Prefeitura de São Paulo

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) entrega, a partir desta terça-feira (22), mais 120 cadeiras de rodas personalizadas à população da capital paulista. A distribuição terá início pelos Centros Especializados em Reabilitação (CERs) IV Flávio Gianotti, II Tucuruvi, III Santo Amaro e IV São Miguel.

Até sexta-feira (25) serão ofertados 30 equipamentos por dia, em horários previamente marcados com cada paciente para assegurar o distanciamento social e os cuidados com a Covid-19.

Somente no último ano, entre março de 2020 e deste ano, os 30 CERs da rede municipal de saúde entregaram cerca de 1.700 cadeiras de rodas personalizadas, 612 delas com adequação postural.

Um destes equipamentos tem ajudado Roberto Seije, 52 anos, a se locomover após um acidente doméstico.

“Sofri um acidente no banheiro e fraturei a sexta vértebra cervical. Perdi os movimentos da linha do tórax para baixo. A adaptação foi rápida. Ganhei autonomia para sair e me movimentar em casa”, diz Seije, que usa a cadeira de locomoção automática há mais de seis meses, após começar o tratamento de reabilitação no CER IV Flávio Gianotti.

Avaliação e medidas

Minioficinas são estruturadas nos CERs para possibilitar que os pacientes sejam atendidos mais próximos de sua residência. Lá os funcionários tiram suas medidas e avaliam detalhadamente caso a caso, parque as cadeiras sejam compradas em empresas especializadas e, depois, personalizadas pelos centros às necessidades de cada um.

Por ser um processo complexo e customizado, o usuário deve ir ao serviço no mínimo três vezes para avaliação, medidas, prescrição, prova e entrega do equipamento. Além disso, os centros mantêm plantões de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção, (OPM) para que os usuários possam retornar, sem prévio agendamento, em caso de necessidade de ajustes no equipamento recebido ou para esclarecer eventuais dúvidas.

A terapeuta ocupacional Nathalia de Oliveira, da Área Técnica Saúde da Pessoa com Deficiência da SMS, aponta que este meio auxiliar de locomoção é indispensável ao processo de reabilitação da pessoa com deficiência, que vai além do físico.

“É a garantia dos seus direitos e a possibilidade de maior autonomia, independência e maior participação na sociedade”, explica.

Giselle Bolsnavel, 32, tem percebido isso na prática com seu filho Yan, de dois anos, diagnosticado com paralisia cerebral após sofrer uma parada respiratória com apenas cinco dias de vida.

“Já está sentando sozinho, com as pernas mais firmes, controle da coluna. Tudo o que ele não tinha. Saímos com ele, vamos para a rua e ele adora ver os lugares. A cadeira adaptada está sendo muito útil e agradável para nós. Ele se sentiu de uma forma que eu nunca imaginei”, conta Giselle.

Para solicitar cadeira de rodas, órteses, próteses ou outros meios auxiliares de locomoção, o cidadão precisa buscar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para que seja encaminhado a um CER, onde passará por uma avaliação multiprofissional. A partir dessa análise, a equipe identifica as necessidades de reabilitação e qual equipamento é mais adequado para a pessoa.