Secretaria Especial de Comunicação
Unidades Básicas de Saúde auxiliam luta contra obesidade
Dona Iracema já não é mais a mesma. Perdeu 16 quilos com a ajuda dos profissionais da Unidade Básica de Saúde (UBS) Boa Vista, na Zona Oeste da Capital, e agora festeja a nova forma. "Se eu não tivesse participado, não sei o que seria de mim", diz Iracema, um exemplo de perseverança e da capacidade de superação dos próprios limites.
Mas o caso dela não é único. Várias outras pessoas têm vencido a luta contra a balança com as orientações dos médicos, enfermeiros e nutricionistas que atendem gratuitamente na rede pública de saúde da Prefeitura de São Paulo.
"Orientar a população faz parte de nossa missão. Somente com a mudança de hábitos de vida, inclusive os alimentares, as pessoas com problemas de peso poderão recuperar a forma física e afastar doenças que se beneficiam deste quadro para se manifestarem, como a hipertensão e o diabetes", salienta a coordenadora da Área Técnica de Saúde do Adulto, Márcia Massironi. Nesse contexto, o trabalho realizado pela UBS Boa Vista exemplifica a luta empreendida em outras unidades da rede de assistência.
Os grupos que orientam a população sobre como prevenir a obesidade e adotar uma alimentação de melhor qualidade existem em todas as regiões da capital. A obesidade afeta boa parte da população brasileira e traz consigo diversos outros problemas, como diabetes e hipertensão, sem contar a perda de qualidade de vida.
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), baseado em dados de 2002/2003, na região metropolitana de São Paulo pelo menos 42% das pessoas têm problema com excesso de peso. Desse total, 11% de homens e mulheres adultos estão obesos. Para enfrentar esse quadro, os grupos organizados nas UBSs são uma aposta concreta. Em execução desde 2005, o programa de reeducação alimentar foi inspirado na experiência do Centro de Recuperação e Estudos de Obesidade (CREEO), de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
O grupo promove encontros semanais tendo como meta a redução de peso, atingida por meio de orientação alimentar e suporte psicossocial. Esse apoio é fundamental, pois muitos pacientes enfrentam dificuldades para se adaptar à nova realidade. Com a ajuda de multiplicadores, formados segundo a filosofia dos grupos de grupos, a rede se ampliou e conquista cada vez mais adeptos.
Lúcia Alves Campos é uma dessas pessoas que atuam como multiplicadoras. Na parada de ônibus, um dia ela foi surpreendida pelos comentários de uma conhecida que a achava mais magra. "Aí expliquei sobre o grupo e aproveitei que estava com material para distribuir para ela e outras pessoas do ônibus que também pediram", conta Lúcia.
Com a ajuda de abordagens assim, os grupos se multiplicam pela Cidade. Na Zona Sul da Capital, na UBS Campo Limpo atualmente 20 pessoas participam do programa de reeducação alimentar. Para tornar a atividade diferente, os organizadores chegam a oferecer aulas de culinária para que os pacientes tomem conhecimento das receitas que ajudam na redução de peso.
Na UBS Jardim Lídia, também na Zona Sul, os participantes têm aulas de ginástica, praticam tai chi chuan e realizam caminhadas sob a supervisão de profissionais da unidade. A comerciária Ângela Maria Machado de Sousa, com a ajuda desse método, eliminou 25 quilos. Com diagnóstico de hipertensão, ela chegou à unidade há um ano com 95 quilos.
Hoje, mais magra, comemora nova fase em sua vida: "Só vivia cansada e não tinha disposição para nada. Um dia a agente comunitária, a Diana, me chamou para participar do grupo de reeducação alimentar da unidade. Fui na primeira vez pra conhecer, gostei da palestra e já me inscrevi na hora", relembra.
A diferença depois de 12 meses aparece, sobretudo, na qualidade de vida e na auto-estima de Ângela: "A minha pressão está boa. Não fico mais cansada. Minhas pernas já não doem pelo peso que carregava. Minha auto-estima subiu e está lá em cima. Antes só comprava em loja de gordo, morria de vergonha. Hoje, manequim 42. Compro em qualquer loja", declara, entusiasmada. A animação também se justifica pelo novo emprego conquistado, segundo ela, em parte pela mudança física.
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