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Quarta-feira, 8 de Junho de 2011 | Horário: 14:24
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São Paulo e cidades participantes da C40 debatem medidas de drenagem urbana

No segundo dia de conferências do C40 São Paulo Summit, na última quinta-feira, 2 de junho, o secretário do Verde e do Meio Ambiente apresentou os esforços da Prefeitura para manter os 20 grandes reservatórios da Cidade (piscinões) em pleno funcionamento.
No segundo dia de conferências do C40 São Paulo Summit, na última quinta-feira, 2 de junho, representantes de Nova York, Houston, Roterdã, Rio de Janeiro e de São Paulo debateram e apresentaram medidas relacionadas às mudanças climáticas e à drenagem urbana. A Prefeitura de São Paulo foi representada pelo secretário do Verde e do Meio Ambiente, que apresentou os esforços da Cidade para se adaptar ao volume de chuvas e ampliar as áreas permeáveis.

O secretário citou o esforço da Prefeitura para manter os 20 grandes reservatórios da Cidade (piscinões) em pleno funcionamento, mas ressaltou que a administração municipal tem se preocupado em aumentar sobretudo a permeabilidade natural, em vez de investir apenas em obras de mitigação. Entre as medidas adotadas, o secretário citou o Programa 100 Parques, que prevê a construção de uma centena de parques até 2012. “Nós tínhamos poucos parques e eles eram mal distribuídos. A partir desse programa, vamos aumentar as áreas verdes, proteger a biodiversidade e ainda redistribuir essas áreas de forma mais homogêneas”, disse o secretário.

Parques lineares

Os parques lineares são outra iniciativa da Prefeitura de São Paulo, que prevê o aumento da área permeável da Cidade por meio da recuperação das várzeas naturais dos rios. Além disso, essa modalidade de equipamento oferece novas opções de lazer aos munícipes, muitas vezes recupera os cursos d’água e retira famílias de áreas de risco. “No início, as pessoas não compreendiam que os parques lineares iriam ficar alagados durante o período de cheias do rio e que uma das funções é esta: proteger a área alagadiça e natural e evitar que a população esteja nesse local. Hoje, a realidade se inverteu, as pessoas pedem para o prefeito a criação de um parque linear”, explicou o secretário.

Em suas iniciativas, a Prefeitura tem interligado os serviços das secretarias para tornar seus projetos mais completos e vantajosos. É comum que as obras de revitalização de áreas verdes incluam a Secretaria de Habitação, responsável pela remoção de famílias de áreas de risco. “Nossas ações que envolvem drenagem urbana são permeadas por outras ações que não apenas de engenharia. O plantio de árvores é adaptação, mas a assistência social também é adaptação. É possível haver convivência entre os rios, a população e a Cidade. É um esforço orçamentário e de educação ambiental”, acentuou.

O secretário do Verde e do Meio Ambiente relatou ainda a experiência de São Paulo na orla da Guarapiranga, com a Operação Defesa das Águas, o Programa Córrego Limpo, esse em parceria com a Sabesp, que já recuperou 50 cursos d’água, e o plano de drenagem municipal que está em desenvolvimento.

Iniciativas de outras cidades

Para Mauro Duarte, da Rio Águas, o Rio de Janeiro enfrenta um problema comum das grandes cidades: a alta concentração de população nas proximidades dos reservatórios de água. “Está na hora de termos atuação constante. Por enquanto, nós só tomamos soluções mitigadoras. É preciso nos prepararmos para a urbanização dos locais ainda não ocupados”, defendeu Duarte.

O representante de Nova York, Mark Watts, relatou que aproximadamente 75% do território da cidade norte-americana é impermeável, o que acarreta sérios problemas de drenagem. Segundo ele, seria muito mais proveitoso e benéfico para o mundo se as pessoas entendessem que a chuva é um recurso e não um dejeto como o esgoto. “O prefeito Bloomberg entendeu que é muito mais barato investir em infra-estrutura ecológica do que na construção de piscinões, por exemplo”, disse Watts, ao se referir ao prefeito de Nova York, Michael Bloomberg.

“Estamos sofrendo os efeitos das mudanças climáticas principalmente nas áreas centrais, onde a impermeabilidade é maior. Na nossa cidade, quando chove a água vem dos quatro pólos da cidade. É preciso mostrar que investir agora representa economia no futuro”, disse Arnoud Molenaar, coordenador do Rotterdam Climate Initiative. A cidade holandesa tem investido em reservatórios localizados embaixo das casas para armazenar água da chuva, na implantação de “telhados verdes” e na construção da primeira Water Plaza’s, uma espécie de “praça das águas” que durante a chuva seria usada para reter o volume, sem perder a utilidade de lazer.

Laura Spanjian, representante de Houston, compartilhou com os participantes uma particularidade de sua cidade: a população paga uma taxa para que a prefeitura local invista os recursos exclusivamente em obras de drenagem. “Fizemos contas para chegar a um valor que a população não fosse achar alto e hoje a oposição é muito pequena. Acredito que isso nos dá a oportunidade para sermos criativos nas intervenções e as pessoas acham válido pagar um pouco mais para resolver o problema das enchentes”, afirmou Spanjian.



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