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Quarta-feira, 1 de Novembro de 2006 | Horário: 11:18
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Como manter os bairros e toda a cidade bem arborizados

A contínua e ininterrupta urbanização está sempre em conflito com a necessidade de manutenção ou ampliação de áreas verdes. Mas a Prefeitura quer facilitar ao máximo a possibilidade de novos plantios nas calçadas.
Manter bem arborizada uma megalópole com a dimensão de São Paulo não é tarefa fácil. A contínua e ininterrupta urbanização está sempre em conflito com a necessidade de manutenção ou ampliação de áreas verdes. Mas a Prefeitura de São Paulo, por meio das secretarias de Verde e Meio Ambiente e da Coordenação das Subprefeituras, quer facilitar ao máximo a possibilidade de novos plantios nas calçadas.

O plantio de uma árvore no passeio pode ser solicitado por qualquer paulistano, sem custo algum. Mas há uma série de critérios técnicos que serão analisados por engenheiros agrônomos antes da realização do plantio.

O arquiteto André Graziano, paisagista da Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, explica que a Prefeitura pretende aumentar o número de árvores plantadas nas calçadas da cidade. Ele diz que a demanda de novos plantios, somente na região de abrangência da Subprefeitura da Sé, por exemplo, é de seis árvores por dia, em média.

Para conseguir o serviço do plantio, o morador deve solicitá-lo pela central de atendimento telefônico 156 ou comparecer pessoalmente à sede da subprefeitura de sua região. Mas não há um tempo de espera aproximado para a realização do plantio. “Depende muito da demanda na região. Depois, um engenheiro agrônomo precisa ir até o local para ver que tipo de árvore poderia ser plantada, sem prejuízo para a rede elétrica e passagem de pedestres, por exemplo”, comenta Graziano.

Além disso, nem sempre é possível realizar o plantio. Na Zona Leste, explica o paisagista, as calçadas são, em geral, estreitas demais, o que inviabiliza totalmente a arborização. Afinal, a calçada deve ser privilegiada como via de passagem de pedestres.

O importante é que a pessoa esteja sempre atenta sobre se a calçada tem largura suficiente para comportar uma árvore, se existe rede elétrica e se, por causa disso, o plantio da árvore não viria a atrapalhar, por exemplo, a sinalização de trânsito, de ruas, eventualmente de uma loja, de uma pessoa que não queira que isso intervenha em seu negócio.

Espécies

Será o agrônomo da Prefeitura que vai determinar a espécie a ser plantada em determinado local. “Nós temos árvores de pequeno porte que dão flores belíssimas, tanto da flora brasileira quanto da flora estrangeira e, dependendo do caso, a gente até conseguiria plantar uma seringueira, desde que ela tivesse espaço para crescer”, afirma Graziano.

Árvores frutíferas não são muito recomendáveis para as calçadas. Principalmente se as frutas forem comestíveis pelo homem. A explicação, segundo o arquiteto, é que muitas vezes as frutas atraem crianças, que se distraem e, como estão na rua, correm risco de atropelamento.

Portanto, o local adequado para as frutíferas, segundo a Prefeitura, é o quintal. Definida a árvore, a Prefeitura realiza todo o trabalho do plantio, desde a quebra da calçada até a primeira rega. “Fazemos questão de que, ao efetuar esse serviço, os responsáveis pelo plantio no local conversem com quem fez a solicitação, para deixar claro quais os cuidados necessários para que a árvore seja mantida em boas condições até que chegue a um porte maior, que dê sempre flores, que atraia os pássaros, e que faça com que todo mundo saia ganhando”, diz Graziano.

Podas

As podas das árvores plantadas em calçadas também devem ser feitas pela Prefeitura. Nesse caso, os critérios também são bastante variados e os riscos de matar a planta com uma intervenção inadequada são bastante grandes.

Portanto, para solicitar a realização de uma poda o procedimento é o mesmo do pedido do plantio: ligação para o 156 ou o comparecimento à subprefeitura de sua região. A Secretaria do Verde e Meio Ambiente elaborou dois manuais, com as diretrizes seguidas pelo município para o plantio e a poda de árvores no perímetro urbano.

São eles, o Manual Técnico de Poda, cujo objetivo é adequar e padronizar os procedimentos de poda em logradouros públicos, e o Manual Técnico de Arborização, lançado em 2002, que complementa o primeiro e ganhou uma segunda edição em 2005.

A partir do curso “Podadores de Árvores Urbanas” ministrado pelo professor-doutor Rudi Arno Seitz, da Universidade Federal do Paraná, a Prefeitura obteve um consenso entre os engenheiros agrônomos e florestais, em torno de conceitos básicos e fundamentais, a respeito da arborização de vias públicas e da poda de árvores. A partir daí foram iniciados os trabalhos de elaboração dos textos temáticos para a nova edição do manual.

As orientações contidas nesse trabalho subsidiam as ações dos profissionais que atuam diretamente no trato com a arborização, realizando podas de limpeza e formação ou ainda em situações extraordinárias, fazendo podas de emergência ou adequação. O manual é formado por textos técnicos e ilustrações esquemáticas sobre os principais tipos de poda.

Traz ainda em anexo as principais leis e decretos referentes à poda de árvores na cidade de São Paulo. É preciso que o agente responsável pela execução ou supervisão do manejo da arborização tenha em mente que, ao realizar a poda, está cometendo uma agressão a um organismo vivo, que possui estrutura e funções bem definidas e processos próprios de defesa contra seus inimigos naturais.

Daí por que a escolha do tipo de poda, a técnica de corte e a época da intervenção são decisões que podem condenar uma árvore à morte lenta ou contribuir para seu desenvolvimento biológico. Todos os procedimentos e técnicas citados no manual são periodicamente revistos e reeditados sempre que se mostrarem, através de seu uso, ultrapassados para o fim ao qual se destinam.

O manual de arborização está disponível para consulta no portal da Prefeitura, no site da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente.

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