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Quinta-feira, 9 de Outubro de 2014 | Horário: 20:20
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Zona norte ganha novos centros de acolhimento com modelo inédito

A população em situação de rua recebeu nesta quinta-feira (9) três novos centros de acolhida para atendimento: Zaki Narchi I, II e III. Os abrigos, localizados na Avenida Zaki Narchi, 600, zona norte, oferecem juntos 900 vagas com um modelo inédito de acolhimento, funcionando como um circuito crescente de oportunidades. O objetivo desta nova iniciativa é estruturar os usuários para que eles consigam deixar a rede quando suas vidas estiverem reestruturadas.



“É uma metodologia inédita de trabalho com a população em situação de rua em que você tem três estágios. O primeiro estágio com baixíssima exigência em que a pessoa vá mudando de estágio, assumindo responsabilidades e tendo acesso a outros benefícios que não apenas o acolhimento. Isso dá uma perspectiva para as pessoas galgarem os degraus, conseguirem se emancipar e recuperar a sua autonomia muito grande”, afirmou o prefeito Fernando Haddad.



A proposta é que o Centro Zaki Narchi I, que oferece 500 vagas abertas desde o ano passado em caráter emergencial (durante a Operação Baixas Temperaturas), seja o estágio inicial de acolhimento.



De acordo com a resposta do usuário, ele será encaminhado para uma próxima fase, no Centro de Acolhida Zaki Narchi II, com uma rotina mais estabelecida, adesão a tratamento de saúde (se precisar) e acompanhamento psicossocial com vistas individuais de atendimento, que prevê cursos de qualificação e encaminhamento para emprego.



Finalmente, já com emprego, as pessoas serão encaminhadas para o Centro de Acolhida Zaki Narchi III (vinculado ao tratamento de saúde se necessário), com enfoque no processo de autonomia/saída.



“É um equipamento revolucionário sobre vários aspectos. Ele surgiu da percepção que nós tivemos nas frentes frias de que as pessoas que não queriam ir para nenhum acolhimento precisavam ir por causa do frio, e que essas pessoas que não vinham nunca começaram a se vincular e querer ficar. Tanto é que nós nunca pudemos fechar este equipamento”, explicou a secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer.



No Complexo também está prevista a instalação de uma Cooperativa de Reciclagem, quadra poliesportiva, espaço para inclusão digital, unidades remotas do Pronatec e um Centro Pop para gerenciar todo o processo.



Além disso, a previsão é que seja implementado também no local um equipamento de Saúde para prestar atendimento médico e psicológico.


“Eu cheguei aqui no começo e esse programa é muito importante, pois eu tenho a oportunidade de crescer, o que nunca ninguém me deu”, disse o morador do Zaki Narchi II, Jeferson Franco.



No Zaki Narchi III, três dos moradores já fazem curso de Mecânica Diesel no Senai. “Não tem coisa melhor que este espaço. É muito bem organizado, os funcionários são bem educados, bem treinados. Me tratam melhor que a minha mãe”, disse Kleverson Aranha Maximiano, ao lado dos companheiros Marconi de Oliveira Ferreira e Leandro Silva.



“O objetivo é um só, que as pessoas consigam superar as suas dependências, psicológica, o que for, e se emanciparem, buscarem a liberdade e se reencontrar com a sua vida para se reorganizar, encontrar a sua família, porque é isso que vale a pena fazer na vida. Isso aqui é uma casa de passagem”, disse Haddad.



Este equipamento completa o ciclo de ampliação do atendimento de Assistência Social na cidade de São Paulo, que chega a 2.400 novas vagas de acolhimento em toda a cidade.



Equipamentos


Desde o início do ano passado foram implantados oito Centros de Acolhida, que somados aos serviços Zaki Narchi II e III disponibilizam cerca de 2.000 novas vagas à população em situação de rua. O Programa de Metas da Prefeitura prevê a instalação de mais 12 serviços de acolhimento institucional para população em situação de rua até o final da gestão.



Com a nova metodologia social implantada pela Prefeitura, mais pessoas puderam ser acolhidas, já que os antigos albergues não atendiam parte da demanda, como famílias, população LGBT e pessoas que não se adaptavam às regras de acolhimento.



“Essa diversificação nos permitiu desmobilizar muitas favelas das praças do centro [da cidade]”, disse o prefeito, citando como exemplo situações encontradas no início da gestão no Largo São Francisco, na Patriarca e no Parque D. Pedro, onde as famílias foram encaminhadas ao programa “Autonomia em Foco”.



Imagens para download:


Crédito: Fernando Pereira / Secom


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