Secretaria Especial de Comunicação
Operação Urbana Faria Lima financia a construção de moradias no Real Parque
Nem a chuva forte que caiu na tarde desta terça-feira (27/3), impediu que o Grupo Gestor da Operação Urbana Faria Lima visitasse as obras do Conjunto Habitacional Real Parque, na Zona Sul da cidade. Munido de capacete e capas de chuva, o grupo percorreu o canteiro da urbanização da favela durante uma hora e meia. O andamento da construção e o apartamento modelo mereceram elogios entusiasmados dos conselheiros.
O Grupo Gestor é formado por nove representantes da Prefeitura e nove da sociedade civil. A coordenação é da SP Urbanismo. A função é acompanhar e aprovar a demanda de novos empreendimentos da operação urbana e definir a aplicação dos recursos em conformidade com o programa de intervenções. Na vistoria, o grupo fiscaliza a aplicação dos recursos da operação urbana.
Para o representante da Associação de Moradores de Favela do Real Parque e conselheiro do Grupo Gestor, Antonio de Azevedo Sodré, 74, as obras estão bastante adiantadas e os apartamentos são “muito bons”. Ele elogiou a ação da Prefeitura em moradia popular. “É realmente o melhor projeto de habitação social que já se fez no Brasil”, afirmou.
Iniciado em 2010 e com previsão de ser concluído em março de 2013, o projeto de urbanização do Real Parque prevê a eliminação de áreas de risco, a construção de áreas de lazer e de 1.113 apartamentos. Desses, 140 já foram entregues aos moradores e mais 94 serão no mês que vem. Cerca de 6.000 pessoas serão beneficiadas diretamente com as obras. O investimento é da ordem de R$ 140 milhões, recursos da operação urbana. Quem conduz o projeto é a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), por meio da superintendente de Habitação Popular, Elisabete França. A visita foi coordenada pelo diretor de Habi-Sul, Carlos Pellarim, que foi acompanhado das assistentes sociais e técnicas de Habi-Sul, de engenheiros da OAS e pela assessora da diretoria de Desenvolvimento e Gestão da SP Urbanismo, Rosa Miraldo, e equipe.
crédito das fotos - Fábio Arantes/Secom
José de Abraão, 47, conselheiro do Grupo Gestor e coordenador da União dos Movimentos de Moradia (UMM) parabenizou o trabalho e determinação da Prefeitura. “Fiquei feliz de ver as obras a todo vapor, ainda mais sendo obras de Habitação de Interesse Social (HIS), que atendem as famílias de baixa renda. Esse processo de determinação que vi aqui é importante que ocorra nas outras operações urbanas”, disse.
As 140 unidades entregues em dezembro são distribuídas em três edifícios de sete pavimentos cada um. Os apartamentos tem 50 m², com dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro, área de serviço e sacada. Nos condomínios, há playground, quadra poliesportiva e áreas verdes com paisagismo. As moradias foram destinadas para moradores que viviam na região. A urbanização da área inclui ainda a criação de boxes comerciais, a revitalização dos conjuntos habitacionais já existentes na área e a construção de um parque e uma creche.
Para Marly Namur, 66, conselheira do Grupo Gestor e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU/USP), que acompanhou a visita, o Real Parque é um exemplo que deve ser seguido nos cerca de 1.500 assentamentos precários da cidade. “As favelas devem ser transformadas em verdadeiros bairros como aqui. Isso é dar dignidade aos moradores. Eles merecem”, afirmou a professora.
Pellarim avaliou de forma positiva a visita do Grupo Gestor. “São eles que operam o dinheiro. Ficamos honrados com a visita deles. Eles perceberam qual é o nosso trabalho aqui junto às famílias. Tomara que seja discutido dentro da Operação Urbana Faria Lima o projeto para a área das favelas Coliseu e Panorama”, disse.
“Aqui é um palácio”
“Melhorou mil por centro”, respondeu o porteiro alagoano Cícero de Almeida, 52, ao ser questionado se a casa onde mora hoje é parecida com a anterior. Contemplado por um dos 140 primeiros apartamentos entregues, ele morava em um cômodo que media seis metros de comprimento por três de largura. Cícero viveu com a mulher, a auxiliar de limpeza Maria de Lourdes dos Santos Almeida, 44, e os filhos Walyson, 25, e Alex, 21, a maior parte da vida na favela. “Rapaz, isso pra nós é muito gratificante. Tenho de agradecer a Deus. Sofremos muito. Se o cara não tiver força de vontade, faz besteira”, disse Almeida, que lembra das goteiras da antiga casa em dias de chuva como o dia 27, além da convivência com ratos e baratas. “A luta foi grande e ainda passamos por dois incêndios, onde perdemos tudo. Mas hoje não tenho do que reclamar”, declarou.
Já Maria de Lourdes disse que hoje vive sonhando. “Às vezes, acho que não estou aqui, acho que é um sonho. Aqui é um palácio. Quando saio do serviço, não vejo a hora de chegar em casa. Hoje dá gosto de entrar aqui”, contou, sorridente, a mulher de Cícero.
HAND TALK
Clique neste componente para ter acesso as configurações do plugin Hand Talk