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Sexta-feira, 29 de Dezembro de 2006 | Horário: 10:05
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Livro "Município em Mapas" traz dados socioeconômicos de São Paulo

O trabalho reúne dados que estavam distribuídos em quatro publicações de uma série com o mesmo título. Agora, as informações estão compiladas e em forma de atlas. O livro foi elaborado desde o início de 2006 e reúne 240 mapas.
Com foco nos principais índices sociais e econômicos da maior cidade brasileira, a Secretaria Municipal de Planejamento acaba de lançar o livro "Município em Mapas". O trabalho reúne dados que estavam distribuídos em quatro publicações de uma série com o mesmo título. Agora, as informações estão compiladas e em forma de atlas. Números foram transformados em mapas e textos, tornando a leitura, antes no formato de tabelas e gráficos, mais compreensível.

"Município em Mapas" oferece dados e informações que ajudam gestores públicos, pesquisadores e estudantes a entender e planejar o crescimento da cidade, contribuindo para a adoção de políticas públicas condizentes com as necessidades de São Paulo.

Índices sociais, anafalbetismo, economia urbana, dinâmica urbana e desigualdades socioterritoriais são assuntos tratados pela publicação. A referência é o rico acervo de informações que integram o banco de dados da Secretaria de Planejamento. O livro foi elaborado desde o início de 2006 e reúne 240 mapas. O material já está disponível na página da Secretaria de Planejamento na internet.

A tiragem de 5 mil exemplares será distribuída em escolas municipais, estaduais e bibliotecas públicas. Para a diretora do departamento de Estatística e Produção de Informação, Silvia Anette Kneip, o objetivo é disseminar conhecimento, pondo à disposição dos gestores públicos e da população informações que antes estavam dispersas e não tão bem organizadas. “Nesta nova edição, estamos retratando a cidade sob diversos enfoques. Os dados vão contribuir para a Prefeitura elaborar políticas e definir as prioridades do seu orçamento. Há informações sobre todos os 96 distritos de São Paulo”, explicou.

Índices Sociais

Em suas 183 páginas, o livro aborda vários tópicos. Sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), relata que é um indicador amplamente utilizado para conferir o nível de desenvolvimento econômico e social de diferentes países, e permitir comparações entre eles. É formado por três componentes básicos: renda, longevidade e educação. As instituições encarregadas de calcular o IDH para diferentes unidades territoriais, sejam países, estados ou municípios, lançam mão de adaptações dos seus componentes básicos, em função da disponibilidade de dados com maior ou menor grau de agregação.

No caso da cidade de São Paulo, o cálculo do IDH intramunicipal levou em consideração as seguintes variáveis, para cada um dos seus 96 distritos: rendimento do chefe da família, taxa de mortalidade infantil e taxa de alfabetização.

Dinâmica Urbana e Desigualdades Territoriais

Este tópico mostra como a cidade se constrói. Revela que a ocupação do território de São Paulo é feita de forma desigual. Aponta que os lançamentos de empreendimentos imobiliários se concentram nas regiões valorizadas, como Campo Belo, Vila Romana, Jardim Anália Franco, Santana e Morumbi.

Por outro lado, constata que a expansão demográfica ocorreu justamente em áreas onde não poderia ocorrer, como na região de mananciais em torno das represas Billings e Guarapiranga, na Zona Sul, nos bairros de Campo Limpo, Capão Redondo, Pedreira e Marsilac. Também houve expansão exagerada na cabeceira do rio Aricanduva, na Zona Leste, nos distritos de Iguatemi e em Cidade Tiradentes, também na Zona Leste, e no distrito de Anhangüera, na região Noroeste de São Paulo.

Revela também o crescimento das favelas na cidade, que hoje totalizam em 2.018. O maior número está localizado nos seguintes bairros: Campo Limpo, Capão Redondo, Jardim Ângela, Grajaú e Pedreira, na Zona Sul, e Vila Nova Cachoeirinha e Brasilândia, na Zona Norte.

A Dinâmica Urbana

O livro mostra também onde estão as áreas residenciais e industriais de São Paulo, e as mudanças que estão ocorrendo. No tocante à área industrial, localizações tradicionais como o chamado Vale do Tamanduateí permanecem. Estão ao longo da avenida do Estado, passando pelos bairros do Ipiranga, Sacomã e Vila Prudente, em direção a São Caetano do Sul, no ABC Paulista. Também encontram-se indústrias tradicionais ao longo da avenida do Estado, no sentido da marginal Tietê. Outro pólo é a marginal Pinheiros, em Jurubatuba, no sentido de Interlagos.

Os estudos revelam que desde a década de 70 São Paulo vem perdendo indústrias que começaram a se deslocar para cidades do interior, como Campinas, São José dos Campos e Sorocaba. Os motivos são os mais diversos, como os custos dos terrenos na Capital e os salários mais altos dos trabalhadores em São Paulo.

De acordo com José Marcos Pereira de Araújo, sociólogo do departamento de Estatística e Produção de Informação da Secretaria de Planejamento, a sede das grandes indústrias permanece na Capital. “Com essa perda relativa das indústrias na cidade, houve um crescimento do comércio e do setor de serviços, que concentram grande parte da economia da cidade, como os shoppings centers, a grande cadeia de hotéis e restaurantes, além de importantes pólos comerciais como as ruas 25 de Março, José Paulino, o pólo têxtil do Brás e a rua Santa Ifigênia, transformada em forte ponto comercial de eletros-eletrônicos”. Para ele, todos os dados vão ajudar o gestor público a conhecer melhor cada região de São Paulo, e a direcionar de forma mais eficiente os investimentos que devem ser feitos.

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