Prefeitura de São Paulo

A adolescente Barbara de Oliveira Leite, de 14 anos, cursa o 8º ano na EMEF Sylvia Martins Pires no período da manhã. Até 2008, seu uso da internet limitava-se ao acesso a sites de relacionamento e aos programas de comunicação instantânea. Hoje, ela planeja montar um site sobre um de seus assuntos preferidos - a música - e alimenta um blog com outras alunas da EMEF sobre o tema educação.

Barbara é uma das alunas monitoras do curso de informática da EMEF, ministrado pela Professora Orientadora de Informática Educativa (Poie) Cristina Mozzola. Ela participa do Programa Aluno Monitor, que avança a cada dia nas escolas municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) e nos Centros Integrados de Educação de Jovens e Adultos (CIEJAs) da Rede Municipal de Ensino.

Como aluno monitor, o estudante utiliza seus conhecimentos para que os demais alunos criem maior intimidade com as máquinas e os softwares. Normalmente, o aprendiz prefere recorrer ao aluno monitor para resolver os problemas cotidianos sem ter de perguntar ao professor as operações mais simples.

Mas as tarefas do aluno monitor vão muito mais longe: ao trabalhar lado a lado com o Professor Orientador de Informática Educativa, ele contribui com o letramento digital, desenvolvendo entre os alunos a capacidade de pesquisa, comunicação e publicação de materiais na internet.

Além da realização de tarefas repassadas pelo Poie, ele acompanha todas as ações promovidas no laboratório de informática, desde o planejamento e execução das atividades até a avaliação dos alunos. Os resultados do trabalho, incluindo avanços e dificuldades, são publicados por ele semanalmente em blogs, fóruns, comunidades virtuais e páginas da web - canais de comunicação que possibilitam a troca de experiências com alunos de outras escolas, assim como com a equipe de coordenação do projeto de sua unidade.

Todas as atividades do aluno monitor são acompanhadas e avaliadas pelo Poie. Dessa forma, além de compartilhar conhecimentos, ele aprende a administrar compromissos e a se relacionar com um grupo que tem objetivos comuns, percebendo seu trabalho como parte importante para o desenvolvimento da equipe.

É o que ocorre na EMEF Sylvia Martins Pires, onde a professora Cristina conta com a ajuda de outros educadores no momento de selecionar os monitores. "O aluno monitor não pode fazer um bom trabalho aqui e deixar os estudos de lado. Fico de olho nas notas, pois o projeto existe para ensinar algo a mais e não para atrapalhá-lo".

Para a estudante Barbara, ser aluna monitora ampliou seus horizontes. "Como na sala usamos novos programas, em casa também procuro outras formas de fazer as coisas no computador. E também trago para as aulas as idéias do que faço em casa". No blog Monitor Sylvia Martin, ela e outras alunas escrevem suas experiências, publicam fotos e vídeos das aulas e mostram trabalhos de outros alunos da EMEF.

Para se tornar aluno monitor o estudante precisa ter conhecimentos básicos de informática, disponibilidade de horário, vontade de trabalhar com a inclusão digital na escola, iniciativa, criatividade, habilidade na escrita e gosto por trabalhar em grupo. Tem de ser um aluno freqüente e estar matriculado a partir do quarto ano do Ensino Fundamental, ou no Ensino Médio. A abertura de inscrições é divulgada pelos próprios professores e a quantidade de alunos é condicionada ao número de classes a serem atendidas.

A professora Cristina revela que o fato de ter alunos trabalhando como monitores na Sala de Informática é positivo também para incentivar o interesse pela função. "Os alunos mais novos não vêem a hora de se tornarem monitores e ajudar os outros colegas de escola", conclui.