Secretaria Especial de Comunicação

Segunda-feira, 2 de Maio de 2011 | Horário: 11:33
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Museu mostra a história do transporte coletivo na Cidade na cidade de São Paulo

O Museu do Transporte conta a história da mobilidade urbana por meio dos transportes públicos. O museu reúne uma coleção histórias e imagens dos bondes de tração animal, dos primeiros transportes movidos a energia elétrica, até a criação da CMTC.
A mobilidade e o transporte coletivo sempre foram o carro-chefe do progresso de São Paulo. À medida que a Cidade crescia, as pessoas precisavam se deslocar de um lado para o outro para trabalhar, visitar amigos e estudar. A Capital foi a precursora em novas tecnologias para transportar pessoas com rapidez, conforto e segurança.

O primeiro meio de transporte coletivo usado no Brasil foi o bonde de tração animal, chamado de bonde Sant'Anna e adotado em 1872. O serviço esbarrava na falta de flexibilidade das operações, já que o bonde não fazia curvas e era obrigado a ir e vir na mesma linha de trilhos. Para minimizar a dificuldade, o bonde Sant'Anna tinha a frente e a traseira iguais e, ao chegar ao ponto final, os passageiros viravam os encostos dos bancos, para que todos pudessem seguir viagem de frente para o destino.

O ir-e-vir pela mesma linha teve vida curta. Durou até que chegasse a São Paulo o primeiro bonde elétrico, um grande avanço de tecnologia, com duas portas e nove bancos, no qual os três primeiros eram reservados aos não-fumantes. O restante podia ser ocupado sem restrições. Havia essa divisão de público porque o bonde era aberto e quem não fumava ficava incomodado com a fumaça dos charutos que o vento trazia. O bonde começou a se espalhar e levar o progresso pela Cidade. Por onde passava uma linha de bonde chegavam também o comércio e as indústrias.

Surge a CMTC

A São Paulo Tramway Light and Power Company, ou simplesmente Light, era a companhia responsável pelos bondes em 1900. A situação permaneceu assim até 1946, quando foi criada a Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC), a quem coube comandar o serviço de 249 bondes. Eles cortavam a Cidade de norte a sul e de leste a oeste, ligando esses veículos aos trens, dando início à primeira integração da Cidade.

Mais tarde, surgiu o bonde Camarão, assim chamado por causa de sua cor vermelha. A ele seguiu-se o bonde Gilda, nome derivado de um grande sucesso do cinema na época, o filme "Gilda". Importado, o novo bonde, com bancos estofados e acabamento refinado, circulava nas linhas que passavam pelos bairros mais elegantes da Cidade. Esse bonde era fechado, com portas acionadas pelo motorneiro, como era chamado o condutor do bonde, e tinha janelas envidraçadas. Nesse modelo também foi instalada a catraca, que registrava o número de passageiros transportados. Os bondes antigos eram abertos e alguns passageiros entravam e saíam sem pagar passagem.

Automóveis versus bondes

Como as ruas da Cidade eram de pedra ou de paralelepípedo, alguns motoristas preferiam circular sobre os trilhos dos bondes, onde os veículos sacolejavam menos e podiam andar com maior velocidade. A invasão, contudo, danificava os trilhos, cuja manutenção interrompia a circulação dos bondes.

Em 1946, surgiu no sistema de transporte paulistano o trólebus, fabricado nos Estados Unidos. Em 1957, a CMTC já operava 75 veículos, acompanhando a expansão do serviço. Hoje circulam 200 trólebus, principalmente na região Leste da Cidade.

O primeiro ônibus movido a diesel na Capital surgiu em 1968 e a frota de coletivos movimentados por esse tipo de combustível se expandiu rapidamente por toda a Cidade.

A demanda crescente por transporte coletivo exigiu veículos cada vez maiores, para transporte de maior número de passageiros, e assim surgiram os ônibus articulados e biarticulados, sendo estes veículos com 27 metros de comprimento e design moderno, que possuem duas articulações sanfonadas e capacidade para transportar aproximadamente 200 passageiros por viagem.

São Paulo conta hoje com frota de 15 mil coletivos, que transportam nada menos de 6,2 milhões de passageiros todos os dias. Além de maior capacidade de transporte, um biarticulado ocupa o lugar de três ônibus comuns, aumentando a velocidade média nos corredores dedicados ao transporte coletivo.

Preocupação ecológica

A poluição provocada pela descarga de gases da frota crescente de ônibus movidos a diesel, em circulação nas 1.300 linhas da Cidade, trouxe grave problema e exigiu ações da Prefeitura. Uma delas foi a promulgação da Lei de Mudanças Climáticas, que prevê a troca do diesel usado nos coletivos por combustível não-fóssil e menos poluente até 2018. A previsão é que todos os ônibus da Capital deixem de usar o diesel. No momento, estão sendo utilizados e testados veículos movidos a etanol, híbridos (diesel/elétrico), biodiesel e novos trólebus.

Em fevereiro de 2011, a Prefeitura e a Secretaria Municipal de Transportes lançaram o programa Ecofrota, outra iniciativa que visa a agredir menos o meio ambiente. Todo veículo que estiver rodando com combustível menos poluente usará a marca do programa, que tem como objetivo a utilização progressiva de combustíveis mais limpos.

Essas e outras histórias sobre o transporte público na cidade de São Paulo podem ser encontradas no Museu do Transporte, localizado na avenida Cruzeiro do Sul, 780, Canindé - São Paulo, próximo da estação Armênia do Metrô. O espaço fica aberto de terça-feira a domingo, das 9h às 17h. O agendamento de visitas monitoradas para escolas pode ser feito pelo telefone 3315-8884.


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