Prefeitura de São Paulo

Jogar os cinzeiros no lixo é a primeira atitude a ser tomada a partir de agora em todas as dependências das unidades municipais de saúde. O prefeito de São Paulo anunciou nesta terça-feira (28/08), ao lado da secretária municipal de Saúde, o programa "Secretaria Municipal de Saúde Livre do Tabaco" que elimina o fumo e extingue os "fumódromos" das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs), prontos-socorros, hospitais e outros serviços de saúde.

A Prefeitura fará um programa de apoio aos funcionários municipais que desejem largar o hábito de fumar. Estima-se que entre 15 e 20% dos 50 mil servidores da Rede Municipal de Saúde sejam fumantes. A medida anunciada pelo prefeito é pioneira no Brasil. Atende recomendações da Convenção Quatro para o Controle do Tabaco, de 2003, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

"É uma iniciativa importante e vem ao encontro das diretrizes da Organização Mundial de Saúde, que preconiza a extinção da prática do fumo nos ambientes públicos", afirmou o prefeito. "Hoje, véspera do Dia de Combate ao Tabagismo, a Prefeitura dá o exemplo, proibindo o fumo nas dependências da Secretaria de Saúde. Tão importante quanto à proibição, é a criação de programas que dão apoio a essas pessoas, para que possam ser amparadas, orientadas e ajudadas a se livrar da dependência", acrescentou o prefeito. Ele destacou que no Brasil, todos os anos, morrem 200 mil pessoas, vítimas de doenças causadas pelo fumo.

O prefeito anunciou o fim do consumo de cigarros na Rede Municipal de Saúde em evento realizado no Ambulatório de Especialidades do Tucuruvi, na Zona Norte da Cidade. Com o programa de apoio, os servidores serão orientados sobre as desvantagens do tabagismo. Os participantes assinarão termo de compromisso com as metas do programa.

Usuários das unidades de saúde também podem participar do programa. Eles vão receber ajuda de profissionais. Haverá palestras, acompanhamento terapêutico e práticas auxiliares, como yoga e acupuntura. É uma forma de facilitar o abandono do vício, assegurando bem-estar às pessoas. Segundo os especialistas, fumantes podem sofrer transtornos físicos e psicológicos quando largam o cigarro.

A Secretaria Municipal de Saúde disponibiliza como apoio ao programa os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que vão auxiliar no tratamento de quem aderir à campanha. Até o final do ano, cerca de 20 Caps especializados no atendimento de dependentes químicos acolherão quem for encaminhado para se reabilitar do tabagismo.

As unidades pertencentes à Rede Municipal de Saúde que já oferecem atendimento intensivo aos tabagistas são o Ambulatório de Especialidades do Tucuruvi; CAPS Penha e CAPS Jardim Nélia (Zona Leste); e CAPS Vila Mariana (Zona Sul).

Selo Antifumo

Ao lado do Selo Antifumo, recebido do Governo do Estado por ser um ambiente livre do tabaco, o prefeito afixou no mural do Ambulatório de Especialidades do Tucuruvi a Portaria 1.206/07, que determina o cumprimento da Lei 9.294, de 15 de julho de 1996. Ela proíbe o fumo em locais fechados. Também expôs o termo de compromisso assinado por alguns funcionários.

Os motivos para abandonar o vício são destacados em cartaz no mesmo mural. O cigarro contém mais de 4.500 substâncias tóxicas. Além da nicotina e alcatrão, há outras menos conhecidas, como formol, naftalina, pólvora, cádmio (metal pesado), amônia, methoprene, xileno, acetato de chumbo, fósforo e acetona. Do total, mais de 60 substâncias são cancerígenas (veja lista abaixo).

O hábito de fumar está associado ao aparecimento de cerca de 50 tipos de doenças. Entre elas: cânceres de pulmão, laringe, boca, esôfago, estômago, pâncreas, bexiga, rim e colo do útero; acidente vascular cerebral (derrame); infarto agudo do miocárdio, dor no peito (angina), morte súbita e dilatação da aorta (aneurisma de aorta); bronquite crônica, enfisema pulmonar, descontrole da asma e alto risco de adquirir pneumonias e viroses; úlcera, gastrite e refluxo gastroesofágico; diminuição da fertilidade, impotência, maior risco de aborto e menopausa precoce.

De acordo com a secretária de Saúde, o programa deve ser visto como uma ação preventiva de saúde de abrangência coletiva. "O fumante passivo é a terceira causa de morte no mundo possível de se evitar. Por isso, não vamos apenas proibir o cigarro em locais coletivos, mas oferecer condições para ajudar aqueles que querem efetivamente parar de fumar".

Na fumaça do cigarro já se isolaram 4.720 substâncias tóxicas. Elas atuam sobre diversos sistemas e órgãos do corpo humano. Contém mais de 60 cancerígenos, sendo as seguintes as principais:

- Nicotina: causadora do vício e cancerígena;
- Benzopireno: substância que facilita a combustão existente no papel que envolve o fumo;
- Substâncias Radioativas: polônio 210 e carbono 14;
- Agrotóxicos: DDT;
- Solventes: benzeno;
- Metais Pesados: chumbo e cádmio (um cigarro contém de 1 a 2 mg, concentrando-se no fígado, rins e pulmões, tendo meia-vida de 10 a 30 anos, o que leva a perda de capacidade ventilatória dos pulmões, além de causar dispnéia, enfisema, fibrose pulmonar, hipertensão, câncer nos pulmões, próstata, rins e estômago);
- Níquel e Arsênico: armazenam-se no fígado e rins, coração, pulmões, ossos e dentes, resultando inclusive em gangrena dos pés, danos ao miocárdio, etc.;
- Amônia: utilizado em limpadores de banheiro;
- Formol: componente de fluído conservante;
- Monóxido de Carbono: o mesmo gás que sai dos escapamentos de automóveis, e como tem mais afinidade com a hemoglobina do sangue do que o próprio oxigênio, toma o lugar do oxigênio, deixando o corpo do fumante, ativo ou passivo, intoxicado.