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Terça-feira, 15 de Março de 2011 | Horário: 18:22
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Exposição sobre o Rio São Francisco chega ao Pavilhão das Culturas Brasileiras

A mostra ''Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga: Cultura Popular, Moda e História'' aborda os temas e mitos que cercam o terceiro maior rio do País, sob a ótica de Ronaldo Fraga. A exposição é divididas em 10 ambientes, mostrando os diferentes aspectos do rio.
O Pavilhão das Culturas Brasileiras, espaço expositivo da Secretaria Municipal de Cultura, abre dia 31, às 20h, a mostra Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga: Cultura Popular, Moda e História. A estreia da exposição aconteceu em Belo Horizonte, no Palácio das Artes, onde ficou em cartaz até dezembro de 2010.

A relação de Ronaldo Fraga com o terceiro maior rio brasileiro começou por meio de seu pai, que costumava pescar nele. Ao retornar para casa, ele vinha cheio de histórias, e essa memória acompanhou o filho por toda sua vida, até que, em 2006, ele pôde dar vazão a essas lembranças. Foi nesse ano que realizou sua primeira viagem pelo São Francisco, a bordo do barco a vapor Benjamin Guimarães, no qual embarcou na cidade de Pirapora, ao norte de Minas.

Depois da primeira experiência, Fraga repetiu o percurso pelo menos dez vezes, segundo sua própria estimativa. “A população ribeirinha costuma brincar que, uma vez que você tenha simbolicamente bebido a água do rio, ele nunca mais sai de você, ou seja, desde o primeiro contato ele já faz parte da sua vida”, explica.

Depois de levar o tema para a passarela por meio da sua coleção para o verão 2009, apresentada na São Paulo Fashion Week, o estilista decidiu montar a exposição, principalmente por conta do vasto material de pesquisa que reuniu.

Dez ambientes, muitas histórias, surpresas e emoções sobre o São Francisco

No início do percurso, o visitante assistirá a um vídeo gravado por Ronaldo Fraga às margens do rio São Francisco, em Pirapora (MG), em recente viagem no vapor Benjamin Guimarães, no qual o estilista explica a proposta da exposição. O ambiente Cidades Alagadas apresenta um vídeo documentário sobre as cidades alagadas para a construção de hidrelétricas, gravado e dirigido pelo ator Wagner Moura, nascido em Salvador, mas criado na pequena cidade de Rodelas (Bahia), inundada quando o ator ainda era criança. No espaço Lendas do rio vestidos musicais ecoam a voz de Maria Bethânia declamando o poema Águas e Mágoas do Rio São Francisco, da obra Discurso de Primavera e Algumas Sombras, de Carlos Drummond de Andrade, escrito em 1977.

A coleção apresentada por Ronaldo Fraga na São Paulo Fashion Week em 2008 também compõe a mostra, acrescentada de peças exclusivas. Mas Ronaldo reforça: “Na exposição, a coleção não é o tema central, e sim mais um elemento fruto do legado do rio, que conta a sua história”. Neste ambiente, a memória das bordadeiras, ofício muito presente nas cidades ribeirinhas, principalmente na região de Pirapora (MG), recebe homenagem por meio de grande parede simulando os bastidores de bordados.
    
Na sala Nascente uma lousa com traços iniciados por Ronaldo Fraga convidará o visitante a desenhar suas impressões, emoções e sentimentos sobre o São Francisco, a partir do olhar apresentado pelo do estilista na mostra. O percurso se encerra com um ambiente dedicado às crianças, intitulado “Pescaria do Saber”, onde os pequeninos poderão conhecer sobre os peixes do Velho Chico.

Foz: entrada da exposição, seu principal elemento são peixes coloridos feitos com garrafa pet
Mercado: representa os cheiros e sabores dos mercados situados às margens do rio São Francisco. Seu principal elemento é uma parede de latas litografadas cujas imagens são peixes próprios do rio.
Cotidiano: representa a vida ribeirinha. Sua principal instalação é uma escultura de malas que revelam imagens da vida às margens do rio nas décadas de 40 e 50.

História: um grande mapa aplicado em uma parede de 12 metros de comprimento apresenta as 15 principais cidades situadas ao longo do percurso do rio.
Religiosidade: mostra a referência aos ex-votos, expressão máxima de fé de romeiros e peregrinos que visitam, desde a descoberta do ouro nas Minas Gerais, o santuário de Bom Jesus da Lapa.

Lendas e Contos do Rio: vestidos musicais ecoam a voz de Maria Bethânia declamando o poema “Águas e Mágoas do Rio São Francisco” da obra “Discurso de Primavera e Algumas Sombras” de Carlos Drummond de Andrade, escrito em 1977.

Cidades Alagadas: instalação que remete às cidades alagadas para dar lugar às usinas hidrelétricas. A essência dessa sala é o filme produzido pelo ator Wagner Moura.

Vestuário: esse ambiente relembra o desfile do estilista Ronaldo Fraga no São Paulo Fashion Week, em junho/2008, cuja coleção deu origem à exposição. A memória das bordadeiras, ofício muito presente nas cidades ribeirinhas, principalmente na região de Pirapora (MG), recebe justa homenagem por meio de grande parede simulando os bastidores de bordados.
Nascente: a última instalação convida o visitante a relatar seus sentimentos, percepções e emoções em uma grande lousa.

Pescaria do Saber: ambiente dedicado às crianças, no qual elas poderão conhecer um pouco mais dos peixes do rio.

Sobre o Pavilhão das Culturas Brasileiras

A Secretaria Municipal de Cultura com a coordenação do Departamento do Patrimônio Histórico começou a pensar numa instituição voltada para as culturas do povo em 2007, quando transferiu o acervo do antigo Museu do Folclore Rossini Tavares de Lima para um depósito a salvo de intempéries; e contratou os serviços da museóloga Dalva Bolognini para fazer um levantamento das peças existentes, criar um banco de dados e embalar as obras apropriadamente.

Ainda em 2007, contratou Adélia Borges para elaborar o pré-projeto conceitual de uma instituição que pudesse abrigar aquele acervo. Com a colaboração de Cristiana Barreto, Marcelo Manzatti e Maria Lúcia Montes, entre outros colaboradores e consultores, elabora-se um documento de 170 páginas que contempla da política de acervo, programa educativo, ação cultural, diretrizes para arquitetura e muitos outros pontos.

Em síntese, o projeto propõe criar um espaço de exposição e um centro de referência e pesquisa voltado para a salvaguarda e divulgação da diversidade cultural brasileira e, em especial, do patrimônio material e imaterial das culturas menos favorecidas da população, que têm até hoje menor visibilidade institucional. O objetivo é legitimar, fortalecer e dar a conhecer as práticas culturais tradicionais e contemporâneas do povo brasileiro, em todo o seu vigor e pluralidade.

O edifício

O edifício de 11 mil m² que abriga o Pavilhão das Culturas Brasileiras foi projetado por Oscar Niemeyer nos anos 1950 e tombado pelos órgãos de patrimônio histórico municipal, estadual e federal. Depois de sediar eventos como a Bienal de Artes de São Paulo (1953) e o Pavilhão dos Estados durante o IV Centenário de São Paulo (1954), o prédio foi cedido esporadicamente para exposições. No início da década de 1970, já então batizado de Engenheiro Armando de Arruda Pereira, torna-se sede da Prodam, a Companhia de Processamento de Dados do Município. No fim de 2006, a Prodam muda-se, abrindo caminho para que o Pavilhão retome sua vocação. A Secretaria Municipal de Cultura passa então a planejar o uso cultural deste espaço.

Serviço

Rio São Francisco navegado por Ronaldo Fraga: Cultura Popular, Moda e História.
Abertura oficial: 31 de março, às 19h
Data:
31 de março a 26 de junho
Horário de visitação: terça-feira a domingo, das  9h às 17h
Local: Pavilhão das Culturas Brasileiras
Endereço: Rua Pedro Álvares Cabral, s/nº, Vila Mariana
Grátis


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