Notícia na íntegra
SVMA atua no uso sustentável dos recursos naturais de São Paulo
No cotidiano da cidade de São Paulo, em geral, não paramos para pensar o quanto consumimos dos recursos naturais para viver, a exemplo da água. Estima-se que o consumo deste bem precioso que seria suficiente para suprir a sede e o preparo de alimentos, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), seria na ordem de 110 litros por pessoa por dia. No entanto, um morador da nossa capital consome em média 173 litros de água por dia, muito acima do que a média mundial estabelece.
A água para abastecimento no município é captada em mananciais. Ao todo são oito grandes complexos integrados (Alto Cotia, Baixo Cotia, Alto Tietê, Cantareira, Guarapiranga, Ribeirão da Estiva, Rio Claro e Rio Grande), responsáveis pela produção de 65 mil litros de água por segundo. A água desses mananciais não pode estar poluída, pois se tornaria inviável seu aproveitamento. Se ela estiver muito poluída, a estação de tratamento de água (ETA) não consegue tratá-la adequadamente, além de se tornar cada vez mais caro restabelecer a água em qualidade.
Para a cidade que queremos, precisamos de estratégias a curto e médio prazo para reverter esse quadro, ou seja, águas na cidade de São Paulo para usos múltiplos: navegação, fins paisagísticos, recreação, abastecimento e uso no comércio e indústria, de acordo com a Lei das Águas.
Um fenômeno que talvez impossibilite o uso sustentável da água são os efeitos resultantes das mudanças climáticas, ou seja, corremos o risco de não termos água em quantidade suficiente para as demandas existentes na cidade e na metrópole.
Mônica Porto, engenheira especialista em gestão de recursos hídricos, explica a conexão entre a água e as mudanças climáticas: “O ciclo da água está diretamente relacionado ao clima. Por isso, ao afetar potencialmente o regime de chuvas, as mudanças climáticas em franca aceleração influem na disponibilidade hídrica. Basicamente, a maior frequência de eventos extremos, como secas, altera a oferta de água, colocando o atendimento à população em xeque. Uma seca prolongada, por exemplo, diminui a vazão dos rios, reduzindo o volume para captação. Isso é o que chamamos de falha na disponibilidade hídrica, que é a quantidade de água disponível, em média, durante 95% do tempo.” Há algum tempo, observamos na cidade curtos períodos com chuvas intensas e longos períodos com altas temperaturas e pouca chuva, cenários que causam enchentes e escassez nos reservatórios.
Como resultado, em setembro de 2021 o nível do volume de água esteve em 40% de sua capacidade, situação que tende a se agravar.
Nós que habitamos essa metrópole complexa precisamos mudar algumas formas de agir, para garantirmos o consumo e proteção da água de forma sustentável e compartilhada. A seguir, dicas que podem ser incorporadas ao nosso cotidiano, de acordo com o Manual de Sobrevivência para a Crise Hídrica:
Regra básica I: Evitar o consumo quando for possível
Antes de abrir uma torneira, o chuveiro ou dar descarga, perguntar-se: preciso mesmo de água para o que pretendo fazer? E se precisar, será que eu consigo atender a esta necessidade com água não potável?”
Regra básica II: Reutilizar!
Se por qualquer motivo realmente for necessário usar água tratada, antes de deixar que ela se perca pelo ralo, lembre que quase todo líquido pode ser reutilizado.
A manutenção e recuperação da vegetação nativa é vital para assegurar a proteção de nascentes e cursos d’água que abastecem os mananciais da cidade. Essa vegetação é composta por remanescentes dos biomas Mata Atlântica e Cerrado e está em grande parte presente nos Parques Naturais e Urbanos e nas Áreas de Proteção Ambiental, sob a gestão da SVMA. Essas áreas naturais e verdes, públicas e privadas, desempenham importante função na manutenção do conforto térmico e minimização de efeitos negativos das mudanças climáticas.
Atuação das Áreas de Proteção Ambiental e Parques Naturais Municipais
As Áreas de Proteção Ambiental (APAs) são Unidades de Conservação do Grupo de Uso Sustentável, enquanto os Parques Naturais Municipais (PNMs) integram o Grupo de Proteção Integral, conforme disposto da Lei Federal 9985/2000. Em termos gerais, isto quer dizer que nas APAs é possível fazer o uso dos recursos naturais diretamente e nos Parques Naturais de forma indireta, a exemplo das atividades de ecoturismo, educação ambiental e pesquisa.
Nas APAs podem ser desenvolvidas atividades econômicas que compatibilizem o desenvolvimento econômico e a conservação dos recursos naturais, como por exemplo a agricultura e o turismo sustentável. No caso das APAs Capivari-Monos e Bororé-Colônia, a Divisão de Gestão das Unidades de Conservação (DGUC) preside os seus conselhos gestores, que discutem importantes ações e projetos que estão estritamente relacionados ao incentivo de atividades sustentáveis.
Ao longo dos mais de 20 anos de atuação da SVMA frente à gestão das APAs no extremo sul do município, muitos foram os projetos e conquistas relacionadas à promoção do desenvolvimento sustentável da região. Dentre estes, destacamos:
- Fortalecimento das entidades locais por meio de projetos Fundo Especial do Meio Ambiente (FEMA), com editais específicos voltados às APAs;
- Criação do Polo de Ecoturismo de Parelheiros/Marsilac/Bororé (Lei 15.953/2014);
- Criação da Casa de Agricultura de Parelheiros (CAE), instalada ao lado da Subprefeitura de Parelheiros;
- Criação da Escola de Agroecologia, vinculada à UMAPAZ, no Parque Urbano Nascentes do Ribeirão Colônia, distrito de Parelheiros;
- Projeto Ligue os Pontos, coordenado pela Prefeitura de São Paulo e promovido pela Bloomberg Philantropies;
- Implantação dos Parques Urbanos Shangrilá e Nascentes do Ribeirão Colônia, nos distritos do Grajaú e Parelheiros;
- Implantação das Bases da GCM Ambiental – Ilha do Bororé e Barragem;
- Implantação dos PNMs Cratera de Colônia, Jaceguava, Itaim, Varginha e Bororé.
Os Parques inseridos no território das APAs e vizinhanças garantem a presença física da SVMA, possibilitando a efetiva preservação de ecossistemas e ainda permitem a relação direta com as comunidades locais.
Contribuição da população
É importante reconhecer que os recursos naturais que usufruímos diariamente são produzidos pela natureza. Dessa forma, cada cidadão pode e deve não só se preocupar com o uso que faz dos recursos naturais em sua casa, como a água e a luz, mas também com o que vem sendo utilizado em seu condomínio, bairro, cidade, estado.
A consciência da relação individual do uso dos recursos naturais é essencial para que todos passem a utilizá-los de maneira sustentável, para o hoje e o amanhã. Compartilhá-la em ambientes de participação e controle social é fundamental, como por exemplo, através dos conselhos gestores das Subprefeituras, os CADES Regionais, e/ou através dos colegiados de parques e áreas protegidas municipais.
Os conselhos gestores de Unidades de Conservação e parques urbanos são ambientes públicos de discussão, entendimento e gestão da Unidade de Conservação e Áreas Verdes e suas áreas de influência, para tratar de questões ambientais, sociais, culturais e políticas, proporcionando maior interação, participação e integração da sociedade nas decisões. Nesse caso, elas se referem ao uso sustentável dos recursos naturais por meio das ações previstas em seus planos de manejo e demais políticas públicas existentes e que poderão ser desenvolvidas também nesses importantes espaços de discussão que a população também dispõe.
SECOM - Prefeitura da Cidade de São Paulo
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