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Quarta-feira, 30 de Maio de 2007 | Horário: 09:15
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Prefeitura remaneja 404 famílias e acaba com mais uma favela

Foram beneficidos os moradores da antiga favela Camilo Zanotti. Todos foram levados para moradias definitivas em outros conjuntos habitacionais ou receberam verba para aquisição de moradias. O lugar abrigará um novo parque linear.
A Secretaria Municipal de Habitação (Sehab/Habi-Norte), com o apoio da Subprefeitura Pirituba, remanejou moradores e acabou com mais uma favela na Cidade. Os beneficiários, desta vez, foram as 404 famílias que habitavam a antiga favela Camilo Zanotti. Todas foram levadas para moradias definitivas em outros conjuntos habitacionais ou receberam verba para a aquisição de moradias em outros locais. A área da antiga favela será preparada para tornar-se um parque linear.

Também conhecida como favela Arábia ou Boa Esperança, a ocupação irregular do espaço teve início em 2001, em uma área de reserva ambiental localizada em frente do conjunto habitacional City Jaraguá. Aos poucos essa área, destinada à implantação de um parque linear junto ao córrego do Fogo, foi recebendo mais moradores, até se transformar em uma grande favela, com mais de 400 barracos.

A situação no local era das mais perigosas, com elevado risco de enchente, desabamento e incêndio, além de todos os demais problemas provocados por uma ocupação irregular e precária, como falta de saneamento básico e grande adensamento populacional.

As famílias que ocupavam essa área vieram, em sua maioria, do conjunto City Jaraguá, que começou a ser criado em 1995, com investimentos municipais para a construção de unidades habitacionais populares.

Estudos realizados por Habi-Norte, departamento da Superintendência de Habitação Popular da Secretaria de Habitação, revelam que o City Jaraguá conta hoje com 3.800 famílias, o que significa aproximadamente 19 mil pessoas e mais de 3.500 unidades habitacionais, além de creches, escolas e posto de saúde.

De acordo com a diretora da Habi-Norte, Cecília Freire Nammur, quando as primeiras famílias chegaram ao City Jaraguá, há dez anos, seus filhos eram crianças. Dez anos depois, essas crianças cresceram, formaram suas próprias famílias, mudaram-se da casa dos pais e ergueram uma favela em frente.

A remoção de famílias de uma área ocupada de forma irregular não é tarefa simples. O processo envolve um planejamento muito bem elaborado. "Para isso, foi decisivo o apoio total da Subprefeitura de Pirituba, além do trabalho inestimável dos técnicos de Habi-Norte. Sem eles, essa ação não seria possível, pois removemos 404 famílias em seis meses, o que é um recorde e um sucesso em termos sociais", ressalta a diretora.

O cadastramento das famílias foi realizado em dezembro de 2006 e todas receberam atendimento.

Das 404 famílias cadastradas, 188 receberam atendimento habitacional definitivo, sendo 120 no Conjunto City Jaraguá; 37 no Conjunto José Bonifácio; 31 no Conjunto Cidade Tiradentes; e 216 famílias foram atendidas com apoio financeiro no valor de R$ 5 mil cada uma.

"É mais uma favela que sai do nosso cadastro. Isso significa muito em uma cidade que tem hoje 1.538 favelas", comemora Cecília.

A área onde antes se situava a favela será recuperada. A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, em conjunto com a Subprefeitura de Pirituba, vai construir no local o parque linear do córrego do Fogo, que vai se interligar com o parque linear do córrego Ribeirão Perus, reintegrando todo este espaço ao conjunto habitacional City Jaraguá, onde também será criada área de lazer e descanso para os moradores.

O City Jaraguá

O Conjunto Habitacional City Jaraguá é uma área de 141.821 m². Planejado como novo bairro, que teria capacidade de receber famílias de baixa renda de vários pontos da Cidade, o local conta hoje com ruas largas e infra-estrutura, mas não foi sempre assim.

Com o passar dos anos e a falta de fiscalização, comércios irregulares tomaram conta do calçamento, banheiros foram instalados no meio das ruas sem a menor infra-estrutura, barracos tomaram o lugar de áreas de lazer, morros que estavam recuperados foram escavados e ocupados novamente por barracos precários.

A situação era crítica. Em 2006, a diretoria de Habi-Norte procurou o subprefeito de Pirituba e propôs uma ação conjunta de recuperação de toda a área. A iniciativa foi prontamente aceita e teve início a desocupação do comércio irregular com o apoio de uma tropa de 150 policiais da Guarda Civil Metropolitana e da Polícia Militar. A ação foi um sucesso.

As ocupações irregulares e ilegais foram removidas, devolvendo o total usufruto do Conjunto a seus moradores originais. Os comerciantes que tinham comércio regular e dependiam dele para sua sobrevivência foram cadastrados e receberam boxes para montar seus negócios em uma área construída, contígua ao Conjunto, especialmente com essa finalidade. No início foram 44 boxes e mais 28 estão em construção no momento. Também uma praça, localizada ao lado do Conjunto, teve sua recuperação executada pela Empresa Municipal de Urbanização (Emurb).

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