SPCine é criada para o desenvolvimento do audiovisual em São Paulo

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Quinta-feira, 31 de Outubro de 2013 | Horário: 12:07

SPCine é criada para o desenvolvimento do audiovisual em São Paulo

O prefeito Fernando Haddad entregou à Câmara Municipal nesta quinta-feira (31) o projeto de criação da Empresa de Cinema e Audiovisual de São Paulo (SPCine). A iniciativa, construída em diálogo com os profissionais do setor, prevê investimentos e políticas públicas de fomento a atividades audiovisuais, com incentivo à produção, distribuição e divulgação. Estão previstas ainda ações de formação profissional e a redução da burocracia para a realização de filmagens na cidade. Além da Prefeitura, a SPCine terá o apoio dos governos Federal e do Estado.

Em cerimônia de lançamento da empresa, realizada nesta manhã na Praça das Artes, Haddad afirmou que a SPCine fomentará a pluralidade na produção audiovisual. “A SPCine é para todo mundo: é para quem está produzindo audiovisual com complexidade para ter penetração internacional, até aquela garotada que está na periferia esperando recursos para se desenvolver. Vai ter espaço para todo tipo de produção”, disse o prefeito.

De acordo com o projeto encaminhado à Câmara, a empresa investirá em produtos e serviços ligados a atividades audiovisuais, apoiará eventos promocionais no Brasil e no exterior, promoverá formação e capacitação profissional, subsidiará pesquisa e desenvolvimento científicos e financiará ou apoiará a construção de espaços físicos. Terá ainda atuação como "film comission", facilitando as filmagens na cidade de São Paulo. “É um enxoval completo para o cinema. Trata-se de uma empresa. Portanto, com toda a flexibilidade que isso acarreta. Ela tem muito mais agilidade para propor editais, procurando cobrir toda a cadeia de produção do audiovisual na cidade”, afirmou Haddad.

Investimentos
A SPCine receberá da Prefeitura investimentos de R$ 25 milhões para o capital social da empresa e celebração do primeiro contrato. O governo estadual investirá a mesma quantia. Após aprovação da criação da empresa pela Câmara, o Governo Federal, por meio da Agência Nacional de Cinema (Ancine), fará um aporte por meio do Fundo Setorial do Audiovisual. “Com essa união de esforços do município, do Estado e da União, tenho certeza que nós teremos um forte aumento da indústria do audiovisual, especialmente do cinema em São Paulo”, disse o governador Geraldo Alckmin.

A empresa vai fomentar a produção cinematográfica, publicitária, televisiva, games, animação e conteúdos transmídia, criados para serem veiculados em diferentes plataformas: da grande tela do cinema às telas dos aparelhos celulares. “A maior quantidade de produtores audiovisuais está aqui, a maior quantidade de salas de público de cinemas, a maior concentração de acessos de internet banda larga e de assinaturas de TV paga. Não se trata de fazer um cinema paulista, ou de apoiar os artistas ou de preservar o cinema. Nenhuma destas respostas vai dar conta do recado. Trata-se da pluralidade dos audiovisuais”, defendeu a atriz Camila Pitanga.

O impulso ao desenvolvimento do setor audiovisual pretende dinamizar a economia da cidade, com geração de emprego e renda. Atualmente, o estado de São Paulo reúne o maior mercado exibidor do Brasil, com cerca 280 salas na capital e 770 no interior. Mais de 500 produtoras estão sediadas somente na cidade São Paulo.

A ampliação do público do cinema nacional também será um dos objetivos do SPCine. “A cultura é hoje uma estratégia de política externa. O SPCine vai mostrar o Brasil e a cidade de São Paulo para o mundo”, lembrou a ministra da Cultura, Marta Suplicy.

Outra iniciativa planejada é a construção de um sistema de circulação de produtos audiovisuais na América Latina. “Queremos criar a possibilidade de São Paulo ser a porta de saída do cinema brasileiro e uma porta de entrada da cinematografia de países irmãos que não conseguem circular no Brasil”, explicou o secretário municipal de Cultura, Juca Ferreira.

O projeto de lei é resultado da colaboração com 10 associações representativas do setor audiovisual, sendo elas: (Apaci) Associação Paulista de Cineastas; (Siaesp) Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de São Paulo; Associação Brasileira de Curta-Metragistas e Documentaristas – seção São Paulo; (Apro), Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais; (AR) Associação dos Roteiristas; (ABPITV) Associação Brasileira de Produtores Independentes de Televisão; (ABCA) Associação Brasileira de Cinema de Animação; (Abragames) Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais; (Abele) Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Equipamentos e Serviços Audiovisuais; (ALT [av]) Rede de Coletivos de Artes Visuais.