Prefeitura de São Paulo

A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Saúde, oferece para a população serviços multidisciplinares e que abordam questões que vão muito além de diagnósticos e tratamentos. Os Centros de Convivência e Cooperativas (Ceccos) e as mais de 1.600 equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF), por exemplo, desempenham um papel essencial no desenvolvimento de vínculos da comunidade com os equipamentos da rede pública.

Com 23 unidades em todas as regiões da capital, os Ceccos ampliam as oportunidades de convivência de pessoas a partir de grupos, oficinas e atividades, principalmente nos campos da arte e cultura, esporte, meio ambiente, educação, trabalho e práticas integrativas e complementares em saúde (Pics). O local incentiva as relações entre os diferentes tipos de perfis, independentemente de faixa etária, sofrimento psíquico, deficiências, condição social ou qualquer outra situação ou forma de vida.

Graças à essa abordagem, transforma histórias de vidas, como de Gabriela Keiko Osaki, 21 anos. Com diagnóstico de deficiência intelectual desde os sete meses, e depois de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) não verbal aos 18 anos, a jovem teve diversos problemas em sua vida escolar: sofreu com bullying, o que a deixou mais triste e fechada. A mãe, Simone Aoki, conta que depois de concluir o Ensino Médio e sem uma rede de amizade, a depressão evidenciou-se. 

Foi então que conheceram o Cecco Previdência, localizado no Butantã, na Zona Oeste, e passaram por uma transformação. “Gostaria de ter conhecido o Cecco quando minha filha era pequena. A evolução dela é tão evidente que ela quer trazer os amigos com TEA para participarem das oficinas”, afirma Simone, que frequenta o Cecco Previdência quatro vezes por semana juntamente com Gabriela.

Simone fala que, ao ajudar a filha, o serviço também a acolheu. “Fazemos juntas várias oficinas e ela começou a se sentir bem. Ela tinha baixa autoestima, mas frequentando o Cecco sentiu que todos são iguais, e aos poucos perdeu a vergonha de conversar. Minha filha chegou aqui sem falar com ninguém, porém em três meses havia se adaptado”, destaca.

Enquanto Gabriela faz oficina de lãs e linhas, audiovisual, teatro, canto, movimento e artes, Simone faz lian gong, dança circular, canto e movimento. “Graças a essas atividades, Gabi teve um outro resultado importante: a redução da medicação. Por isso, eu sou muito grata ao Cecco Previdência e o que as pessoas fizeram e fazem para minha filha e para nós, mães atípicas”, reforça Simone.

Segundo ela, o sentimento de felicidade da filha tem a ver com o apoio que recebeu no Cecco. “Primeiramente pela acolhida e também pela qualidade dos profissionais que, mais do que formação, têm uma sensibilidade para esperar o momento certo para cada passo, e assim se estabeleceu um vínculo afetivo e de confiança. Nos sentimos amadas”.

Gabriela confirma: “Eu gosto dos professores, me sinto feliz em estar aqui quando encontro com os meus amigos e com o meu namorado, que também conheci aqui.”

Vanessa Caldeira, gestora do Cecco Previdência, ressalta que o trabalho da equipe é buscar o sentido da existência de quem passa pelo equipamento. “E quando a gente fala de pessoas que se sentem excluídas dos processos da sociedade, oferecemos ferramentas para resgatar essa possibilidade de felicidade que é viver tudo isso. Afinal, a felicidade é estar no parque, é encontrar as pessoas, pegar ônibus e transitar onde quiser. O Cecco traz essa articulação das circunstâncias da própria vida”.

Saúde da família também estabelece relações de afeto
A Prefeitura também investe na atenção básica e possui mais de 1.600 equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF), que ajudam a criar vínculos entre a comunidade e os equipamentos de saúde, em especial as Unidades Básica de Saúde (UBSs), que são a porta de entrada para a saúde pública na capital.

As equipes, que se destacam pelas visitas casa a casa no território e pelo acompanhamento de muitas famílias, têm um registro especial na história dos munícipes, muitas vezes atravessando gerações.

É o caso de Adriana Vieira Lima, 44, auxiliar de limpeza. Ela conta que sua família foi atendida pelo mesmo médico da família e comunidade, Jonatan Nunes, ao longo de muitos anos, como parte da equipe ESF vinculada à UBS Jardim Comercial, na Zona Sul da capital. 

Atualmente, Jonatan é médico supervisor da atenção primária em 30 UBSs, que reúnem 176 equipes ESF e 193 médicos de família. “Ele acompanhou o meu marido no tratamento para controlar o diabetes e minimizar os efeitos da doença. Além disso, me ajudou muito nas minhas duas gestações. Também fez o Pré-Natal da minha filha de 18 anos e prestou assistência médica ao meu neto que nasceu prematuro”, comenta, acrescentando que o profissional também foi à sua casa para saber da saúde do pequeno. “A atuação desse profissional e a equipe nos conforta e mostra que não estamos abandonados, que somos assistidos pela rede pública”.