Prefeitura de São Paulo

No dia em que se completam 42 anos da identificação do vírus HIV (vírus da imunodeficiência humana), causador da Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), nesta terça-feira (20), a Prefeitura de São Paulo destaca os avanços no enfrentamento ao vírus, que em 2024, pelo oitavo ano consecutivo, teve redução no número de novos casos de infecção e pelo 10º ano consecutivo registra queda de novos casos de Aids.

Para atingir esta marca, hoje a Rede Municipal Especializada em IST/Aids conta com 29 serviços, que incluem dez Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), sendo um itinerante; 17 Serviços de Atenção Especializada (SAE); a Estação Prevenção Jorge Beloqui e o canal SPrEP - PrEP e PEP on-line (acessado pelo aplicativo e-saúdeSP).

“Ampliar e disponibilizar o acesso à prevenção no cotidiano das pessoas, o início imediato do tratamento e a articulação com a sociedade civil são alguns dos fatores que colocam a cidade de São Paulo na vanguarda da resposta à epidemia”, afirma a coordenadora de HIV/Aids da cidade de São Paulo, Cristina Abbate, acrescentando que a coordenadoria segue com foco no aprimoramento dos serviços ofertados pelo SUS na capital.

Em 2024 a capital registrou 1.766 casos de infecção por HIV, uma redução de 53% em comparação a 2016 (3.761 casos). A taxa de detecção também caiu 54,7% no período, passando de 32,3 para 14,7 casos por 100 mil habitantes. Outra boa nova do último Boletim Epidemiológico de HIV/Aids foi a indicação de que a faixa etária de 15 a 24 anos, tradicionalmente mais afetada no que diz respeito à quantidade de novas infecções, registrou uma redução de 59% nas novas infecções em 2024. 

A eliminação foi certificada em 2019, de acordo com os padrões do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde. Em 2021 e 2023, o município recebeu a recertificação por manter o alcance da meta. São Paulo também foi a primeira cidade do seu porte no mundo a conseguir eliminar a transmissão vertical do HIV desde 2016, como resultado da melhora da cobertura do atendimento pré-natal de qualidade.

Saiba mais sobre cada um dos serviços disponíveis na capital

Serviços de Atenção Especializada (SAE) em HIV/Aids – Há 17 unidades que oferecem atendimento integral e humanizado às pessoas vivendo com HIV/Aids na cidade. Entre os serviços disponíveis nos SAEs estão diagnóstico e acompanhamento de pessoas vivendo com HIV, com consultas médicas e de enfermagem; dispensação de antirretrovirais e outros medicamentos necessários ao tratamento; exames laboratoriais regulares, como carga viral e contagem de CD4; além de apoio psicológico e social, com atendimento por equipe multiprofissional; orientações sobre prevenção combinada, incluindo o uso de preservativos e profilaxias como PrEP e PEP; testagem de infecções oportunistas e coinfecções, como tuberculose, hepatites virais e sífilis, assim como ações educativas e de apoio contínuo.

Em 2024, os SAEs realizaram 310 mil consultas e 891 mil atendimentos de todos os serviços prestados pela equipe multiprofissional.

Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) - Oferecem orientações sobre prevenção; testes para diagnóstico do HIV; preservativos internos e externos e gel lubrificante, além das Profilaxias Pré e Pós-Exposição (PEP e PrEP, respectivamente).  A Coordenadoria de HIV/Aids mantém ainda um CTA itinerante, o CTA da Cidade, que percorre todas as regiões, levando estes serviços às populações mais vulneráveis, além do PrEP na rua, unidade itinerante voltada a testagem e prevenção.

Em 2024, os CTAs realizaram 348 mil atendimentos, enquanto as ações extramuros representadas pelas unidades itinerantes realizaram 1.310 ações.

Estação Prevenção Jorge Beloqui – Inaugurada em junho de 2023, esta unidade, estrategicamente instalada dentro da Estação República (na parte interna, após a passagem pelas catracas de acesso), funciona de terça a sábado, das 17h às 23h, sem agendamento prévio. Oferece serviços como as profilaxias PrEP e PEP (A PrEP consiste no uso de medicamentos antirretrovirais de modo que, caso haja exposição ao vírus HIV, a pessoa já esteja protegida, enquanto na PEP a prevenção, que deve ocorrer em até 72 horas após a exposição, é feita por meio do uso de medicamentos antirretrovirais, que impedem o vírus de se estabelecer no organismo). Além das profilaxias, a Estação Jorge Beloqui realiza testes rápidos e fornece terapia antirretroviral (Tarv) para pessoas vivendo com o HIV, que depois são encaminhadas para uma das 17 unidades do Serviço de Atenção Especializada (SAE).  Desde a sua inauguração, a Estação Prevenção já registrou 24 mil atendimentos.

Canal SPrEP – É uma alternativa inovadora de acesso à PrEP e à PEP na cidade de São Paulo via teleconsulta, com prescrição on-line e retirada das profilaxias no mesmo dia do atendimento e em horários alternativos aos serviços de saúde tradicionais. Disponível pelo aplicativo e-saúdeSP, o SPrEP oferece consultas médicas todos os dias (incluindo feriados e finais de semana), das 18h às 22h. Para utilizar a plataforma, o paciente deve residir na cidade de São Paulo e ter um exame de HIV coletado nos últimos sete dias. 
Em dois anos, mais de 4 milhões de acessos foram realizadas ao canal SPrEP.

Máquinas automáticas de entrega de PrEP e PEP - Inovação na América Latina, as máquinas automáticas de entrega de métodos de prevenção ao HIV possibilitam que os usuários do canal SPrEP possam retirar a profilaxia indicada pela equipe de saúde de forma ainda mais fácil. Após a teleconsulta no serviço digital, o app e-saúdeSP disponibiliza um QR Code que, ao ser lido pela máquina, permite o acesso em poucos segundos à PrEP, à PEP, e à Tarv, conforme indicação profissional. Dessa forma, elimina-se a necessidade de deslocamento até uma unidade de saúde. Atualmente há quatro máquinas, localizadas nas estações Luz, Vila Sônia (Linha Amarela), Tucuruvi (Linha Azul) e Consolação (Linha Verde). 

De junho de 2024 a maio de 2025, as máquinas registraram mais de 3 mil retiradas de PrEP e PEP, acompanhadas do autoteste para o HIV.

Sobre o HIV/Aids
O vírus da imunodeficiência humana foi identificado em 1983 pelos cientistas Luc Montagnier e Françoise Barré-Sinoussi, do Instituto Pasteur, em Paris, dois anos depois dos primeiros casos da então doença misteriosa surgirem nos Estados Unidos. Provocada pelo HIV, a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) é uma doença crônica que provoca o enfraquecimento do sistema imunológico, tornando o corpo mais vulnerável a infecções e doenças oportunistas. 

Desde o início da epidemia, cerca de 40 milhões de pessoas morreram por doenças relacionadas à Aids no mundo, segundo o Unaids, programa das Nações Unidas criado em 1996 para promover ações de combate à Aids. Atualmente, estima-se que 39 milhões de pessoas vivem com o HIV, com acesso crescente a tratamento antirretroviral, o que transformou a doença em condição crônica gerenciável, sendo cerca de um milhão no Brasil.

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