Secretaria Especial de Comunicação

Domingo, 26 de Dezembro de 2010 | Horário: 12:04
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Projeto realiza visitas monitoradas ao Cemitério da Consolação

O projeto Arte Tumular promove visitas monitoradas ao Cemitério da Consolação, onde os monitores apresentam as obras de arte e os túmulos de personalidades que ajudaram a escrever a história de São Paulo, como Monteiro Lobato, Ramos de Azevedo, José Bonifácio e Mário de Andrade.
Assim como acontece em cemitérios europeus, o Serviço Funerário de São Paulo realiza visitas monitoradas aos túmulos de personalidades ilustres e às obras de arte do cemitério da Consolação. Os monitores que conduzem o passeio explicam os aspectos das obras de arte e a história de cada uma das personalidades sepultadas.

O cemitério da Consolação é um verdadeiro museu. Oficilamente aberto em 15 de agosto de 1858, possui túmulos de personalidades como Monteiro Lobato, Tarsila do Amaral, Ramos de Azevedo, José Bonifácio de Andrada e Silva (o Patriarca da Independência), Antoninho da Rocha Marmo, Mário e Oswald de Andrade, além de dezenas de obras de arte de importantes escultores do século passado como Victor Brecheret, entre outros.

Projeto Arte Tumular

O Projeto Arte Tumular foi idealizado para apresentar aos paulistanos os cemitérios antigos de São Paulo, aqueles que ainda conservam acervos artísticos e históricos provenientes de épocas em que São Paulo era uma cidade muito diferente da São Paulo que conhecemos hoje.

Os cemitérios, tal como muitos casarões, teatros, linhas férreas e monumentos construídos em meados do século XIX e início do XX , são testemunhas da história social da Paulicéia de antanho.

Naquele tempo a cultura do café, então chamado ouro-verde, proporcionava vida opulenta a famílias que aqui se instalavam, vindas do interior do Estado e também de outros países em busca de novas possibilidades de trabalho ou para ampliação dos negócios e de suas fortunas.

Era o momento da Belle Époque paulistana e o ideal de vida da elite; era a imitação dos hábitos parisienses, de forma que o afrancesamento e a europeização da arquitetura, moda, festas, convenções e também dos sepultamentos e ornamento dos túmulos conferiam à sociedade paulistana o ar cosmopolita, moderno e intelectual esmeradamente almejado.

Os cemitérios, então chamados "campos santos", em meados do século XIX já substituíam as igrejas na prática de sepultamentos.

O fim dos sepultamentos nas igrejas

A prática de sepultamentos em igrejas era muito contestada por sanitaristas e médicos na secunda década de 1820. Influenciados pelas idéias positivistas e pelo iluminismo estes homens de letras e números como Líbero Badaró foram importantes colaboradores no debate acalorado em São Paulo, neste período, defendendo o fim dos sepultamentos nas igrejas por considerarem esta pratica insalubre e nociva à saúde pública.

Por este motivo, em 1856 a Assembléia Legislativa Providencial de São Paulo aprovou o Primeiro Regulamento para os cemitérios da cidade de São Paulo. Esta medida provocou inúmeros protestos entre os praticantes do cristianismo que já tinham incorporado a tradição do sepultamento nas igrejas. Apesar dos protestos, o regulamento passou a ser seguido.

Cemitério da Consolação

Em agosto de 1858 surgiu o Cemitério Municipal, depois chamado Cemitério da Consolação. Sua localização, nos arrabaldes da cidade era condição essencial para garantia de salubridade da área urbana então restrita á região que nos dias de hoje corresponde ao centro velho - ruas Quinze de Novembro, Direita e São Bento.

Perfil dos sepultados

No cemitério da Consolação, em seus primeiros anos, eram sepultadas pessoas de todas as classes sociais: escravos, agregados, senhores de escravos, homens livres abastados e pobres, estrangeiros. Após a virada do século, o perfil dos sepultados passou a mudar, assim como modificavam-se os hábitos da população, principalmente da elite afortunada.

Aquele que realizou em vida atividades de relevância para a sociedade deveria ter uma morada à altura de sua importância social. Por este motivo as famílias e os amigos, a partir da primeira década do século XX, contratavam construtores e escultores de renome, em sua maioria de origem italiana ou com formação na Europa, como Victor Brecheret, Luigi Brizzolara, Galileo Emendabili, entre outros, para construírem e ornamentarem os túmulos das ilustres personalidades.

Esses túmulos ricamente ornamentados ou mesmo despojados testemunham importantes fatos da história social de São Paulo e do Brasil. Trazem a nosso conhecimento representantes da vida política e cultural, seus feitos e a repercussão na cidade.

Da mesma forma temos nas necrópoles antigas muitas informações que inevitavelmente provocam a reflexão sobre a construção da cidade, dos novos hábitos da comunidade paulistana, suas complexidades e disparidades verificadas hoje.

Serviço

O agendamento de visitas monitoradas ao Cemitério da Consolação pode ser feito pelo telefone (11) 3396-3832


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