Secretaria Especial de Comunicação
Capacitação de professores municipais torna ensino mais lúdico e divertido
Parceria para capacitação de professores da Rede Municipal de Ensino enriquece o aprendizado de crianças com atividades lúdicas inclusivas. Em quatro anos, cerca de 500 educadores passaram pelo curso Brincar para Todos, oferecido pela associação Laramara para profissionais que atuam com alunos de 0 a 7 anos.
O curso é composto por quatro encontros, realizados mensalmente. Ao longo das atividades de capacitação, os professores discutem a importância do brincar para o desenvolvimento infantil, aprendendo mais sobre a adaptação e criação de brincadeiras e atividades pedagógicas.
“A pessoa com deficiência leva um rótulo. O curso procura desenvolver um novo olhar para as diferenças. Ao preparar atividades, atende-se todas as crianças de uma turma, levando em conta suas diversas características individuais”, explica a fonoaudióloga Daniela do Val, 33 anos, que ministra o curso de capacitação. “Na busca pela inclusão, o ensino fica melhor para todos”, completa.
As brincadeiras propostas utilizam materiais de baixo custo, como a sucata. Os brinquedos, em muitos casos, podem ser confeccionados pelas próprias crianças. Eles oferecem estímulos sonoros, táteis, visuais, olfativos e de paladar. “Tudo é muito colorido. Os materiais são interessantes para todas as crianças”, afirma a fonoaudióloga Ana Carla Alvarez, 36 anos, também responsável por ministrar a capacitação. As atividades ajudam a desenvolver capacidades motoras, a curiosidade e a autonomia.
crédto da foto - João Luiz/Secom
A educadora Fabiana Luzia Volpi Rodrigues Souza, 32 anos, trabalha como Professora Regente de Sala de Apoio, Acompanhamento e Inclusão na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Olga Benário, em Cidade Tiradentes, zona leste. No último encontro do curso, realizado neste mês, ela já havia realizado com seus alunos atividades como um quebra-cabeça feito de papelão plastificado com as fotos das próprias crianças, um chocalho que imita as ondas do mar montado a partir de uma caixa para pizza, pinos de boliche confeccionados pelos alunos e uma caixa de leite transformada em um brinquedo que ensina a dar laço no cadarço do sapato.
“As atividades são sempre voltadas para as vivências das próprias crianças. Com estes brinquedos, elas aprendem a contar, a lidar com as tintas, recebem estímulos sonoros”, conta a educadora, que atua na Sala de Apoio e Acompanhamento à Inclusão (SAAI), onde recebe no contraturno alunos com deficiências mentais ou físicas, Síndrome de Down e paralisia cerebral.
As fonoaudiólogas da Laramara explicam ainda que a brincadeira traz motivação, diversão e leveza no momento do aprendizado escolar. Além disso, o lúdico incentiva a criatividade, a atenção e a comunicação. “Na educação infantil, a brincadeira é o centro de tudo. O curso é uma vivência excelente. Passei a observar melhor as crianças e adotei uma nova postura na proposição e no planejamento das atividades”, avaliou Sara Stephani, 37 anos, professora da EMEI Maria José Dupré, em Pirituba, Zona Norte.
Ao final da capacitação, todos os profissionais apresentam um plano com uma proposta de aplicação dos conceitos abordados em seu ambiente de trabalho. Cada unidade de ensino que tiver profissionais participando do curso recebe ainda um exemplar do livro e do DVD Brincar para Todos e de uma publicação sobre deficiências múltiplas.
Sara Stephani, que atua em turmas da faixa etária de 5 a 6 anos, pretende realizar um trabalho de conscientização dos docentes e funcionários da escola onde leciona. Seu objetivo é envolver toda a comunidade escolar com uma oficina de fantoches, que serão produzidos pela equipe e utilizados pelas crianças. “É importante orientar os adultos a colaborar no desenvolvimento dos alunos”, afirma a professora, que durante sua trajetória profissional já trabalhou com estudantes com Síndrome de Down e com deficiências múltiplas.
Inclui
A formação dos professores é uma das iniciativas da Secretaria Municipal de Educação para tornar mais inclusiva a rede municipal, que atende mais de 17 mil alunos com algum tipo de necessidade educacional especial. Nos últimos cinco anos, 33 mil educadores passaram por formação para atuar com estes estudantes nas classes comuns.
Desde 2010, a Prefeitura investe no Programa Inclui, voltado a alunos com deficiência intelectual, visual, física, auditiva e múltipla, surdocegos, estudantes com condutas típicas de quadros neurológicos, psiquiátricos e psicológicos, com altas habilidades e superdotação.
Entre as diversas iniciativas da administração municipal, estão a adoção de material didático adequado, a ampliação do Transporte Escolar Gratuito Acessível (TEG Acessível), a criação dos Centros de Formação e Acompanhamento à Inclusão (CEFAI) e a contratação de Auxiliares de Vida Escolar (AVE), profissionais que acompanham alunos com deficiências severas.
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