Notícia na íntegra
Subprefeitura Sé apreende materiais para aparelhos odontológicos falsos
Os fiscais da Subprefeitura Sé, com o apoio dos policiais militares que participam da Operação Delegada, já realizaram neste ano mais de 150 apreensões de aparelhos ortodônticos nas imediações da rua 25 de Março. O material, sem nota fiscal e sem origem de fabricação, foi apreendido com ambulantes sem permissão para atuar no comércio de rua. Na Subprefeitura Sé, 16 agentes de apoio trabalham diariamente em conjunto com a PM na apreensão de mercadorias irregulares e falsificadas no Centro da capital.
O uso desses aparelhos virou moda recentemente entre os jovens. Com elásticos coloridos trançados e enrolados, o material é usado apenas para questões estéticas e apresentam riscos à saúde, uma vez que é utilizado sem orientação profissional e fixados com cola inadequada para fixar as peças nos dentes.
"É muito importante que possamos apoiar o relevante trabalho que está sendo feito pelo CROSP, pela Subprefeitura da Sé e PM, orientando e conscientizando nossos jovens sobre a gravidade e os riscos para a sua saúde que estão correndo ao instalar um aparelho ortodôntico dessa forma. O movimento provocado pelo aparelho instalado sem planejamento e controle por um profissional habilitado pode provocar a piora no alinhamento dos dentes por movimentos indesejados, reabsorção do osso de suporte dos dentes, de forma irreversível, chegando até a perda dos dentes, comprometendo definitivamente a saúde e a estética.Isso sem falar nos aspectos sanitários e de biossegurança", afirmou Ana Estela Haddad, primeira dama, coordenadora do São Paulo Carinhosa e Professora Associada do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria, USP.
De acordo com dentistas, o conjunto de peças coladas e unidas por elásticos em um fio de aço provocam movimentação nos dentes, o que pode causar retração na gengiva e perda óssea nos dentes.
Nos últimos meses, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp) começou uma campanha para impedir o comércio ilegal, com varias autuações e apreensões de aparelhos falsos que também são vendidos em lojas autorizadas. Empresas do setor foram orientadas a restringir a venda de produtos ortodônticos a profissionais.
“A principal preocupação do Conselho é preservar a saúde bucal da população, pois quando uma pessoa leiga coloca esses aparelhos pode ocasionar a curto e médio prazo problemas na gengiva e, até mesmo, em casos mais graves, a perda da estrutura óssea e a queda dos dentes. Por isso é extremamente importante procurar um cirurgião dentista para receber o tratamento adequado”, afirmou o cirurgião dentista e secretário geral do Conselho Regional de Odontologia, Marco Antonio Manfredini.
Em nota, o conselho orientou sobre os perigos deste tipo de material:
A Câmara Técnica de Ortodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP preocupada com o uso indevido de materiais e equipamentos ortodônticos, como “borrachinhas coloridas” e fios, além da utilização de cerdas de vassouras, fios de artesanato e fios de cobre, instalados por pessoas não habilitadas e sem conhecimento científico para tal e usados, em sua maioria, por jovens, sem informações adequadas sobre os perigos desta atitude, apresenta nota de esclarecimento:
A Ortodontia baseia-se no fato de que o dente se movimenta no osso, ao qual está suportado, quando submetido a uma determinada força. Esta força deve seguir apropriados parâmetros biológicos como direção, frequência e quantidade. A não observância desses quesitos biológicos básicos pode ocasionar danos, muitas vezes irreversíveis, aos dentes.
A instalação do aparelho ortodôntico deve seguir parâmetros científicos. O posicionamento errado, além de produzir ferimentos nas gengivas, lesão nos ossos e raízes, pode movimentar os dentes para posições inadequadas, provocando mal oclusão e atingindo, inclusive, as articulações bucais.
As “borrachinhas” ortodônticas têm, no geral, o objetivo de segurar o arco metálico (fio) junto ao aparelho dentário, além de aplicar força sobre estes. Se utilizadas de forma inadequada e sem critério, fatalmente causarão, a curto e médio prazo, a movimentação do dente para direção errada acarretando inclinação, rotação e outros movimentos descontrolados.
O tratamento incorreto pode causar a perda dos dentes, a retração gengival, com exposição das raízes, sensibilidade exacerbada, mobilidade, danos estéticos e funcionais irreversíveis.
Os fios ortodônticos servem para “guiar” os dentes para uma posição desejada e também para produzir a força necessária ao movimento dos dentes. Igualmente, o uso errado deste material, como já exposto, poderá ser a principal causa da perda dentária e demais prejuízos bucais.
A utilização de cerdas de vassouras, fios de cobre e fios de artesanato podem potencializar danos à saúde bucal de forma geral e não substituem a função dos fios utilizados em tratamento ortodôntico.
O autotratamento e o tratamento realizado por pessoas que desconhecem as técnicas odontológicas e os riscos de um tratamento, sem a mínima condição de higiene e sem a adequada esterilização do material certamente é risco sanitário.
A Câmara Técnica de Ortodontia do CROSP, preocupada com a saúde da população, lamenta profundamente esses fatos e, recomenda à sociedade cautela, orientando que não façam uso de serviços odontológicos praticados ilegalmente, refutando com veemência o autotratamento, em razão dos danos irreparáveis aos quais estarão sujeitos.
SECOM - Prefeitura da Cidade de São Paulo
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