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Quarta-feira, 14 de Maio de 2008 | Horário: 11:00
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Negros enfrentam barreiras no mercado profissional

Apesar de São Paulo ser a terceira cidade com maior núemros de negros no mundo, os negros brasileiros ainda têm mais dificuldades para conseguir emprego que os brancos, além de não terem salários compatíveis com os que recebem os trabalhadores de outras raças.
A Cidade de São Paulo é a terceira em número de negros no mundo, perdendo apenas para Lagos, na Nigéria, e Cairo, no Egito. Mesmo assim, embora a situação dessa população no mercado de trabalho tenha apresentado melhora, está longe do ideal.

Os negros ainda têm mais dificuldades para conseguir emprego que os não-negros. Os salários também não são compatíveis com os que recebem os não-negros. Os dados são do Observatório do Trabalho, uma parceria entre a Secretaria Municipal do Trabalho e o Dieese.

A participação dos negros no mercado de trabalho cresce desde 2000. O maior destaque é entre os ocupados da População Economicamente Ativa (PEA). Em 2000, os negros representavam 28,6% dos ocupados. Em 2007, 33,2%.

Nos últimos sete anos, as mulheres negras ocupadas no mercado de trabalho paulistano formam o grupo social que apresentou o menor salário. Não só em relação ao total de ocupados (48% do total de ocupados), mas também em relação às mulheres não-negras. Enquanto o rendimento médio das mulheres não-negras foi em média de R$ 1.288, as mulheres negras receberam 51% desse valor, R$ 660,00. Portanto, no caso das mulheres negras, por mais que o rendimento médio de 2007 (R$ 664,00), seja o maior desde 2002, ele ainda é baixo em relação ao padrão de remuneração das mulheres não-negras.

Analisando os valores do rendimento médio de negros e não-negros no período de 2000 a 2007, verificou-se uma tendência de queda nos salários dos dois grupos. Porém, pode-se observar que a queda no valor dos salários dos negros foi menor se comparada à queda do salário dos não-negros. Entre 2000 e 2007, o salário médio dos negros caiu 14,07%, enquanto o salário médio dos não-negros recuou um pouco mais, 19,77%.

A pesquisa revela ainda que houve queda no desemprego desde 2005, quando 15,7% da PEA estavam desempregados. Em 2006, o índice baixou para 14,7% e, em 2007, atingiu a menor taxa do período, com média de 13,9%.

Os negros têm uma representatividade de 34,2% da PEA. Mas, quando comparada com o contingente de não-negros, sua participação no total de desempregados se eleva a 40,4%. Para as mulheres negras a situação é mais complicada. No ano de 2007, enquanto representavam 47,1% da PEA e 45,8% do total de ocupados, elas respondiam por mais da metade das pessoas desempregadas (55,4%) no Município de São Paulo.

Dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (Pnad) revelam que mais de 75% das mulheres negras não possuem segundo grau completo, o que é uma condição importante para acesso a vagas qualificadas no mercado de trabalho, enquanto para as não-negras este indicador é de 57,2%.

Deste modo, a questão do nível educacional da população negra, ainda que não explique a totalidade do diferencial de remuneração e empregabilidade encontrado em relação à população branca, é um fator decisivo para uma condição mais igualitária entre as duas raças, no âmbito profissional.


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