Secretaria Especial de Comunicação
''Música do Silêncio'' ensina alunos surdos de escola municipal a tocar instrumentos
O projeto ''Música do Silêncio'' permite que alunos surdos toquem diferentes tipos de instrumentos de percussão. Eles não podem ouvir a própria melodia reproduzida, mas experimentam a música vibrar das mãos aos pés.
- Quando eu toco, dá para ouvir onde, no Rio de Janeiro?
- Não, só em Santana!
- Não, pessoal, apenas do outro lado da rua!
O maestro Fábio Bonvenuto desvenda a intensidade do som numa conversa com dois jovens músicos enquanto fazem o ensaio de sua banda. Eles nunca vão conhecer os limites do som, mas isso não impediu que os alunos surdos da Escola Municipal de Educação Especial Madre Lucie Bray tocassem seus instrumentos.
A Música do Silêncio é um projeto iniciado há cinco anos nessa escola da Zona Norte, motivado pelos próprios estudantes que pediram à direção para aprender a tocar. “A princípio, a música é própria do ouvinte, mas tem dança para surdos, coral de Libras. O surdo pode usar a música como produto de outras artes e por que não produzi-la?”, provoca o maestro.
Em uma sala reservada apenas para ensaios e aulas, 60 alunos com deficiência auditiva têm a possibilidade de aproveitar os diferentes instrumentos de percussão. Eles não podem ouvir a própria melodia reproduzida, mas experimentam a música vibrar das mãos aos pés. “Eu sinto o barulho da música no meu corpo e é bom”, explica Willian Dantas Cardoso, de 19 anos, que passa a mão pelo tronco e sorri ao lembrar da sensação. Ele é ex-aluno da escola, mas retorna para os ensaios da banda, para tocar bateria.
Em um círculo de percussão, eles juntam os diversos tipos de tambor, como as congas, os atabaques, djembês, ashiko, surdo, bateria e o carrón, um instrumento peruano, com formato de uma caixa, que faz o corpo todo tremer. Para que o trabalho comece, o maestro dá o tom pela bateria, os alunos olham, repetem o ritmo e sentem a vibração correr pelo corpo. “É como um mantra”, compara Bonvenuto, sobre a série de repetições realizada pelo grupo, que forma uma frase musical. Quando a regência dá o ponto final, vêm alguns segundos de silêncio – para ouvintes –, porque logo eles começam a fazer suas improvisações pessoais e a manifestação musical vira uma conversa entre eles.
Gestos e música
“A gente se comunica pelos gestos e pela música”, conta Anderson Martins, de 14 anos. O aluno da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Marechal Rondon é ouvinte, trompetista e companheiro musical dos alunos da Lucie Bray. Além dele, outros 34 estudantes da Rondon dão vida aos instrumentos de sopro, corda e metal fazendo o complemento da banda. No repertório das apresentações estão Tim Maia, Skank, jazz e música caribenha.
Desde 2006 o grupo formado por 45 alunos das duas escolas faz apresentações por toda a cidade de São Paulo, chamando a atenção do público para um ato positivo e não para a deficiência. Bonvenuto percebe nisso uma manifestação que tem o poder de melhorar a auto-estima dos jovens. “Para quem assiste, todos são iguais”.
Para os jovens, é uma experiência única. “Sonho que quero aprender mais”, conta Kimberlyn Nauly Miranda, de 14 anos, que diz que a participação na banda é diferente de qualquer coisa que já sentiu.
Alexandre Rocha de Lima, de 16 anos, adora se apresentar para quem pode ouvir o som de seus instrumentos. Além da escola, o que o jovem corintiano mais gosta é tocar no estádio de futebol, ao lado de sua torcida. “Agora que eu toco, sou mais feliz”, conta o percurssionista.
- Não, só em Santana!
- Não, pessoal, apenas do outro lado da rua!
O maestro Fábio Bonvenuto desvenda a intensidade do som numa conversa com dois jovens músicos enquanto fazem o ensaio de sua banda. Eles nunca vão conhecer os limites do som, mas isso não impediu que os alunos surdos da Escola Municipal de Educação Especial Madre Lucie Bray tocassem seus instrumentos.
A Música do Silêncio é um projeto iniciado há cinco anos nessa escola da Zona Norte, motivado pelos próprios estudantes que pediram à direção para aprender a tocar. “A princípio, a música é própria do ouvinte, mas tem dança para surdos, coral de Libras. O surdo pode usar a música como produto de outras artes e por que não produzi-la?”, provoca o maestro.
Em uma sala reservada apenas para ensaios e aulas, 60 alunos com deficiência auditiva têm a possibilidade de aproveitar os diferentes instrumentos de percussão. Eles não podem ouvir a própria melodia reproduzida, mas experimentam a música vibrar das mãos aos pés. “Eu sinto o barulho da música no meu corpo e é bom”, explica Willian Dantas Cardoso, de 19 anos, que passa a mão pelo tronco e sorri ao lembrar da sensação. Ele é ex-aluno da escola, mas retorna para os ensaios da banda, para tocar bateria.
Em um círculo de percussão, eles juntam os diversos tipos de tambor, como as congas, os atabaques, djembês, ashiko, surdo, bateria e o carrón, um instrumento peruano, com formato de uma caixa, que faz o corpo todo tremer. Para que o trabalho comece, o maestro dá o tom pela bateria, os alunos olham, repetem o ritmo e sentem a vibração correr pelo corpo. “É como um mantra”, compara Bonvenuto, sobre a série de repetições realizada pelo grupo, que forma uma frase musical. Quando a regência dá o ponto final, vêm alguns segundos de silêncio – para ouvintes –, porque logo eles começam a fazer suas improvisações pessoais e a manifestação musical vira uma conversa entre eles.
Gestos e música
“A gente se comunica pelos gestos e pela música”, conta Anderson Martins, de 14 anos. O aluno da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Marechal Rondon é ouvinte, trompetista e companheiro musical dos alunos da Lucie Bray. Além dele, outros 34 estudantes da Rondon dão vida aos instrumentos de sopro, corda e metal fazendo o complemento da banda. No repertório das apresentações estão Tim Maia, Skank, jazz e música caribenha.
Desde 2006 o grupo formado por 45 alunos das duas escolas faz apresentações por toda a cidade de São Paulo, chamando a atenção do público para um ato positivo e não para a deficiência. Bonvenuto percebe nisso uma manifestação que tem o poder de melhorar a auto-estima dos jovens. “Para quem assiste, todos são iguais”.
Para os jovens, é uma experiência única. “Sonho que quero aprender mais”, conta Kimberlyn Nauly Miranda, de 14 anos, que diz que a participação na banda é diferente de qualquer coisa que já sentiu.
Alexandre Rocha de Lima, de 16 anos, adora se apresentar para quem pode ouvir o som de seus instrumentos. Além da escola, o que o jovem corintiano mais gosta é tocar no estádio de futebol, ao lado de sua torcida. “Agora que eu toco, sou mais feliz”, conta o percurssionista.
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