Secretaria Especial de Comunicação
Coleção Missão de Pesquisas Folclóricas de Mário de Andrade será lançada nesta terça-feira
O material que integra o acervo da Prefeitura de São Paulo há 68 anos é inédito para o público; a cerimônia acontece às 21h no Teatro SESC Vila Mariana.
A Secretaria Municipal de Cultura e o SESC São Paulo lançam nesta terça-feira (22/08), às 21h, uma compilação com sete horas de música recolhidas na Missão de Pesquisas Folclóricas de 1938, em seis CDs e quatro volumes bilíngües compostos por catálogo fonográfico e textos.
Produzido pelo selo SESC o material reúne em discos, pela primeira vez, o acervo da missão de Pesquisas Folclóricas; caravana que em 1938 foi enviada ao norte e nordeste do País sob a coordenação de Mário de Andrade, o então Diretor do Departamento de Cultura da Cidade de São Paulo (1935-1938).
Idealizada e organizada por Mário de Andrade, a expedição foi realizada por uma equipe formada por quatro integrantes; o arquiteto e membro da Sociedade de Etnografia e Folclore e pesquisador da Divisão de Documentação Histórica e Social Luiz Saia, também chefe da missão; pelo músico e maestro Martin Braunwieser, pelo técnico de gravação do Departamento de Cultura, Antônio Ladeira e Benedito Pacheco, auxiliar geral e assistente técnico de gravação.
Mário de Andrade viabilizou a expedição, temendo que, com a crescente urbanização, muitas manifestações populares desaparecessem; seu objetivo era mapear fiel e detalhadamente o folclore musical das regiões do Norte e Nordeste do Brasil, Danças e músicas do Brasil, registrando-as por meio de filmes, fotografias, desenhos, partituras, documentos e gravações fonográficas.
Após quase seis meses de viagem, os pesquisadores registraram cânticos diversos, cantigas de roda, cantos de pedintes, cantos de carregadores de piano, bumba meu boi, congo, reisado, entre outros.
“Em 1938, quando o Departamento de Cultura financiou a missão de Pesquisas Folclóricas, Mário de Andrade deparava-se com o dilema da modernidade: ao mesmo tempo que as manifestações populares corriam o risco de desaparecer com a crescente urbanização do país, o avanço tecnológico da época proporcionava meios de capturá-las em discos, fotografias e filmes”, explica o secretário de cultura.
Mário de Andrade defendia que a colheita dos dados fosse feita por meio de gravações, pois ao recorrermos a registros escritos das tradições orais e dos costumes estaríamos em contato com material que foge a realidade, que publica o português falado de maneira formal em oposição ao coloquial, já falhando em sua proposta de registro fiel.
Em algumas cidades foi possível para a missão colher instrumentos, vestimentas e objetos relativos aos assuntos pesquisados. Nos dias em que não gravava, a caravana se dedicava também a outros temas, registrando detalhes da fabricação de utensílios populares, aspectos da arquitetura, da poética popular, etc.
O material, que compõe o acervo da Discoteca Oneyda Alvarenga, encontra-se sob a guarda do Centro Cultural São Paulo e até hoje só estava disponível para consulta de pesquisadores. O lançamento dessa coleção visa compartilhar a riqueza do acervo, e é também uma forma de prestigiar a dedicação de Mário de Andrade para a conclusão dessa pesquisa e o empenho de Oneyda Alvarenga, primeira diretora da Discoteca Pública, para viabilizar a organização e difusão do material.
“Agora toda a colheita sonora de Mário e sua missão sai dos armazéns e se disponibiliza ao público, nesta coleção de CDs. Após a captação realizada pela missão há mais de 60 anos, selamos aqui o compromisso de uma nova fase, a distribuição destes saberes”, explica Danilo Santos de Miranda, diretor regional do SESC São Paulo.
A coleção traz três encartes, cada um com dois CDs que totalizam sete horas de música, ilustrações e desenhos de violeiros, manifestações folclóricas, danças e pessoas que compunham o cenário da época. Há ainda um volume que reúne textos de pesquisadores como Marcos Branda Lacerda, Flávia Toni e Jorge Coli, oferecendo informações sobre a evolução do trabalho de pesquisa e dados sobre o momento histórico brasileiro na ocasião.
O lançamento da coleção acontece nesta terça-feira, às 21h, no Teatro do SESC Vila Mariana e contará com um show do grupo A Barca e a apresentação de Dona Senhorinha Freire, Responde a Roda e TEBEI. Já com 86 anos, D. Senhorinha cantou, em Tacaratu, ao 20 anos, para a Missão de Pesquisas Folclóricas de 1938 e apresentará ao público algumas das peças musicais que entoou na ocasião.
Legado do Departamento
A Secretaria Municipal de Cultura oferece, no mês do folclore, ocasião do lançamento da coleção Missão de Pesquisas Folclóricas, uma programação que abrange cinema, debates, apresentações de dança, circo, músicas e oficinas.
O Cine Olido exibe, a partir desta terá (22/08), cerca de 16 documentários brasileiros de produções recentes, sempre com a temática regional. A Vitrine da Dança traz grupos populares de todo o país nos dias 25, 26 e 27 para apresentações: Samba de Roda de Vinhedo (SP), Índios Pankararus (SP), Barca de Santa Maria (PB), Coco de TEBEI (PE), Jongo de Tamandaré (SP), Congos de Pombal (PB), Grupo Responde a Roda e Dona Senhorinha (PE).
Um colóquio irá debater e analisar o legado do Departamento de Cultura. Criado em 1935, por Mário de Andrade, o órgão foi a primeira iniciativa pública na área da cultura no país. O destaque da programação é o debate que acontece no dia 25, às 19h, com Telê Ancona Lopez e Marco Antônio de Moraes sobre a figura empreendedora de Mário de Andrade.
Confira a programação completa no site da secretaria.
Produzido pelo selo SESC o material reúne em discos, pela primeira vez, o acervo da missão de Pesquisas Folclóricas; caravana que em 1938 foi enviada ao norte e nordeste do País sob a coordenação de Mário de Andrade, o então Diretor do Departamento de Cultura da Cidade de São Paulo (1935-1938).
Idealizada e organizada por Mário de Andrade, a expedição foi realizada por uma equipe formada por quatro integrantes; o arquiteto e membro da Sociedade de Etnografia e Folclore e pesquisador da Divisão de Documentação Histórica e Social Luiz Saia, também chefe da missão; pelo músico e maestro Martin Braunwieser, pelo técnico de gravação do Departamento de Cultura, Antônio Ladeira e Benedito Pacheco, auxiliar geral e assistente técnico de gravação.
Mário de Andrade viabilizou a expedição, temendo que, com a crescente urbanização, muitas manifestações populares desaparecessem; seu objetivo era mapear fiel e detalhadamente o folclore musical das regiões do Norte e Nordeste do Brasil, Danças e músicas do Brasil, registrando-as por meio de filmes, fotografias, desenhos, partituras, documentos e gravações fonográficas.
Após quase seis meses de viagem, os pesquisadores registraram cânticos diversos, cantigas de roda, cantos de pedintes, cantos de carregadores de piano, bumba meu boi, congo, reisado, entre outros.
“Em 1938, quando o Departamento de Cultura financiou a missão de Pesquisas Folclóricas, Mário de Andrade deparava-se com o dilema da modernidade: ao mesmo tempo que as manifestações populares corriam o risco de desaparecer com a crescente urbanização do país, o avanço tecnológico da época proporcionava meios de capturá-las em discos, fotografias e filmes”, explica o secretário de cultura.
Mário de Andrade defendia que a colheita dos dados fosse feita por meio de gravações, pois ao recorrermos a registros escritos das tradições orais e dos costumes estaríamos em contato com material que foge a realidade, que publica o português falado de maneira formal em oposição ao coloquial, já falhando em sua proposta de registro fiel.
Em algumas cidades foi possível para a missão colher instrumentos, vestimentas e objetos relativos aos assuntos pesquisados. Nos dias em que não gravava, a caravana se dedicava também a outros temas, registrando detalhes da fabricação de utensílios populares, aspectos da arquitetura, da poética popular, etc.
O material, que compõe o acervo da Discoteca Oneyda Alvarenga, encontra-se sob a guarda do Centro Cultural São Paulo e até hoje só estava disponível para consulta de pesquisadores. O lançamento dessa coleção visa compartilhar a riqueza do acervo, e é também uma forma de prestigiar a dedicação de Mário de Andrade para a conclusão dessa pesquisa e o empenho de Oneyda Alvarenga, primeira diretora da Discoteca Pública, para viabilizar a organização e difusão do material.
“Agora toda a colheita sonora de Mário e sua missão sai dos armazéns e se disponibiliza ao público, nesta coleção de CDs. Após a captação realizada pela missão há mais de 60 anos, selamos aqui o compromisso de uma nova fase, a distribuição destes saberes”, explica Danilo Santos de Miranda, diretor regional do SESC São Paulo.
A coleção traz três encartes, cada um com dois CDs que totalizam sete horas de música, ilustrações e desenhos de violeiros, manifestações folclóricas, danças e pessoas que compunham o cenário da época. Há ainda um volume que reúne textos de pesquisadores como Marcos Branda Lacerda, Flávia Toni e Jorge Coli, oferecendo informações sobre a evolução do trabalho de pesquisa e dados sobre o momento histórico brasileiro na ocasião.
O lançamento da coleção acontece nesta terça-feira, às 21h, no Teatro do SESC Vila Mariana e contará com um show do grupo A Barca e a apresentação de Dona Senhorinha Freire, Responde a Roda e TEBEI. Já com 86 anos, D. Senhorinha cantou, em Tacaratu, ao 20 anos, para a Missão de Pesquisas Folclóricas de 1938 e apresentará ao público algumas das peças musicais que entoou na ocasião.
Legado do Departamento
A Secretaria Municipal de Cultura oferece, no mês do folclore, ocasião do lançamento da coleção Missão de Pesquisas Folclóricas, uma programação que abrange cinema, debates, apresentações de dança, circo, músicas e oficinas.
O Cine Olido exibe, a partir desta terá (22/08), cerca de 16 documentários brasileiros de produções recentes, sempre com a temática regional. A Vitrine da Dança traz grupos populares de todo o país nos dias 25, 26 e 27 para apresentações: Samba de Roda de Vinhedo (SP), Índios Pankararus (SP), Barca de Santa Maria (PB), Coco de TEBEI (PE), Jongo de Tamandaré (SP), Congos de Pombal (PB), Grupo Responde a Roda e Dona Senhorinha (PE).
Um colóquio irá debater e analisar o legado do Departamento de Cultura. Criado em 1935, por Mário de Andrade, o órgão foi a primeira iniciativa pública na área da cultura no país. O destaque da programação é o debate que acontece no dia 25, às 19h, com Telê Ancona Lopez e Marco Antônio de Moraes sobre a figura empreendedora de Mário de Andrade.
Confira a programação completa no site da secretaria.
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