Notícia na íntegra
UTI neonatal do Hospital Municipal Cidade Tiradentes é referência em tratamento humanizado
Deixar o recém-nascido prematuro em contato pele a pele, junto ao peito dos pais, na posição vertical, é a prática chamada método canguru, um dos protocolos da Unidade Terapia Intensiva (UTI) neonatal do Hospital Municipal Cidade Tiradentes, na Zona Leste da capital.
De acordo com a médica pediatra intensivista, Ana Cristina Silvestre da Cruz, o método ajuda no desenvolvimento da criança e a criar proximidade dele com os cuidadores num momento mais delicado: “Nessa posição, o bebê sente o aconchego, ele ouve novamente o coração da mãe. Isso o acalma e melhora as suas condições clínicas”, afirma a especialista, que também é supervisora médica da unidade neonatal e diretora clínica do hospital.
A operadora de caixa Michele Cristina Silva Sousa, de 44 anos, teve a oportunidade de conhecer esta prática recentemente. Quando estava no sétimo mês de gravidez, chegou ao hospital da Zona Leste para uma consulta de rotina e teve uma surpresa: o parto precisaria ser realizado imediatamente. Assim sua filha, Rafaela Silva Prata, nasceu prematuramente, pesando 1.520 kg.
Michele soube, durante o pré-natal, que havia uma restrição de crescimento intrauterino do bebê, condição que a obrigou a fazer acompanhamento semanal da gestação no hospital. O parto ocorreu bem, mas, devido à prematuridade de Rafaela, que foi para a incubadora, ela não pode pegar a filha no colo logo após o parto. Demorou quase uma semana para que mãe, finalmente, pudesse segurar sua filha pela primeira vez. “Foi incrível ficar com ela perto, sentir o calor, o cheiro dela; foi uma grande conquista”, conta Michele, emocionada.
A jovem também está conseguindo amamentar a menina, pois o hospital conta com um espaço dedicado exclusivamente para as mães extraírem leite para seus bebês. Para incentivar a prática, há inclusive uma roda de conversa sobre a importância do aleitamento materno. “O Hospital Cidade Tiradentes me surpreendeu muito. É todo mundo muito atencioso”, elogia Michele.
A possibilidade de amamentar a filha antes mesmo de poder pegá-la no colo foi essencial para que representante comercial Poliana de Souza Baptista, 33, pudesse enfrentar um momento tão delicado. Sua bebê, Sofia Victória Baptista Marques, nasceu aos 6 meses de gestação, pesando 640g, o que configura prematuridade extrema: “É muito doloroso ter o sonho de amamentar a sua criança e não poder. Mas eu ficava feliz por saber saber que meu leite iria ajudar no desenvolvimento dela”, diz a mãe, que também usou o espaço reservado pelo hospital para ordenhar leite para Sofia.
A prematuridade da bebê ocorreu devido à uma insuficiência istmocervical, que ocorre quando o colo do útero se abre prematuramente durante a gravidez. A menina ficou de agosto a dezembro de 2024 no hospital e saiu sem nenhuma sequela. Atualmente, para ajudar com seu desenvolvimento, faz terapia no Centro Especializado em Reabilitação (CER) Cidade Tiradentes.
Projetos de Humanização
Inaugurado em 2007, Hospital Municipal Cidade Tiradentes realiza de 200 a 250 partos por mês. Nestes 18 anos foram realizados, ao todo, 60.854 mil partos. A UTI neonatal conta com dez leitos e outros 16 de cuidados intermediários. E busca promover um atendimento humanizado ao longo de todo o processo de internação dos recém-nascidos. “Todos os projetos que temos aqui são feitos para acolher essas famílias e a gente consegue perceber a diferença que isso faz na vida dessas pacientes e desses bebês”, diz Karina Melo Costa dos Santos, supervisora de enfermagem da UTI neonatal.
Além do apoio à amamentação e do método canguru, outra forma que a maternidade utiliza para ajudar no acolhimento ao bebê é o Projeto Octo, nome que remete a octopus, polvo. Nele, todos os recém-nascidos que vão para a UTI neonatal ganham um polvo feito de crochê, que fica dentro da incubadora. A técnica, que nasceu na Dinamarca, tem objetivo de, ao promover o contato do bebê com os tentáculos do polvo, que lembram o cordão umbilical, transmitir a sensação de proteção e segurança que ele sentia no útero.
Outro cuidado, que se iniciou este ano, foi o projeto Coala, sigla para Controlando Oxigênio Alvo Ativante. Os bebês prematuros precisam receber uma determinada quantidade de oxigênio, que precisa ser seguida para que não haja sequelas. Para isso, cada bebê recebe uma plaquinha individual com o nível de oxigênio que está recebendo e o em qual nível a equipe do hospital quer chegar. Assim, é possível monitorar e sempre ficarem atentos às necessidades do recém-nascido.
SECOM - Prefeitura da Cidade de São Paulo
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