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Segunda-feira, 8 de Fevereiro de 2010 | Horário: 08:05
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Centro para recuperação de dependentes químicos é inaugurado

O Serviço de Atenção Integral ao Dependente, em Heliópolis, é o primeiro centro público da capital para atendimento a dependentes químicos em momentos de crise. O centro possui área de 11 mil m² e contará com espaços de convivência e lazer.
O prefeito de São Paulo inaugurou na última sexta-feira, dia 5, o Serviço de Atenção Integral ao Dependente (Said), na região de Heliópolis, Zona Sul. Trata-se do primeiro centro público da capital para atendimento a dependentes químicos em momentos de crise. Nesta primeira etapa estão disponibilizados 20 leitos para adultos. Com a conclusão do prédio serão fornecidas 80 vagas. A nova unidade atende em parceria com o Hospital Samaritano.

O prefeito explicou que o Said auxiliará a Prefeitura a tratar dependentes químicos de regiões degradadas como a antiga Cracolândia. "Esse equipamento representa a consolidação da nossa rede de atendimento a dependentes químicos e a pessoas com transtornos mentais, especialmente àqueles de regiões específicas da Cidade que sofreram com o descaso e o subdesenvolvimento ao longo das últimas décadas", disse o prefeito.

O centro possui área de 11 mil m² e terá 80 leitos, sendo oito infantis, 32 para adolescentes e 40 para adultos. A unidade contará com quadra poliesportiva, espaços de convivência e lazer, refeitório e ambulatório. O investimento é de R$ 5,5 milhões.

Os pacientes do Said Heliópolis terão à disposição uma equipe de mais de 600 profissionais, desde médicos, fisioterapeutas, enfermeiros e psicólogos até professores de educação física e de alfabetização. O prefeito destacou o investimento expressivo do Município para a instalação da nova unidade: a manutenção mensal deve custar em torno de R$ 1,5 milhão. Apenas para efeito de comparação, a manutenção de uma AMA 24 horas é de cerca de R$ 500 mil/mês, sendo que a unidade realiza 6.500 consultas/mês.

O tempo de permanência do paciente na nova unidade é de 30 dias, prorrogável por mais 30 ou 60 dias, conforme avaliação da equipe de acompanhamento dos casos. "No Caps Álcool e Drogas, não há a permanência do paciente - no máximo, ele fica internado por sete dias. Este equipamento é para quem já passou pelo Caps mais de uma vez e então é encaminhado para cá para ficar internado. Ele passará por um trabalho que, no fundo, é o mesmo do Caps, só que ampliado", explicou o secretário da Saúde.

No Said, os pacientes passam pela recuperação clínica, estabilização do transtorno mental, desintoxicação e resgate de cidadania e dos vínculos familiares. Com a convivência social restabelecida, o tratamento continua nos Caps Álcool e Drogas, que promovem a inserção dos pacientes na rede de cuidados de saúde geral do território.

O Serviço de Atenção Integral ao Dependente está localizado na avenida Almirante Delamare, 3.033. A área, pertencente à Cohab, havia sido invadida e transformada em motel. A Prefeitura retomou o terreno e reformou todo o prédio. Essa estratégia possibilitou uma grande economia aos cofres públicos, bem como uma destinação da área com benefício a toda a população.


Prioridade aos pacientes da Operação Centro Legal

O espaço inaugurado na sexta-feira atenderá prioritariamente dependentes químicos apontados para tratamento pela Ação Integrada Centro Legal, parceria entre a Prefeitura de São Paulo, Governo do Estado, Poder Judiciário, Ministério Público e sociedade civil para recuperar o Centro da capital paulistana.

"Afirmamos que a maioria das pessoas que estão lá não tem seu maior problema no campo social, mas no campo da saúde. Equipamentos como este nos ajudarão a solucionar esses problemas sérios que essas pessoas têm. Elas são normalmente pessoas sem recursos que precisam ser tratadas em equipamentos públicos", declarou o prefeito.

O atendimento será prioritário aos pacientes oriundos da Ação Integrada Centro Legal, ou seja, pacientes encaminhados pela Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Sé, AMA Boracéa, Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) Álcool e Drogas Sé e Caps Infantil Sé.

De acordo com a Secretaria da Saúde, desde o lançamento da Centro Legal, em julho de 2009, foram feitas mais de 50 mil abordagens por 27 equipes. Mas 87% das pessoas abordadas recusam tratamento ou mesmo conversar com os agentes. Até janeiro, 1.508 pessoas - 78,5% delas dependentes químicos - receberam tratamento médico, em um total de 2.601 encaminhamentos, o que significa que muitos foram encaminhados mais de uma vez. Ao todo, foram feitas 170 internações.

O secretário da Saúde explicou que o tratamento de um dependente químico é um processo lento, cheio de recaídas e recomeços: "Quem olha de fora diz 'mas é a mesma pessoa uma vez, duas vezes, sendo atendida. E é mesmo. Talvez sejam três, quatro, cinco vezes, e quem sabe na sexta vez ela aceite o tratamento para que ela possa se recuperar. Esse tipo de ação não tem prazo para acabar. Você depende de ganhar a confiança daquelas pessoas em situação de dependência".


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