Secretaria Especial de Comunicação

Sexta-feira, 28 de Setembro de 2007 | Horário: 11:00
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Inclusão do Glicério comemora um ano com Guia de Serviços

Com cerca de 60 mil atendimentos já registrados, o escritório que abriga o projeto Nós no Centro beneficia pessoas em condições de vulnerabilidade social. O critério de seleção para futuros beneficiados compete a renda, condições de moradia e situação da família.
O Escritório de Inclusão Social do Glicério (EIS! Glicério), do Projeto Nós do Centro, completa um ano de funcionamento. Nesse período, fez cerca de 60 mil atendimentos a pessoas em situação de vulnerabilidade social numa das regiões com alta densidade de cortiços e concentração de catadores e moradores de rua: o Glicério.

Coordenado pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads), o Projeto de Inclusão Social Urbana Nós do Centro é uma cooperação bilateral entre Prefeitura e União Européia, visando à inclusão social, econômica e cultural dos grupos mais vulneráveis residentes na região central da Cidade. Outras quatro Secretarias municipais também participam do Projeto: Trabalho, Cultura, Participação e Parceria e Relações Internacionais. O Projeto tem duração de quatro anos (2006-2009), com investimentos de 15,4 milhões de euros (cerca de R$ 41 milhões), divididos entre União Européia e Prefeitura.

Para comemorar o sucesso do EIS! Glicério, a Smads e a Fundação Orsa, que gerencia o local (rua Barão de Iguape, 900), lançam nesta sexta-feira (28/09), às 11h, o Guia do Glicério e da Região Central de São Paulo. Com 70 páginas em papel reciclado, o Guia reúne serviços públicos governamentais e não-governamentais, nas áreas de Cultura, Trabalho, Saúde, Educação, Assistência Social, Esportes, Assistência Jurídica e Utilidade Pública da região do Glicério. São serviços como albergues, núcleos de capacitação profissional, escolas, creches, teatros, centros de orientação jurídica e serviços específicos para mulheres e idosos, entre outros.

"Com este Guia, a população da região poderá conhecer os serviços existentes aqui. É mais uma forma de inseri-la socialmente e estimulá-la a buscar seus direitos e deveres, fortalecendo a cidadania das pessoas e a comunidade", explica o secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social.

O evento terá ainda espetáculo circense com o grupo Farândula e apresentações musicais, além de atividades lúdicas para as crianças.

O Projeto Nós do Centro vai orientar o público potencializando talentos e apoiando a busca de soluções para suas necessidades. O projeto, em especial, integra um modelo de atuação em que o poder público, o setor privado e a comunidade exercem o poder transformador da sociedade. "Proporcionar programas de maior valia a esta comunidade, trazendo soluções efetivas e sustentáveis, pode reforçar uma parceria que impacta em melhor qualidade de vida e estímulo para gerar renda e atendimento às questões sociais", salienta Sergio Amoroso, presidente do Grupo Orsa e instituidor da Fundação Orsa.

O EIS! Glicério, que começou a funcionar em agosto do ano passado, é um espaço de desenvolvimento social comunitário que possibilita aos moradores da região conhecer os serviços públicos existentes na localidade, além de disponibilizar telecentro e promover eventos culturais, encontros comunitários, fóruns e oficinas. Fruto de contrato firmado com o Grupo Orsa - que desenvolve, em conjunto com a comunidade - o Plano de Desenvolvimento Local, ele presta atendimento à média de cinco mil pessoas por mês.

"Outro aspecto importante é a participação e o envolvimento da comunidade no Fórum de Desenvolvimento Social de cada EIS, um espaço de discussão de moradores, organizações sociais, escolas e organizações comunitárias para a realização de ações no bairro. Cada EIS terá uma identidade própria, dependendo da demanda da região", explica Antônio Augusto Telles Machado, diretor do Projeto Nós do Centro.

Nesses 12 meses de funcionamento, o EIS! Glicério promoveu diversas oficinas voltadas aos moradores da região, como a de chocolate e a de sabonetes. "As oficinas são um incentivo aos microempreendimentos de economia solidária, visando ao fomento de geração de renda", explica o diretor.

"Lá no espaço do EIS! Glicério, comecei a utilizar o laboratório de informática, além de outras atividades. O Projeto Nós do Centro facilitou o acesso a diversos projetos para a comunidade", conta Rudy Travelini, de 24 anos, morador no Glicério.

Outra ação bem-sucedida tem sido os cursos de capacitação e qualificação profissional para jovens. Na primeira turma, 140 alunos se formaram em cursos de Zeladoria Patrimonial Urbana, Paisagismo e Jardinagem e Construção Civil em Instalação Elétrica. Os ensinamentos não ficaram só na teoria, pois eles devolveram à comunidade tudo o que aprenderam na sala de aula, com intervenções em duas praças do bairro. Os cursos foram contratados com recursos do Projeto alocados na Secretaria Municipal de Cultura. As bolsas-auxílio, no valor de R$ 200 por mês, são pagas aos alunos pela Secretaria Municipal do Trabalho.

Também foi trabalhada a questão da eqüidade de gênero. Sessenta mulheres participaram da capacitação de geração de renda. O atendimento será expandido para outros EIS e para o Centro Especial, que será criado na 1ª Delegacia da Mulher (rua Dr. Bittencourt Rodrigues, 200, no Centro), uma parceria com a Secretaria de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania. "O poder público não resolve todos os problemas. Temos, sociedade civil e administração pública que trabalham juntas em prol de uma São Paulo melhor", destaca o secretário de Participação e Parceria.

Mais EIS

No total, serão dez Escritórios de Inclusão Social instalados na região central: Glicério, Pari, Bela Vista, Belém (2), Bom Retiro, Santa Cecília, Sé, Brás e Mooca. Dois deles - EIS! Pari e EIS! Bela Vista - devem começar a funcionar em outubro. Os demais, no início do ano que vem. Cada EIS atenderá, em média, oito mil pessoas por mês (1.050 famílias, mais a comunidade). Os EIS funcionarão em parceria com o Programa Ação Família - viver em comunidade, um dos pilares da política da Smads.

A seleção das famílias leva em conta a renda e as condições de moradia e situação da família, além de delimitação de públicos-alvo, como jovens, mulheres, idosas e famílias.

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