saber que São Paulo é uma cidade audiovisual. A cidade assume a importância que ela tem na América Latina. 99% dos meus filmes eu fiz em São Paulo, então a film commision é uma maravilha para a gente”, avalia a cineasta paulistana Tatá Amaral.

As filmagens movimentam a economia das cidades e geram empregos em diversos setores. Na cidade de Nova York (EUA), dona da principal film commission do mundo, o impacto das produções gira em torno de 8,7 bilhões de dólares anualmente, com mais de 100 mil pessoas empregadas, por exemplo.

Outro benefício é a valorização da imagem da cidade no imaginário nacional e internacional. “Vamos ter o reconhecimento da imagem de São Paulo fora da cidade, isso divulga a cidade e também aumenta a autoestima da população. É importante ver seu cenário cotidiano presente nos filmes, pelo reconhecimento, pela identidade e pela memória”, explicou o secretário Nabil Bonduki (Cultura).

A realização de um cadastro único vai permitir a criação de um banco de dados com informações sobre a produção audiovisual na cidade. Será possível identificar as modalidades de produção mais realizadas na cidade, as locações mais procuradas, o perfil dos cineastas, entre outros.

Uma inovação é a organização de uma tabela de preços públicos com descontos para cada tipo de produção. “O preço público é o que é cobrado em cada equipamento público quando uma filmagem é solicitada. A tabela vai garantir descontos de 40% a 80% Então o curta-metragem vai ter um desconto bastante relevante, praticamente gratuidade, enquanto a publicidade, que tem orçamento, vai pagar um valor mais alto. Isso vai garantir coerência com o porte de cada produção”, disse Alfredo Manevy, diretor-presidente da Spcine. Na tabela, serão diferenciadas as categorias curta, longa-metragem, série, programa de TV, websérie, animação e games, documentário e publicidade.

Geração de empregos

A São Paulo Film Commission contruirá uma base de dados com os serviços e profissionais do audiovisual disponíveis na cidade, como forma de incentivar arranjos produtivos e fortalecer a mão de obra locais. Por meio do Selo Spcine, diferentes prestadores de serviços poderão se identificar como parceiros da empresa, oferecendo benefícios para produtores audiovisuais.

Serão três categorias: EU SOU CENÁRIO, para espaços que disponibilizem sua locação para filmagem; AMIGO DO CINEMA, no qual o serviço ou comércio oferece desconto nos preços para produções audiovisuais; SÃO PAULO É CENÁRIO, com prédios públicos que têm disponibilidade automática para filmagem.

Os dados estarão disponíveis no aplicativo da comissão. A ferramenta oferece ao produtor audiovisual um manual de como deve proceder para filmar em São Paulo, com acesso ao cadastro único para obtenção de autorizações, ao banco de dados de serviços e mão de obra especializada e também um cadastro em permanente atualização das locações ofertadas pela cidade.

Conselho

A partir da assinatura do decreto, será constituído um Conselho de Filmagens e Gravações do Município de São Paulo, formado por órgãos da administração municipal direta e indireta. O colegiado, que deverá se reunir anualmente, fará a análise e sugestão dos preços cobrados pelo poder público para a prestação de serviços e locação de espaços da Prefeitura de São Paulo.

Participam representantes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), SPTuris e das secretarias municipais de Governo, Cultura, Verde e Meio Ambiente, Transportes, Finanças e Coordenação das Subprefeituras.  A CET também terá um funcionário para atuar como ponto focal junto à São Paulo Film Commission para os pedidos de filmagens e gravações que envolvam vias públicas.

FOTOS

Crédito: Fábio Arantes/SECOM

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