Secretaria Especial de Comunicação

Terça-feira, 6 de Abril de 2010 | Horário: 10:36
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Delegações do Malawi e da África do Sul conhecem urbanizações

A Secretaria Municipal de Habitação recebeu ministros, arquitetos, urbanistas e representantes de ONGs das delegações do Malawi e da África do Sul, que conheceram as obras dos programas de Urbanização de Favelas e Mananciais.
Delegações do Malawi e da África do Sul, formadas por ministros, arquitetos, urbanistas e representantes de ONGs, estiveram na Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), no dia 29 de março, para conhecer in loco obras dos programas de Urbanização de Favelas, de Mananciais e de Regularização Fundiária e, em maior profundidade, o Plano Municipal de Habitação de São Paulo (PMH).

Desenvolvido durante dois anos, o PMH condensa as diretrizes para a política habitacional e traça objetivos para zerar o déficit por moradia da Cidade até 2024, caso seja mantido o investimento atual, da ordem de R$ 1 bilhão anual. Esse fato chamou a atenção dos especialistas visitantes. O plano foi lançado no dia 22, durante o 5º Fórum Urbano Mundial, no Rio de Janeiro - evento promovido pela UN-Habitat e pelo governo federal.

Ao iniciar a apresentação do PMH, Violêta Kubrusly, arquiteta e técnica da Superintendência de Habitação Popular (Habi) da Sehab, explicou a importância dessa nova abordagem do território para o desenvolvimento e a implantação de uma política habitacional que leva em conta as especificidades da geografia e o perfil social mais apurado das famílias que compõem os assentamentos. As informações sobre o espaço físico e a história social do plano, que contou também com a participação de outras secretarias para sua elaboração, determinam as ações da Sehab.


Urbanização de favelas

As imagens de ações do Programa de Urbanizações de Favelas, em localidades como o Jardim Iporanga, Monte Taó, Parque América e Cantinho do Céu, provocaram várias perguntas da platéia. "Fico bastante impressionado com os números que você nos mostra, em especial com os subsídios do governo, que representam um investimento sem retorno financeiro, mas social. Pelo que vi no Rio, e agora vejo aqui, estamos pelo menos 20 anos atrás de vocês", comenta Peter Mwanza, professor e ministro de Habitação do Malawi. “A exposição deixou claro que temos um longo caminho a percorrer, para podermos repetir os modelos que vimos aqui.” Nesse país da África Oriental colonizado pelos ingleses, cuja autonomia se deu em 1962, 1,2 milhão dos 14 milhões de habitantes moram em favelas e apenas 15% do território é urbanizado.


Conselho Municipal de Habitação

Decorrente do Plano Diretor, também despertou a atenção a criação do Conselho Municipal de Habitação (CMH), órgão que possibilita a participação da sociedade civil e de entidades de classe na política habitacional. Cameron Brisbane, diretor da Besg, ONG da África do Sul, é categórico: "Em nosso país, temos um atraso de décadas, causado especialmente pelo problema do apartheid. Saber que mais de 47 mil pessoas votaram na eleição do Conselho é realmente uma prova de uma política habitacional com espaço para participação das comunidades".

Eliene Coelho, técnica da Habi, foi responsável pela palestra sobre o Habisp, sistema de mapeamento inédito em São Paulo, desenvolvido pela Sehab. Essencialmente um instrumento de planejamento, no Habisp estão condensados dados geográficos e socioeconômicos de todos os assentamentos precários de São Paulo, o que inclui favelas, cortiços e loteamentos irregulares. Esses dados possibilitam aos técnicos estabelecer prioridades para as intervenções, fato igualmente elogiado pelos técnicos estrangeiros. "Tanto a questão dos subsídios como a do acesso às informações são relevantes desta política habitacional", comenta Zou Kota Fredricks, ministra do Departamento Nacional da Delegação de Assentamentos Humanos da África do Sul.

A arquiteta Teresa Herling falou sobre a divisão dos assentamentos por região e explicou formas de uso do Habisp como instrumento de planejamento para estabelecer prioridades quanto à vulnerabilidade social, o que contribui para diminuir influências políticas na destinação de verbas públicas.


Urbanização de Heliópolis

No dia 30 de março, em visita às obras de urbanização de Heliópolis (região sudeste), onde a Sehab instala infra-estrutura urbana e constrói conjuntos habitacionais, Felix Tukula, ministro de Terras, Habitação e Desenvolvimento de Lilongwe (capital do Malawi), dividiu com os colegas comentários sobre o condomínio projetado por Ruy Ohtake na Gleba K. Com quatro pavimentos, os 18 prédios são circulares e os apartamentos medem 50 m²: "Não imaginei ver algo assim, estou fotografando tudo porque nunca vi um projeto com esse nível para habitação popular". Vanessa Padiá, arquiteta e coordenadora do Projeto Heliópolis, que explanou sobre a urbanização da comunidade antes de guiar os visitantes pelos canteiros de obras, resume a experiência: "É muito bacana ver que o entusiasmo deles só aumenta quando saímos da palestra com mapas e números para mostrar as obras, os projetos saindo da prancheta para o concreto”.


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