Secretaria Especial de Comunicação

Sexta-feira, 25 de Agosto de 2006 | Horário: 15:26
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Prefeitura assina convênio com INSS para restauração da Vila Maria Zélia

A idéia é revitalizar a vila e instalar atividades que privilegiem a formação de mão-de-obra para reforma e restauro de outros prédios da região, além de um Centro de Memória do Trabalho.
Uma das principais vilas operárias de São Paulo, a Vila Maria Zélia, na Zona Leste da cidade, será revitalizada pela Prefeitura. Além da restauração de seis imóveis, o local vai abrigar projetos culturais e dois Centros de Capacitação Profissional.

Após quase dois anos de negociações, o prefeito de São Paulo assinou nesta sexta-feira (25/08) convênio com os proprietários do local, o Ministério da Previdência Social e o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), que permite à Prefeitura desenvolver o projeto de revitalização.

“Agora, a Prefeitura tem a possibilidade de restaurar esse importante patrimônio da cidade. Vamos também oferecer à população cursos profissionalizantes, que formarão mão de obra para recuperação de prédios históricos não apenas nessa vila, como também em outros locais da cidade”, disse o prefeito. Ele destacou a preocupação desta administração com a valorização do patrimônio cultural, citando também a revitalização da área da Nova Luz, na região central da cidade.

Pelo convênio, os imóveis (quatro deles na rua Mário Costa e dois na rua Adilson Farias Claro) serão cedidos pelo INSS à Prefeitura por um período de cinco anos. Como a área é tombada, a reforma e recuperação das características originais da Vila será acompanhada pelo Departamento de Patrimônio Histórico do município (DPH) - cabe ao órgão fazer o levantamento inicial (diagnóstico) e supervisionar a contratação do restauro. As maiores intervenções se concentrarão nas casas da rua Mário Costa, nºs 18 e 20, e na rua Adilson Farias Claro, nº 88, todas em estado precário de conservação.

As atividades serão gerenciadas pelas secretarias municipais do Trabalho e da Cultura, que criarão centros de capacitação profissional para Fomento ao Empreendedorismo, e de formação especializada para os setores da construção civil e sócio-culturais. De acordo com o secretário municipal do Trabalho, a idéia é revitalizar a Vila e instalar atividades que privilegiem a formação de mão-de-obra para reforma e restauro de outros prédios da região, além de um Centro de Memória do Trabalho. Os segurados da Previdência terão participação assegurada em 10% das atividades.

Participaram da cerimônia os ministros Nelson Machado (Previdência Social) e Márcio Fortes (das Cidades), o presidente do INSS, Valdir Moisés Simão, os secretários municipais de Cultura, do Trabalho e de Habitação, além da secretária-adjunta de Governo e do subprefeito da Mooca, entre outras autoridades.

Importância histórica

Idealizada e financiada por Jorge Street, jovem dono da Companhia Nacional de Tecidos de Juta, a Vila Maria Zélia, localizada nas proximidades da rua Cachoeira e praça Dr. Street, no Belenzinho, foi construída no início do século XX, entre os anos de 1911 e 1916, para abrigar as famílias dos 2.100 operários que trabalhavam na empresa. O nome é uma homenagem à filha Maria Zélia, que morreu ainda adolescente, no ano da inauguração da vila, 1917.

Foi um empreendimento que mudou a vida de toda a região e até hoje mantém um inestimável valor histórico para a cidade de São Paulo. Muitas indústrias se instalaram nos bairros da Mooca, Brás e Belém, dando importância a esses locais no desenvolvimento econômico da capital paulista. Com as indústrias, vieram os operários, que, para baratear o custo dos empresários, eram obrigados a fixar residência próxima às fábricas. As vilas eram custeadas pelos próprios empresários.

Projetada pelo arquiteto Pedaurrieux com base nas cidades européias do início do século XX, a infra-estrutura da Vila Maria Zélia proporcionava moradia, educação e lazer para os moradores. A antiga fábrica de tecidos chegou a funcionar, no período da ditadura, como um presídio político por onde passaram diversos comunistas, aliancistas e simpatizantes.

Com o passar do tempo, o empresário endividou-se com o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). Algumas construções e parte do terreno que pertenciam à Vila foram tomadas como parte do pagamento da dívida.

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